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Mudança à vista

A Ernst & Young Terco reviu suas políticas de RH para reter e promover mais mulheres. Um caminho que está sendo seguido por mais empresas

Diana Quintas, gerente sênior da Ernst & Young Terco: “Pensei em desistir” (Raul Junior/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 17h12.

São Paulo - No Brasil, seis em cada dez mulheres com idade igual ou superior a 16 anos de idade trabalham. No entanto, quando se olha o interior das empresas nota-se que o ambiente corporativo ainda é majoritariamente masculino, principalmente se considerarmos os cargos de liderança. As mulheres ocupam apenas 23% dos postos de gerência, 12% dos de diretoria e 7% dos de presidência, segundo dados do Guia VOCÊ S/A-EXAME – As Melhores Empresas para  Você Trabalhar, relativos ao ano passado.

Lá fora, a situação não é diferente. Uma pesquisa da consultoria americana Catalyst mostra que, das 500 corporações listadas pela revista Fortune, menos de 3% têm presidentes do sexo feminino e somente 13,5% dos cargos mais altos são ocupados por mulheres. Essa realidade tem incomodado muitas empresas no Brasil. Isso se deve

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à necessidade de reter os bons profissionais e à preocupação das organizações de criar um ambiente de trabalho mais diversificado. As mulheres já competem em pé de igualdade com os homens na hora da contratação. Porém, por volta dos 35 anos elas começam a deixar as corporações. Os principais motivos para essa evasão são a culpa de passar pouco tempo com o bebê, a inflexibilidade das companhias com relação à jornada de trabalho e a falta de perspectiva de crescimento.

A consultoria Ernst & Young Terco (E&Y Terco) sentiu na pele a perda de suas funcionárias por um bom tempo. “Nós contratamos 50% de homens e 50% de mulheres no nosso programa de trainee e percebíamos que logo depois que elas ascendiam e assumiam um cargo de gerência vinham os planos de ser mãe e, na volta da licença-maternidade, deixavam a empresa”, diz Tatiana da Ponte, diretora de capital humano para a América Latina.

Uma pesquisa interna revelou os motivos da evasão: as longas jornadas de trabalho e a culpa que resultava de estar longe de seus bebês. Para reverter a situação, foi implementado um programa de meia jornada, que possibilitou a elas trabalhar em casa uma vez por semana até que a criança complete 1 ano de idade. Com isso, a E&Y Terco conseguiu ampliar o número de mulheres na companhia. Em 2007, havia 702 profissionais do sexo feminino. Atualmente, são 1 472.

Além de flexibilizar a jornada, o RH passou a oferecer programas de coach e mentoria para orientá-las sobre como desenvolver suas competências para chegar às posições de liderança. “Se no retorno da licença a mulher não enxerga possibilidade de crescimento na carreira, ela vai priorizar a vida pessoal e deixar a empresa”, diz Tatiana. Hoje, cresceu a participação delas como sócias. Em 2007, a E&Y Terco tinha apenas cinco sócias — atualmente são 13.

A representatividade feminina no comitê executivo também aumentou. Até o ano passado, o comitê tinha uma mulher. Desde então, Tatiana ocupa a segunda cadeira feminina. Regina Madalozzo, professora e pesquisadora do Insper, reconhece o esforço de organizações como a E&Y Terco, mas considera que a flexibilidade de horário poderia ser estendida aos homens. “Ao fazer isso, as empresas também estariam incentivando as mulheres a continuar inseridas no mercado.”

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