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Por que os jovens têm mais chance na entrevista de emprego

Levantamento da PwC e da Fundação Getúlio Vargas revela barreiras enfrentadas pelos profissionais mais velhos nas seleções , o que não acontece com os mais jovens

Executivo sentado (Spencer Platt/Getty Images)

Camila Pati

Publicado em 26 de março de 2013 às 06h00.

São Paulo – No papel, as empresas até reconhecem a importância de ter profissionais mais experientes nas equipes. Mas, na prática, continuam dando preferência aos candidatos mais novos nos processos seletivos.

Para 58% das empresas brasileiras, a idade do candidato é um fator relevante na seleção para uma vaga de emprego. O dado é de uma pesquisa realizada com 108 empresas brasileiras pela consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) e a Fundação Getúlio Vargas.

“Apesar de a gente perceber que algumas empresas estão com uma postura mais consciente, em linhas gerais não há uma tomada de consciência para o fato de que em 2040, 57% da força de trabalho no país será composta por pessoas de mais de 45 anos”, diz João Lins, sócio da PwC Brasil e um dos responsáveis pelo levantamento.

A vantagem dos mais jovens se deve menos ao mérito de quem está em começo de carreira e mais ao preconceito dos recrutadores (e das empresas) em relação aos profissionais com mais de 45 anos, 50 anos. “Preconceito talvez seja uma palavra forte, mas está claro que é uma percepção formada a partir de uma visão limitada da realidade”, diz Lins.

Confira então quais as barreiras apontadas pelas empresas, de acordo com a pesquisa, que desestimulam a contratação dos mais experientes:

1Eles são mais flexíveis

Na opinião de 96% dos entrevistados os profissionais mais velhos são menos flexíveis e adaptáveis às mudanças do que os mais jovens . No entanto, conforme destaca Lins, profissionais hoje na faixa dos 40 anos passaram por muitas mudanças ao longo da carreira . “A dinâmica de mudanças foi intensa nos últimos 20, 25 anos”, diz Lins.

2Têm familiaridade com novas tecnologias

A facilidade dos mais jovens ao trabalhar com novas tecnologias é também um fator que alavanca as chances das novas gerações no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados dizem acreditar que os mais velhos têm dificuldade em relação ao isso.

Mas, para Lins a familiaridade com as tecnologias está mais relacionada com o ambiente de trabalho ou educacional do que com a data de nascimento. “As diferenças não são provocadas pela idade”, diz Lins.


3Tendem a ser mais atualizados

A percepção de 69% dos entrevistados é de que os mais jovens são mais atualizados em relação às exigências do mercado do que os mais velhos. “Toda generalização inspira cuidados”, lembra Lins.

4Acomodação

A proximidade com a aposentadoria desestimula a contratação dos profissionais mais experientes. Para 63% das companhias os profissionais mais velhos são mais acomodados.

Na opinião de Lins, a falta de oportunidade pode explicar essa percepção de acomodação. “Ao criar oportunidades que considerem este período de vida do profissional, as empresas podem chegar à conclusão de que muitas vezes a acomodação vem do tédio em fazer a mesma coisa”, diz.

5Reconhecimento da liderança

A dificuldade em lidar com chefes mais novos é também um dos empecilhos citados pelas empresas na hora de contratar e reter funcionários mais velhos. Esta razão foi citada por 56% dos entrevistados.

Na opinião de Lins, um desenho adequado de equipes multigeracionais poderia resolver o problema. “Falta um modelo que aproveite melhor o potencial do profissional mais velho”, diz Lins.

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São Paulo – No papel, as empresas até reconhecem a importância de ter profissionais mais experientes nas equipes. Mas, na prática, continuam dando preferência aos candidatos mais novos nos processos seletivos.

Para 58% das empresas brasileiras, a idade do candidato é um fator relevante na seleção para uma vaga de emprego. O dado é de uma pesquisa realizada com 108 empresas brasileiras pela consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) e a Fundação Getúlio Vargas.

“Apesar de a gente perceber que algumas empresas estão com uma postura mais consciente, em linhas gerais não há uma tomada de consciência para o fato de que em 2040, 57% da força de trabalho no país será composta por pessoas de mais de 45 anos”, diz João Lins, sócio da PwC Brasil e um dos responsáveis pelo levantamento.

A vantagem dos mais jovens se deve menos ao mérito de quem está em começo de carreira e mais ao preconceito dos recrutadores (e das empresas) em relação aos profissionais com mais de 45 anos, 50 anos. “Preconceito talvez seja uma palavra forte, mas está claro que é uma percepção formada a partir de uma visão limitada da realidade”, diz Lins.

Confira então quais as barreiras apontadas pelas empresas, de acordo com a pesquisa, que desestimulam a contratação dos mais experientes:

1Eles são mais flexíveis

Na opinião de 96% dos entrevistados os profissionais mais velhos são menos flexíveis e adaptáveis às mudanças do que os mais jovens . No entanto, conforme destaca Lins, profissionais hoje na faixa dos 40 anos passaram por muitas mudanças ao longo da carreira . “A dinâmica de mudanças foi intensa nos últimos 20, 25 anos”, diz Lins.

2Têm familiaridade com novas tecnologias

A facilidade dos mais jovens ao trabalhar com novas tecnologias é também um fator que alavanca as chances das novas gerações no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados dizem acreditar que os mais velhos têm dificuldade em relação ao isso.

Mas, para Lins a familiaridade com as tecnologias está mais relacionada com o ambiente de trabalho ou educacional do que com a data de nascimento. “As diferenças não são provocadas pela idade”, diz Lins.


3Tendem a ser mais atualizados

A percepção de 69% dos entrevistados é de que os mais jovens são mais atualizados em relação às exigências do mercado do que os mais velhos. “Toda generalização inspira cuidados”, lembra Lins.

4Acomodação

A proximidade com a aposentadoria desestimula a contratação dos profissionais mais experientes. Para 63% das companhias os profissionais mais velhos são mais acomodados.

Na opinião de Lins, a falta de oportunidade pode explicar essa percepção de acomodação. “Ao criar oportunidades que considerem este período de vida do profissional, as empresas podem chegar à conclusão de que muitas vezes a acomodação vem do tédio em fazer a mesma coisa”, diz.

5Reconhecimento da liderança

A dificuldade em lidar com chefes mais novos é também um dos empecilhos citados pelas empresas na hora de contratar e reter funcionários mais velhos. Esta razão foi citada por 56% dos entrevistados.

Na opinião de Lins, um desenho adequado de equipes multigeracionais poderia resolver o problema. “Falta um modelo que aproveite melhor o potencial do profissional mais velho”, diz Lins.

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