Grupo de jovens no trabalho (Tom Merton/Getty Images)
Por Diego Cidade, fundador da Academia do Universitário
Apesar de cada pessoa ter sua própria personalidade, existem padrões de comportamento para determinadas comunidades e grupos que compartilham valores e outros aspectos em comum – e não é diferente com essa turma.
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Como já nasceram inseridos no digital, a Geração Z adapta-se facilmente a diferentes sistemas e ferramentas de trabalho, o que pode ser extremamente positivo para vagas em áreas de produto e empresas do mercado de tecnologia.
Porém, se mostram tão dependentes de tecnologia para exercer suas atividades que acabam tendo dificuldades em tarefas mais convencionais, cenário esse que acabou se intensificando durante a pandemia e o home-office forçado, como se comunicar com eficácia e estabelecer boas relações interpessoais, conforme mostra estudo publicado pelo LinkedIn em 2021, que aborda os prejuízos causados à comunicação entre as equipes pelo 'home office', após analisar mais de 60 mil profissionais.
Além disso, são profissionais mais ambiciosos e realistas em relação ao que querem para si, pois é possível que tenham observado dificuldades que seus pais ou familiares próximos passaram em períodos de recessão e crise.
Por isso, encaram a busca por vagas de maneira objetiva e positiva, priorizando: segurança financeira, possibilidade de crescimento, preservação da saúde e bem-estar. (Veja como ser feliz no emprego, segundo a Geração Z)
Além de serem bastante criativos, eles são mais práticos que os millennials, o que os permite enxergar os desafios com uma perspectiva diferente e desenvolver soluções inéditas em pouco tempo. Então, preferem se candidatar a vagas em empresas que dão liberdade para a inovação e incentivam o intraempreendedorismo.
Além disso, esses profissionais buscam oportunidades de fazerem parte de organizações que atuam com propósitos bem definidos, relevantes e que admiram. Afinal, entendem que o trabalho não deve ser resumido apenas em execução de tarefas, rotinas e lista de afazeres.
Embora tudo isso seja importante, eles priorizam ambientes que permitam o alinhamento de produtividade e satisfação, como explica a Psicologia Positiva – conceito apresentado nos anos 90 por Martin Seligman, Psicólogo norte-americano considerado o pai da psicologia positiva, que se concentra em ações que visam aumentar a sensação de satisfação e bem-estar.
A Sodexo, uma das empresas de benefícios corporativos mais completa do mundo, realiza diversas pesquisas a fim de disponibilizar um Índice de Qualidade de Vida no Trabalho, que compreende quais os fatores interferem na qualidade de vida dos trabalhadores e mede sua satisfação em relação à ela, através das seguintes dimensões:
● Reconhecimento: iniciativas da empresa que têm o objetivo de valorizar e recompensar as pessoas;
● Facilidade e Eficiência: conjunto de fatores que contribuem para que o profissional faça um bom trabalho (processos fluidos, acesso a serviços e pessoas chave, entre outros);
● Crescimento Pessoal: tudo o que permite o aprendizado e desenvolvimento do profissional;
● Saúde e Bem-estar: promoção de um estilo de vida saudável, baseado em uma alimentação equilibrada e na prática de exercícios físicos;
● Relações Interpessoais: o que reforça vínculos e facilita o acesso à cultura e ao entretenimento;
● Ambiente Físico: o que contribui para que uma pessoa se sinta confortável e segura no ambiente em que está.
Segundo este indicador, o índice geral de qualidade de vida do trabalhador atualmente é de 6,5 pontos, numa escala de 0 a 10.
Tendo em vista que esses jovens passam grande parte do tempo consumindo conteúdos em meios digitais e não trabalham somente pelo dinheiro, mas querem fazer parte de algo que esteja alinhado com seus propósitos, é necessário:
● investir em divulgação de vagas em canais digitais, como redes sociais, portais de vagas e sites institucionais;
● evitar processos extremamente burocráticos, repletos de etapas e testes;
● permitir horários e ambientes de trabalhos dinâmicos;
● manter os princípios organizacionais atualizados de acordo com o que a sociedade considera relevante;
● definir um propósito e defendê-lo em sua cultura organizacional e operações;
● permitir o intraempreendedorismo, dando oportunidade ao protagonismo e inovação desses profissionais dentro do negócio.
Seguindo essas dicas para otimizar a estrutura de seus processos seletivos e avaliar como o seu negócio é percebido pelas gerações mais novas – que são os potenciais candidatos, inclusive consumidores da sua marca, as chances da empresa atrair e reter esses talentos será consideravelmente maior.