Para aumentar o engajamento, 52% das grandes empresas começaram a oferecer benefícios flexíveis
Pesquisa da consultoria Mercer ainda apontou que entre as companhias que implantaram o modelo nos últimos dois anos, 71% afirmam que iniciativa melhorou a percepção e engajamento dos funcionários
Repórter de Carreira
Publicado em 20 de fevereiro de 2023 às 07h06.
Em meio à briga acirrada de startups de benefícios flexíveis que surgiram nos últimos anos como Caju Benefícios, Flash e Swile mais empresas brasileiras estão implantando programas que se moldam de acordo com as necessidades individuais dos funcionários.
Pelo menos é isso que aponta uma nova pesquisa realizada pela consultoria Mercer Marsh Benefícios, que mapeou 23 companhias de grande porte – 60% delas com faturamento acima de R$ 1 bilhão. Do total das 23 companhias participantes, 52% incluíram novos benefícios.
Entre as opções de benefício estão vale cultura, auxílio educação, material escolar, auxílio financeiro para compra de lentes de óculos, órtese e prótese, entre outros.
Esse crescimento é uma tendência recente, visto que 39% das companhias consultadas implantaram o modelo nos últimos dois anos. Todas as empresas participantes mencionam que as mudanças são uma preferência da maioria dos funcionários: um a cada quatro optou por alterar os seus benefícios.
Das 14 empresas que implantaram os benefícios há dois anos, 71% afirmam que o programa flexível melhorou a percepção e engajamento dos funcionários e 80% diz ter melhorado seus índices de atração e retenção. O estudo foi realizado no último trimestre do ano passado.
Segundo Rosimeire Muricy, superintendente de consultoria e benefícios da Mercer Marsh Benefícios, as empregadoras oferecem em média 17 benefícios em seus programas. Nove são fixos e oito flexíveis, mas o pacote pode chegar a 25 opções. Os mais comuns são assistência média, seguro de vida, vale refeição e atividade física (Gympass ou similar).
A escolha dos benefícios é feita por meio de pontos. Quando há saldo de pontos, podem ser utilizados no reembolso de despesas com benefícios em 70% das empresas ou aplicados em outras opções. As principais opções de reembolso são para benefícios voltados à educação, como idiomas, graduação e curso técnico.
Upgrade nos benefícios
Das 18 empresas que oferecem a flexibilização da assistência médica, 78% permitem fazer um upgrade do plano de saúde e 94% uma redução do benefício. Essa flexibilidade permite ao funcionário escolher o plano de assistência médica que melhor o atenderá de acordo com seu momento de vida.
Na assistência odontológica, essa relação é de, respectivamente, 90% e 100%, entre 20 empresas que dão esse poder de escolha aos funcionários, respectivamente. “Aqui, a troca também permite ao funcionário escolher planos com coberturas adicionais como ortodontia por exemplo, fica mais atrativo para profisisonaiscom filhos adolescentes”, diz Rosimeire.
“O inverso também é verdadeiro, se o funcionários é elegível a um plano com coberturas adicionais e não o utiliza, pode trocar por algo que faça mais sentido em seu momento”, complementa Rosimeire.
No vale-alimentação e refeição, 89% e 95% das empresas permitem aos empregados aumentar os valores que recebem. “É comum o movimento de pontos para estes benefícios, os funcionários valorizam o pilar alimentação e o incrementam", diz Rosimeire.
No entanto, pode haver perfis diferentes que, também de acordo com seu momento de vida, podem optar por um valor mais baixo, como profissionais mais jovens que morem com os pais, morem próximo ao escritório e almocem em casa, por exemplo”, afirma especialista.
Segundo a pesquisa, o benefício de Previdência Privada também compõe o pacote de benefícios flexíveis de 87% das empresas. Das 7 empresas que flexibilizam o benefício, todas permitem que saldo de pontos sejam direcionados à previdência como contribuição voluntária, reforçando e promovendo a cultura de bem-estar financeiro e poupança.