Carreira

Por que (e como) recrutadores analisam seu comportamento

O trabalho de um recrutador vai muito além da filtragem de currículos

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 19h00.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2017 às 20h15.

Quem atua em gestão de pessoas ou lidera uma equipe sabe que é muito comum profissionais serem contratados por suas habilidades técnicas e demitidos por problemas comportamentais. E é essa constatação que gera a contínua busca por maior assertividade nos processos de recrutamento e seleção.

Hoje em dia, a experiência profissional descrita no currículo continua muito válida, claro. Porém, esta análise passou a ser apenas um primeiro filtro para escolher, entre centenas de bons candidatos, quais são aqueles com quem faremos um primeiro contato e convidaremos para uma entrevista pessoal. Nesse momento, o que a empresa ou consultoria de seleção quer é conhecer as competências desse candidato.

Depois da primeira entrevista com o selecionador, geralmente vem a segunda etapa: a entrevista com o futuro líder. Nessa fase o mais importante não é a “experiência profissional” descrita no papel: é o alinhamento entre aquele perfil e a vaga. Entre aquele profissional e a empresa.

A pergunta que fica é: mas como esse líder pode conhecer a fundo um candidato se o único recurso que ele tem disponível naquele momento é a sua palavra e desenvoltura? Minha sugestão é que esse líder recorra a algumas ferramentas existentes no mercado, que são uma verdadeira “mão na roda” para saber se o comportamento de um candidato está alinhado com o da futura equipe e do futuro líder.

Quem nunca respondeu a algum teste online com uma série de perguntas sobre o que faria na situação X ou se o chefe dissesse Y? Pois é. Existem realmente muitas ferramentas de análise de personalidade e cada uma tem um objetivo diferente, algumas mais atuais, outras menos.

Uma de que eu gosto muito é o Facet5, pois trabalha com os cinco fatores que combinados caracterizam uma personalidade: determinação, energia, afetividade, controle e emocionalidade (a maioria das ferramentas trabalha apenas com 4 fatores). O quinto fator, a emocionalidade, é o que “tempera” todos os demais e determina, inclusive, como cada indivíduo reage diante de uma situação de estresse ou conflito.

O Facet5 é interessante também porque dentro desses 5 fatores, há ainda os subfatores. E é a combinação deles – dos fatores e dos subfatores – que faz de nós quem nós somos: seres humanos únicos, cada um com suas complexidades.  Essa análise ampla e profunda permite que líderes entendam como funciona cada profissional e de que maneira cada um contribui para a entrega de melhores resultados.

Eu particularmente acredito que é mais fácil recrutarmos e desenvolvermos pessoas quando sabemos um pouco mais sobre elas. Como falei: cada ser humano é único. É mais fácil investir nos conhecimentos técnicos que faltam a um candidato do que se surpreender com a ausência de determinadas atitudes – esperadas naquele ambiente.

Você deve estar se perguntando: “mas e se eu for mal nesse tal questionário? Como fica?”. É importante reforçar que não existe resposta certa ou errada quando se trata de personalidade. Não se preocupe com isso.

O que existem são perfis diferentes – mais ou menos adequados a times já estabelecidos e a determinadas culturas. E se você não se encaixar no perfil procurado, tenha certeza de que você não seria feliz ou não se desenvolveria naquele ambiente. A sua personalidade deve ser seu guia.

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