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Há vagas de marketing em concursos, embora restritas

Apesar dos poucos cargos específicos, profissionais da área podem exercer a atividade ao entrarem para funções ligadas à comunicação social e à administração

Pessoa fazendo prova: Petrobras, Furnas e Telebras são algumas das empresas que disponibilizam vagas em marketing (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 08h52.

Rio de Janeiro - Há menos de cinco anos era quase impossível encontrar nos concursos públicos vagas com denominações como profissional de marketing júnior ou analista de marketing. Hoje, apesar de serem poucas, as provas para cargos com nomenclaturas semelhantes estão presentes em grandes companhias estatais. As vagas específicas para marketing nos concursos, no entanto, ainda são restritas, mas a importância da área em empresas de economia mista e órgãos do governo aumenta cada vez mais

A Petrobras e as suas subsidiárias, como BR distribuidora e Transpetro, Furnas e Telebras são algumas empresas que disponibilizam vagas em marketing. Esta última, inclusive, está atualmente com concurso aberto para a área. Os pré-requisitos das seleções, no entanto, nem sempre incluem os profissionais com essa formação.

A maioria das vagas é aberta para bacharéis em administração ou em comunicação social e algumas vezes desconsidera a graduação de marketing. Como o curso é mais recente que os tradicionais e presente em um número menor de universidades, o mais comum é que os cargos acabem sendo ocupados por pessoas de outras formações.

Profissionais em busca de oportunidades

Um grande número dos profissionais que trabalham atualmente em marketing ou tem grande vontade de atuar no setor público vem de outras graduações, como engenharia, publicidade e administração. Alguns desses cursos dão ênfase ao Marketing por meio de uma grande carga horária de disciplinas relevantes para a atividade. Além disso, é comum que alunos de diferentes bacharelados resolvam, ao se formarem, se especializarem em marketing com pós-graduações e MBA´s.


Esses profissionais, que costumam ter um olhar voltado para o mercado privado, estão enxergando o setor público como uma opção devido à estabilidade e aos altos salários. Ana Cecília Portugal se formou pela PUC-Rio em publicidade e propaganda em 2009 e no mesmo ano passou em segundo lugar para analista de marketing em furnas. O concurso público era para cadastro de reserva e voltado para profissionais com habilitação em publicidade e marketing. “Estudei nove horas por dia durante três meses com curso intensivo e valeu à pena”, destaca Ana Cecília.

Ela foi chamada em 2011 junto com outras três pessoas para o cargo e se tornou uma das responsáveis por ajudar a criar e estruturar a área de Marketing da empresa de geração e transmissão de energia. “O Marketing ainda está começando nos órgãos públicos. O setor ainda precisa descobri-lo”, avalia Marcelo Pontes, chefe do departamento de marketing da ESPM.

Vagas restritas. Por quê?

Mas por que ainda há poucas vagas para marketing? Alguns motivos incluem o fato de o serviço ser prestado por empresas terceirizadas e pelo recrutamento ser feito, em alguns casos, por processo seletivo para vagas temporárias com o objetivo de suprir as necessidades de pessoal momentâneas.

Outra razão está ligada à maneira como as empresas se relacionam com seus consumidores. As estatais monopolistas, por exemplo, não precisam se preocupar com a concorrência e, consequentemente, dão menor valor ao diálogo com seus públicos. “As vagas em Marketing são mais comuns em órgãos que tem preocupação com a imagem institucional ou que mantêm uma relação direta com o consumidor final”, avalia Cristiano Henrique Ribeiro, coordenador pedagógico do Curso Radix.


A visão principal vigente entre aquelas que dão mais valor ao Marketing é de que a área é um conhecimento complementar a outras graduações e, consequentemente, a outros setores. “As empresas de economia mista ou os órgãos da administração pública direta entendem o Marketing muito mais como uma função ou área conexa a outras do que propriamente como um cargo para um bacharelado específico”, analisa Cristiano Henrique.

Valorização do Marketing no setor público

Mesmo em empresas de economia mista, o marketing não costuma ser percebido como uma área desassociada de outras. A Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), por exemplo, exigiu no edital do concurso desse ano no fim de 2012 com vaga para analista de comunicação social conhecimentos específicos como marketing de serviço e mix de marketing.

