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Estamos no limite da ansiedade e também temos culpa por isso

Mais da metade dos profissionais vive em estado contínuo de ansiedade, segundo pesquisa. E eles são corresponsáveis por isso, diz coach

Ansiedade: aprender a lidar com ela é essencial (Thinkstock/Thinkstock)

Camila Pati

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 07h16.

São Paulo – Dores de cabeça, sobrepeso, problemas gastrointestinais, insônia, cansaço extremo. Estes distúrbios físicos “desfilam” a torto e a direito em ambientes de trabalho de empresas brasileiras e podem ser resultado direto de um fato alarmante: os profissionais brasileiros estão no limite da ansiedade.

Recente pesquisa realizada com 1,2 mil pessoas traduz a gravidade do problema em números. Mais da metade delas vive em estado contínuo de ansiedade e quase 10% estão à beira de um colapso.

A falta de transparência e clareza na gestão estratégica e as mudanças frequentes de rota operacional são dois dos gatilhos da ansiedade no trabalho, segundo a pesquisa.

Em um mundo em que tudo é pra ontem, a dificuldade em negociar prazos, estabelecer limites e os encaixes de projetos não previstos na rotina de trabalho completam o terreno fértil para a aflição e angústia, segundo os ansiosos corporativos.

Culpa exclusiva da gestão da empresa? Não, na opinião da coach Jacqueline Weigel, responsável pelo levantamento.“Profissionais são corresponsáveis por esta situação porque se comportam como vítimas passivas”, diz ela.

De um lado, gestores devem entender que o que estão fazendo não funciona, e que o ser humano aguenta trabalhar sob pressão quando ela faz sentido, diz. “Tenho visto muitos ambientes de trabalho caóticos”, afirma.

Do outro, os profissionais também precisam aumentar a sua capacidade de lidar com a ansiedade, segundo a coach. E dentro deste contexto, ela dá alguns conselhos aos mais aflitos:

1. Autoconhecimento e autogestão

Volte o olhar para si e adote o hábito de observar e refletir. “As pessoas precisam tomar as rédeas de suas vidas e compreender que são donas da sua inteligência emocional ”, diz Jaqueline.

Sem autoconhecimento e sem autogestão emocional, profissionais vão ficando para trás. “São pessoas que criam mais confusão do que geram resultados”, diz.

2. Fuja de padronizações sobre o sucesso

Modelos padronizados de sucesso são frustrantes. “Melhor do que tentar se enquadrar em caixinhas, é buscar uma fórmula autêntica para o seu desenvolvimento”, diz a coach.

3. Desenvolva competências

Capacidade de planejamento, organização, concentração e foco são habilidades cruciais porque têm potencial para travar o ciclo de ansiedade. “É preciso ter coragem para dizer não, para fazer escolhas”, diz Jaqueline.

4. Mais espiritualidade pode ajudar

“Percebo que as pessoas que mais têm inteligência emocional têm uma conexão espiritual que as deixa mais tranquilas. Isso me chamou muito a atenção”, diz Jaqueline.

Não se trata de religião e sim de estar conectado a valores, à ética e ao que traz propósito e significado para a vida. Sem isso, sobra o insuportável.

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São Paulo – Dores de cabeça, sobrepeso, problemas gastrointestinais, insônia, cansaço extremo. Estes distúrbios físicos “desfilam” a torto e a direito em ambientes de trabalho de empresas brasileiras e podem ser resultado direto de um fato alarmante: os profissionais brasileiros estão no limite da ansiedade.

Recente pesquisa realizada com 1,2 mil pessoas traduz a gravidade do problema em números. Mais da metade delas vive em estado contínuo de ansiedade e quase 10% estão à beira de um colapso.

A falta de transparência e clareza na gestão estratégica e as mudanças frequentes de rota operacional são dois dos gatilhos da ansiedade no trabalho, segundo a pesquisa.

Em um mundo em que tudo é pra ontem, a dificuldade em negociar prazos, estabelecer limites e os encaixes de projetos não previstos na rotina de trabalho completam o terreno fértil para a aflição e angústia, segundo os ansiosos corporativos.

Culpa exclusiva da gestão da empresa? Não, na opinião da coach Jacqueline Weigel, responsável pelo levantamento.“Profissionais são corresponsáveis por esta situação porque se comportam como vítimas passivas”, diz ela.

De um lado, gestores devem entender que o que estão fazendo não funciona, e que o ser humano aguenta trabalhar sob pressão quando ela faz sentido, diz. “Tenho visto muitos ambientes de trabalho caóticos”, afirma.

Do outro, os profissionais também precisam aumentar a sua capacidade de lidar com a ansiedade, segundo a coach. E dentro deste contexto, ela dá alguns conselhos aos mais aflitos:

1. Autoconhecimento e autogestão

Volte o olhar para si e adote o hábito de observar e refletir. “As pessoas precisam tomar as rédeas de suas vidas e compreender que são donas da sua inteligência emocional ”, diz Jaqueline.

Sem autoconhecimento e sem autogestão emocional, profissionais vão ficando para trás. “São pessoas que criam mais confusão do que geram resultados”, diz.

2. Fuja de padronizações sobre o sucesso

Modelos padronizados de sucesso são frustrantes. “Melhor do que tentar se enquadrar em caixinhas, é buscar uma fórmula autêntica para o seu desenvolvimento”, diz a coach.

3. Desenvolva competências

Capacidade de planejamento, organização, concentração e foco são habilidades cruciais porque têm potencial para travar o ciclo de ansiedade. “É preciso ter coragem para dizer não, para fazer escolhas”, diz Jaqueline.

4. Mais espiritualidade pode ajudar

“Percebo que as pessoas que mais têm inteligência emocional têm uma conexão espiritual que as deixa mais tranquilas. Isso me chamou muito a atenção”, diz Jaqueline.

Não se trata de religião e sim de estar conectado a valores, à ética e ao que traz propósito e significado para a vida. Sem isso, sobra o insuportável.

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