MBA à paulistana

São Paulo é, definitivamente, a capital dos MBAs. É fácil chegar a essa conclusão depois de uma rápida olhada no ranking publicado no mês passado pelo Guia Você s.a. -- Os Melhores MBAs no Brasil 2001. Dos 33 cursos pesquisados neste ano, 13 são paulistanos, ou 40%. Não é apenas uma questão de quantidade. No ranking dos melhores MBAs Executivos (lato sensu), por exemplo, os programas paulistanos predominam. Dentre os dez primeiros colocados da lista, sete foram ocupados por escolas como USP/FIA, Ibmec, Business School São Paulo, entre outras -- o que revela a alta qualidade do ensino oferecido por aqui.

A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo lidera pela segunda vez consecutiva a outra lista publicada no guia, a dos mestrados executivos (stricto sensu). Além do peso do diploma da FGV, uma das melhores e mais bem-conceituadas instituições de ensino do país, a escola é, disparado, a preferida das empresas. Dos 600 diretores de recursos humanos ouvidos pela pesquisa de Você s.a., cerca de 25% a citaram como uma das três melhores do Brasil. Nada mau se levarmos em conta que o nome da escola importa, e muito, na hora de o aluno apresentar seu currículo ao mercado de trabalho.

Pelo resultado da pesquisa, é possível determinar também o perfil dos executivos paulistanos que voltaram aos bancos escolares em busca de uma visão generalista do mundo dos negócios. Essas pessoas têm, em média, 33 anos -- e no mínimo dez de experiência gerencial. São predominantemente homens (75%) e ganham cerca de 5 mil reais por mês. A maioria é gerente (33,3%) da área de operações (12,8%). Outra curiosidade é o valor médio cobrado pelos programas executivos de universidades públicas e privadas da capital paulista: 44,9 mil reais -- contra 26,3 mil reais, média geral do guia. Essa enorme diferença é atribuída principalmente à inclusão na pesquisa, neste ano, das duas primeiras universidades estrangeiras a aterrissar em São Paulo: a Pittsburgh e a Michigan. Ambas afirmam que os MBAs oferecidos no Brasil seguem o padrão de excelência dos cursos realizados nos Estados Unidos -- e, é claro, cobram em dólar.

Apesar do preço salgado, a entrada das estrangeiras proporciona aos alunos a possibilidade de estudar em instituições de primeira linha, com aulas e professores internacionais, sem precisar embarcar para outro país nem parar de trabalhar um ou dois anos para se dedicar exclusivamente aos estudos. O leque de opções não pára de crescer. A preferência das escolas internacionais pela cidade de São Paulo é notória. Além da Michigan e da Pittsburgh, o terceiro nome de peso a se instalar na capital foi a americana Thunderbird. Com o curso em pleno andamento, a escola irá formar a primeira turma em fevereiro do ano que vem. E, apesar de não confirmarem a informação, há rumores de que Wharton, Chicago e Harvard, entre outras, estiveram recentemente sondando o nosso mercado.