O cargo, no entanto, só será ocupado por pessoas que se graduaram em comunicação social. “O marketing aparece nos órgãos públicos ligado ao setor de Comunicação e, eventualmente, a atendimento ao consumidor”, avalia o chefe do departamento de marketing da ESPM.

A tendência, no entanto, é que as empresas do setor público, incluindo as estatais, deem cada vez mais importância às suas estruturas de marketing. O cidadão tem reclamado mais dos serviços prestados e exigido o mesmo tipo de tratamento e atenção que recebem da iniciativa privada. “Não tem como fugir disso. Não só pela questão da necessidade de atender melhor o consumidor, mas também pela eficiência que isso traz em termos de produtividade e facilidade de processos”, destaca Marcelo Pontes, da ESPM.


Atuação interna

Mesmo com todas as dificuldades para entrar no setor público, uma vez lá dentro, o profissional de marketing encontra inúmeras possibilidades de trabalho, pois é possível entrar por outros cargos e migrar internamente. O Banco do Brasil abre concurso público para escriturário permitindo candidatos de diversas áreas. Depois de contratados, esses profissionais podem passar por uma seleção interna para assumir uma posição na diretoria de marketing e comunicação. Atualmente, o setor tem 109 pessoas atuando em propaganda, patrocínio, marketing esportivo, e posicionamento de marca.

Na Petrobras o movimento entre setores é recorrente. Augusto Masini assumiu o cargo de administrador na empresa em 2006, mas como tinha conhecimentos em marketing atuou na área e foi requisitado para diferentes projetos relacionados. “A formação em marketing nas empresas públicas dá uma flexibilidade muito grande dentro do ambiente corporativo porque são poucas as pessoas que têm uma experiência real nisso. Há uma carência muito grande desses profissionais no setor”, avalia Augusto Masini Knupfer, que também atua como professor de Marketing no Ibmec e na FGV.

Veja abaixo empresas com vagas abertas para profissionais com experiência ou interesse em marketing:

Vagas Pré-requisitos Período de inscrição Salário base
Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebras) Analista de MarketingGraduação em Comunicação Social11/01/2013 até 31/01/2013

R$ 5.825,11

Codemig – MG

Analista de Comunicação Social, Analista de Administração e outrosGraduação em Comunicação Social, em Administração e outros07/02/2013 até 13/03/2013R$ 4.200,00

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Rio de Janeiro - Há menos de cinco anos era quase impossível encontrar nos concursos públicos vagas com denominações como profissional de marketing júnior ou analista de marketing. Hoje, apesar de serem poucas, as provas para cargos com nomenclaturas semelhantes estão presentes em grandes companhias estatais. As vagas específicas para marketing nos concursos, no entanto, ainda são restritas, mas a importância da área em empresas de economia mista e órgãos do governo aumenta cada vez mais

A Petrobras e as suas subsidiárias, como BR distribuidora e Transpetro, Furnas e Telebras são algumas empresas que disponibilizam vagas em marketing. Esta última, inclusive, está atualmente com concurso aberto para a área. Os pré-requisitos das seleções, no entanto, nem sempre incluem os profissionais com essa formação.

A maioria das vagas é aberta para bacharéis em administração ou em comunicação social e algumas vezes desconsidera a graduação de marketing. Como o curso é mais recente que os tradicionais e presente em um número menor de universidades, o mais comum é que os cargos acabem sendo ocupados por pessoas de outras formações.

Profissionais em busca de oportunidades

Um grande número dos profissionais que trabalham atualmente em marketing ou tem grande vontade de atuar no setor público vem de outras graduações, como engenharia, publicidade e administração. Alguns desses cursos dão ênfase ao Marketing por meio de uma grande carga horária de disciplinas relevantes para a atividade. Além disso, é comum que alunos de diferentes bacharelados resolvam, ao se formarem, se especializarem em marketing com pós-graduações e MBA´s.


Esses profissionais, que costumam ter um olhar voltado para o mercado privado, estão enxergando o setor público como uma opção devido à estabilidade e aos altos salários. Ana Cecília Portugal se formou pela PUC-Rio em publicidade e propaganda em 2009 e no mesmo ano passou em segundo lugar para analista de marketing em furnas. O concurso público era para cadastro de reserva e voltado para profissionais com habilitação em publicidade e marketing. “Estudei nove horas por dia durante três meses com curso intensivo e valeu à pena”, destaca Ana Cecília.

