Executivos de banco são demitidos por uso indevido do WhatsApp
Bancos de Wall Street restringiram o uso do WhatsApp e de outras plataformas de mensagens instantâneas com criptografia de ponta a ponta nos últimos meses.
Thiago Lavado
Publicado em 20 de outubro de 2020 às 16h09.
Duas pessoas com os cargos de maior peso no departamento de commodities do Morgan Stanley vão deixar o banco por violações de conformidade relacionadas ao uso de ferramentas de comunicação como o WhatsApp , segundo duas pessoas a par do assunto.
Nancy King, responsável global por commodities, e Jay Rubenstein, responsável por trading de commodities, estão saindo, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. O Morgan Stanley não quis comentar.
O banco é um dos maiores traders de commodities em Wall Street ao lado do Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Citigroup.
A saída dos executivos veteranos ocorre depois que o banco descobriu o uso de meios eletrônicos de comunicação não autorizados, como o aplicativo de mensagens WhatsApp. Nenhuma irregularidade foi encontrada, mas o uso desses canais de comunicação viola a política do banco, disseram as pessoas.
Bancos de Wall Street restringiram o uso do WhatsApp e de outras plataformas de mensagens instantâneas nos últimos meses. As mensagens no WhatsApp são criptografadas do início ao fim e não podem ser monitoradas facilmente pelos departamentos de conformidade.
No início do ano, o JPMorgan penalizou mais de uma dúzia de operadores por usarem o WhatsApp no trabalho, demitiu um funcionário e cortou o pagamento de bônus do restante.
King e Rubenstein não responderam imediatamente a mensagens com pedido de comentários.
King entrou no Morgan Stanley há 34 anos, negociando petróleo e sendo promovida na divisão de commodities para se tornar a mulher mais graduada do setor em Wall Street. Rubenstein, que muitos consideravam seu provável sucessor, entrou em 2007 em trading de energia e depois assumiu o comando de energia e gás, de acordo com os perfis deles no LinkedIn.
O site SparkSpread informou anteriormente sobre a saída dos executivos.