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Falar sobre lifelong learning é fácil, mas e colocar em prática?

Conceito ganhou força nos últimos anos propondo o aprendizado ao longo da vida; conheça estratégias que podem ajudar a aplicar essa cultura no dia a dia

Paula Esteves, da Cia de Talentos: Segundo pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apenas 2,5% das pessoas são capazes de realizar atividades simultâneas com eficiência (Jessica Peterson/Getty Images)

Paula Esteves, da Cia de Talentos: Segundo pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apenas 2,5% das pessoas são capazes de realizar atividades simultâneas com eficiência (Jessica Peterson/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de março de 2024 às 10h42.

Por Paula Esteves, Co-CEO da Cia de Talentos, diretora da ABRH Berrini e da ONG Instituto Ser+

Acredito que todo mundo sabe da importância de continuar estudando e manter o conhecimento atualizado. Isso vale para todas as idades, para todos os momentos, para todas as áreas e para todos os cargos.

Por isso, não vou gastar seu tempo para provar a relevância do lifelong learning, um conceito que ganhou força nos últimos anos, desafiando o modelo tradicional de educação e propondo o aprendizado ao longo da vida.

Em vez de explicar por que você deve estudar sempre, eu quero focar em um sentimento que surge diante dessa demanda do aprendizado contínuo: a angústia.

Vamos falar a verdade? Nem sempre é fácil lidar com essa jornada do lifelong learning, mas existem estratégias que podem ajudar bastante.

A importância do foco

Um dos maiores desafios do aprendizado contínuo é justamente saber o que estudar, afinal, em um mundo com uma velocidade de transformação gigantesca, a sensação é de que acordamos todos os dias desatualizados. Com isso, é natural bater aquele desespero e querer correr para tirar o atraso sobre a inovação do momento, por exemplo.

Se é esse o seu caso, mude a estratégia

Quando nós tentamos estudar tudo ao mesmo tempo, a chance é de que, no fim das contas, não vamos saber falar em profundidade sobre nada. O segredo aqui é fazer uma boa curadoria, ou seja, selecionar os temas que, de fato, são relevantes naquele momento.

Você não precisa saber de tudo, ninguém domina todos os assuntos. O que você precisa saber é das suas demandas de conhecimento. Que tipo de formação fará diferença hoje na sua carreira? No que você precisa se atualizar para melhorar seu desempenho? O que mudou na sua área de atuação?

Refletir sobre essas perguntas é uma forma de definir prioridades e evitar uma estratégia de lifelong learning sem foco. Aliás, “foco” é a palavra-chave para um processo de aprendizado bem-sucedido.

Tem quem diz que faz mil coisas ao mesmo tempo e eu sei que o mito do multitask é forte no mundo corporativo, mas estudos já provaram que são poucas as pessoas que realmente conseguem distribuir a atenção entre várias tarefas de forma igual.

Segundo pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apenas 2,5% das pessoas são capazes de realizar atividades simultâneas com eficiência, ou seja, talvez não seja uma boa ideia estudar um assunto rapidinho no meio de uma reunião ou durante uma palestra. Prefira separar um tempo, com calma, para se dedicar a um aprendizado de qualidade.

Reflita sobre os gaps de conhecimento

Uma provocação que costumo fazer nesse sentido é: o que vai ajudar a girar o ponteiro para que você melhore a sua performance? Ou seja, qual conteúdo fará diferença? Qual conhecimento ou habilidade irá elevar o patamar do seu desempenho?

São as respostas para essas perguntas que devem direcionar as suas escolhas de aprendizado. Use isso como guia, e não a angústia de sentir que está para trás.

Em um mundo em que a velocidade da transformação é cada vez maior, com novas tecnologias sendo incorporadas na sociedade e nas empresas a cada momento, a necessidade de atualização do conhecimento será constante. E a sensação de estar desatualizado também.

Entretanto, garanto que não é só você que se sente assim. Todo mundo sofre com essa angústia. O que você precisa fazer para se livrar dela é saber as suas necessidades de conhecimento e começar a trabalhá-las com foco ao longo da sua jornada de aprendizado contínuo.

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