Ela foi chamada em 2011 junto com outras três pessoas para o cargo e se tornou uma das responsáveis por ajudar a criar e estruturar a área de Marketing da empresa de geração e transmissão de energia. “O Marketing ainda está começando nos órgãos públicos. O setor ainda precisa descobri-lo”, avalia Marcelo Pontes, chefe do departamento de marketing da ESPM.

Vagas restritas. Por quê?

Mas por que ainda há poucas vagas para marketing? Alguns motivos incluem o fato de o serviço ser prestado por empresas terceirizadas e pelo recrutamento ser feito, em alguns casos, por processo seletivo para vagas temporárias com o objetivo de suprir as necessidades de pessoal momentâneas.

Outra razão está ligada à maneira como as empresas se relacionam com seus consumidores. As estatais monopolistas, por exemplo, não precisam se preocupar com a concorrência e, consequentemente, dão menor valor ao diálogo com seus públicos. “As vagas em Marketing são mais comuns em órgãos que tem preocupação com a imagem institucional ou que mantêm uma relação direta com o consumidor final”, avalia Cristiano Henrique Ribeiro, coordenador pedagógico do Curso Radix.


A visão principal vigente entre aquelas que dão mais valor ao Marketing é de que a área é um conhecimento complementar a outras graduações e, consequentemente, a outros setores. “As empresas de economia mista ou os órgãos da administração pública direta entendem o Marketing muito mais como uma função ou área conexa a outras do que propriamente como um cargo para um bacharelado específico”, analisa Cristiano Henrique.

Valorização do Marketing no setor público

Mesmo em empresas de economia mista, o marketing não costuma ser percebido como uma área desassociada de outras. A Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), por exemplo, exigiu no edital do concurso desse ano no fim de 2012 com vaga para analista de comunicação social conhecimentos específicos como marketing de serviço e mix de marketing.

O cargo, no entanto, só será ocupado por pessoas que se graduaram em comunicação social. “O marketing aparece nos órgãos públicos ligado ao setor de Comunicação e, eventualmente, a atendimento ao consumidor”, avalia o chefe do departamento de marketing da ESPM.

A tendência, no entanto, é que as empresas do setor público, incluindo as estatais, deem cada vez mais importância às suas estruturas de marketing. O cidadão tem reclamado mais dos serviços prestados e exigido o mesmo tipo de tratamento e atenção que recebem da iniciativa privada. “Não tem como fugir disso. Não só pela questão da necessidade de atender melhor o consumidor, mas também pela eficiência que isso traz em termos de produtividade e facilidade de processos”, destaca Marcelo Pontes, da ESPM.


Atuação interna

Mesmo com todas as dificuldades para entrar no setor público, uma vez lá dentro, o profissional de marketing encontra inúmeras possibilidades de trabalho, pois é possível entrar por outros cargos e migrar internamente. O Banco do Brasil abre concurso público para escriturário permitindo candidatos de diversas áreas. Depois de contratados, esses profissionais podem passar por uma seleção interna para assumir uma posição na diretoria de marketing e comunicação. Atualmente, o setor tem 109 pessoas atuando em propaganda, patrocínio, marketing esportivo, e posicionamento de marca.

Na Petrobras o movimento entre setores é recorrente. Augusto Masini assumiu o cargo de administrador na empresa em 2006, mas como tinha conhecimentos em marketing atuou na área e foi requisitado para diferentes projetos relacionados. “A formação em marketing nas empresas públicas dá uma flexibilidade muito grande dentro do ambiente corporativo porque são poucas as pessoas que têm uma experiência real nisso. Há uma carência muito grande desses profissionais no setor”, avalia Augusto Masini Knupfer, que também atua como professor de Marketing no Ibmec e na FGV.

Veja abaixo empresas com vagas abertas para profissionais com experiência ou interesse em marketing:

Vagas Pré-requisitos Período de inscrição Salário base
Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebras) Analista de MarketingGraduação em Comunicação Social11/01/2013 até 31/01/2013

R$ 5.825,11

Codemig – MG

Analista de Comunicação Social, Analista de Administração e outrosGraduação em Comunicação Social, em Administração e outros07/02/2013 até 13/03/2013R$ 4.200,00
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