Rebeca Andrade, atleta olímpica de ginástica artística: “Desde que eu era pequena até os dias de hoje, minha família é o meu maior apoio. Apesar da distância, sinto que estão sempre perto de mim” (Redes sociais /Reprodução)
Repórter
Publicado em 25 de julho de 2024 às 18h24.
Última atualização em 25 de julho de 2024 às 19h24.
O Brasil já conquistou seis medalhas olímpicas (dois ouros, três pratas e um bronze) com a ginástica artística – duas dessas foram conquistadas pela ginasta Rebeca Andrade. A atleta fez história nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, aos mostrar para o mundo o talento que tem com a ginástica artística ao subir no pódio duas vezes na mesma Olimpíada. Ela conquistou prata no individual geral e ouro no salto, se tornando a primeira brasileira de ginástica artística a subir no pódio no maior campeonato de esporte do mundo.
O talento como atleta foi descoberto ainda quando criança, em um projeto social que é realizado ainda hoje em Guarulhos, São Paulo, em sua cidade natal.
“Eu era bem pequena, tinha uns 5 anos, e minha tia me levou para conhecer um projeto social de ginástica que tinha na cidade onde nasci. Na época ela achava que eu tinha jeito e conversou com a minha mãe, que a deixou me levar para experimentar o treino. De lá para cá, acho que todo mundo sabe a história [risos].”
Assim como nas Olimpíadas de Tóquio, Rebeca se tornou a primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma única edição do Campeonato Mundial, em 2021, e apesar de tantos pódios, o que vale ouro mesmo em sua vida é a sua família, que segundo ela foi e continua sendo o seu maior apoio.
“Desde que eu era pequena até os dias de hoje, minha família é o meu maior apoio. Apesar da distância, sinto que estão sempre perto de mim.”
O maior desafio da atleta foram as lesões que teve no meio do caminho. Para Rebeca, passar por cirurgias é o pior momento da carreira de um atleta.
“Tive três cirurgias de joelho, entre outras lesões. Foram momentos difíceis, de muita incerteza, onde a minha família, meu time, minha rede de apoio e minha equipe foram fundamentais para que eu não desistisse e pudesse chegar aqui hoje.”
A campeã olímpica saiu de Guarulhos ainda criança e desde os 11 anos mora no Rio de Janeiro. Sobre os planos para o pós-Olimpíada, Rebeca não sabe dizer. “Meu foco e minha cabeça estão 100% em Paris.”
Felicidade e orgulho são as palavras que definem os sentimentos de Rebeca que será uma das mulheres que irão representar o Brasil em Paris, que terá após 100 anos igualdade de gênero entre os atletas.
“Fico feliz e orgulhosa de ver a força do esporte feminino, em ver as atletas mulheres cada vez mais ocupando espaços e mostrando seu valor. A presença feminina na delegação brasileira tem aumentado a cada ciclo, não apenas entre atletas mas também em outras áreas, com profissionais de vários setores, e isso é uma conquista importante.”
Para mulheres que buscam um dia realizar seus sonhos, no esporte ou em outra área, Rebeca deixa uma mensagem: não desistam.
“Desejo que vocês sonhem, que lutem, que corram atrás. Seja pensando ou tendo a Olimpíada como objetivo, seja mirando em outro sonho pessoal ou profissional, dê o seu máximo, se dedique e não deixe que nada ou ninguém te faça desistir. Faça sempre o seu melhor.”
Rebeca Andrade foi classificada com um time de peso para disputar a medalha olímpica de ginástica artística em Paris. Além da guarulhense, a seleção brasileira contará com Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Júlia Soares.
A disputa de Rebeca será com a americana Simone Biles e para alcançar a melhor pontuação, a atleta brasileira apostará em um novo salto que, se for realizado nos jogos de Paris, ganhará o nome de “Andrade”, em sua homenagem. A classificatória do time feminino de ginástica artística será no dia 27 de julho.