Maioria dos profissionais busca ativamente mudar de emprego, aponta pesquisa
Entre os fatores que mais pesam na decisão de trocar de emprego, a remuneração se destaca como a principal motivação para 86,5% dos profissionais entrevistados. Conheça os outros fatores


Repórter
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 18h03.
A insatisfação no trabalho e a busca por melhores condições profissionais têm levado a maioria dos profissionais brasileiros a procurar novas oportunidades de emprego. De acordo com a pesquisaGuia Salarial - Tendências Candidatos e Empresas 2025, realizada pela consultoria Michael Page, 51,4% dos trabalhadores estão ativamente buscando um novo emprego. Esse percentual supera significativamente os que não estão procurando (27%), os que pretendem mudar de emprego dentro de um ano (13,5%) e aqueles que planejam a mudança em seis meses (8,1%).
Motivações para a mudança
Entre os fatores que mais pesam na decisão de trocar de emprego, a remuneração se destaca como a principal motivação para 86,5% dos profissionais entrevistados. O modelo de trabalho flexível, seja híbrido ou remoto, aparece como o segundo critério mais importante (56,8%), seguido por benefícios adicionais, como plano de saúde e previdência privada (45,9%). Outros aspectos, como cultura organizacional e oportunidades de crescimento interno, foram mencionados por 27% dos participantes.
Lucas Toledo, diretor executivo da Michael Page, aponta que os resultados da pesquisa refletem uma transformação nas prioridades do mercado de trabalho. “ O desejo de mudança entre os profissionais reflete uma evolução nas expectativas do mercado: além de uma remuneração competitiva, os talentos buscam flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e um propósito claro no trabalho. Para as empresas, compreender essas demandas é essencial para atrair e reter talentos de forma sustentável ”, afirma o executivo.
O que atrai – e o que afasta – os profissionais
O levantamento também analisou os principais elementos que tornam uma nova proposta de trabalho atraente para os candidatos. O salário continua sendo o maior diferencial para 51,4% dos entrevistados, seguido por benefícios adicionais (16,2%), modelo de trabalho e reputação da empresa (ambos com 13,5%) e, em menor grau, as habilidades técnicas exigidas para a função (5,4%).
Por outro lado, a pesquisa também identificou os principais motivos que levam um profissional a recusar ou até abandonar uma oferta de emprego. O desequilíbrio entre vida pessoal e profissional lidera essa lista, sendo citado por 59,5% dos entrevistados. Em seguida, aparecem salários ou benefícios abaixo do mercado e um mau clima organizacional (56,8% cada), além de uma liderança inadequada, apontada por 48,6% como um fator decisivo para recusar uma oportunidade.
“ As empresas que desejam se destacar na atração e retenção de talentos precisam ir além de oferecer salários competitivos. Criar um ambiente que valorize o bem-estar, a flexibilidade e uma cultura organizacional voltada para o desenvolvimento contínuo e o propósito é fundamental. Ao antecipar essas tendências, as organizações se tornam referência para os melhores profissionais e garantem um impacto positivo no longo prazo ”, analisa Toledo.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa da Michael Page contou com a participação de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil, abrangendo desde cargos estratégicos de suporte até altos executivos. O objetivo do estudo foi capturar uma visão ampla sobre as expectativas dos profissionais em relação à carreira, o papel das empresas no desenvolvimento profissional e os elementos essenciais para uma proposta de valor competitiva no mercado de trabalho.
Com um mercado dinâmico e altamente competitivo, as organizações que conseguirem alinhar suas ofertas às novas expectativas dos talentos estarão um passo à frente na disputa pelos melhores profissionais.