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Metade dos jogadores encerra carreira na falência, diz consultor

Apesar dos altos salários, uso de drogas e álcool e investimentos ruins fazem atletas encerrarem a carreira sem dinheiro

Maradona teria encerrado a carreira com uma dívida de US$ 37 milhões com o fisco (Alexandre Battibugli/Placar)
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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 11h58.

Berlim - As notícias sobre os salários recebidos por muitos jogadores nos principais campeonatos europeus fazem as cifras saltarem aos olhos de quem as lê, mas segundo o gerente da empresa de consultoria alemã Schips Finanz, Hans Schips, metade dos atletas encerra a carreira na falência.

"Cerca de 30% dos jogadores em atividade estão perto da ruína financeira, e 50% deles estão quebrados quando terminam a carreira", afirmou Schips em entrevista publicada nesta quarta-feira pela revista "Sport Bild".

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A ideia de que, para muitos jogadores, depois do estrelato vem a decadência - alguns sucumbem às drogas ou ao álcool -, é antiga. Os casos de Garrincha, no Brasil, ou George Best e Paul Gascoigne, no Reino Unido, são frequentemente lembrados.

Também o episódio dos US$ 37 milhões de dívida fiscal que Diego Maradona supostamente tinha ao fim de sua carreira costuma ser mencionado, além de todos os problemas enfrentados pelo ídolo argentino em sua vida pessoal.

No entanto, não é necessário que os jogadores se entreguem a grandes excessos para que acabem dilapidando o patrimônio que acumularam.

O ganês Souleyman Sané, que nos anos 80 jogou em vários clubes da Alemanha, ganhou durante a carreira o equivalente hoje a 2 milhões de euros, o que para muitos seria o suficiente para garantir uma confortável aposentadoria.

Atualmente, o ex-jogador, de 49 anos, casado com uma alemã e pai de quatro filhos, tem uma renda mensal de 1,5 mil euros.

"Não tenho que pedir esmolas, só preciso prestar mais atenção a certas coisas", disse Sané à "Sport Bild".

O ganês, que agora trabalha como técnico do modesto DJK Wattenscheid, explicou que a perda de sua fortuna começou com um investimento equivocado de 150 mil euros, valor que perdeu em sua totalidade. O prejuízo trouxe outros custos, e assim suas economias foram pouco a pouco desaparecendo.

Wilhelm Baumgarten, representante de jogadores e diretor da agência de consultoria Stars&Friens, se diz convencido de que os piores negócios acontecem nos vestiários.

"Um jogador veterano conta aos mais jovens quão bom é seu assessor financeiro e, no fim, este acaba vendendo imóveis desvalorizados e fundos de ações altamente especulativos, dos quais os jogadores não precisam. Dessa forma, eles ficam com um armário cheio de contratos que só tornam ricos aqueles que os venderam", afirmou.

O coreano Cha Bum-Kun, que atualmente tem 57 anos, se salvou da quebra quando foi contratado pelo Bayer Leverkusen em 1983 e o clube assumiu dois imóveis nos quais o jogador havia investido boa parte de sua renda. O alemão Erwin Kostedde, que atuou entre 1965 e 1983 em clubes como Borussia Dortmund e Werder Bremen, perdeu toda sua fortuna ao ser enganado por um suposto assessor financeiro.

A tudo isso se acrescenta o tema dos conhecidos e familiares - ou supostos conhecidos e familiares - que pedem ajuda financeira, e o luxo que normalmente acompanha a vida de jogadores que, muitas vezes, sendo ainda jovens, passam subitamente a ter salários milionários quando pouco tempo atrás viviam em condições simples.

Há casos mais recentes, como o do atacante brasileiro Aílton, que foi campeão alemão com o Werder Bremen em 2004 e que em sua época de glória chegou a gastar 100 mil euros mensais em roupas. Atualmente, segundo a "Sport Bild", ele integra a lista de jogadores à beira da falência.

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