Nos EUA, estado propõe subsídio de US$ 750 mil para empresas testarem semana de trabalho 4 dias
Um projeto de lei do estado de Maryland prevê a concessão de incentivos fiscais para empresas públicas e privadas que quiserem testar uma semana de trabalho reduzida para os funcionários, sem cortes de salários
Luciana Lima
Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 18h53.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2023 às 19h29.
Depois de países como Islândia e Emirados Árabes, os Estados Unidos podem ser os próximos a criar uma legislação incentivando a adoção de uma semana de trabalho de quatro dias.
Há duas semanas, foi apresentado na Assembleia Legislativa do estado de Maryland um projeto de lei que prevê a concessão de incentivos fiscais para empresas públicas e privadas que quisessem testar uma semana de trabalho reduzida, sem diminuição de salários.
De acordo com o texto, empresas que optarem por alterar a jornada de pelo menos 30 funcionários de 40 horas para 32 horas podem obter um crédito fiscal até US$ 750 mil por ano.
O patrocínio do estado teria duração de até dois anos, mas o programa deveria ser encerrado em 2028, sendo supervisionado do começo ao fim pelo Departamento de Trabalho de Maryland.
“As pessoas querem mais tempo livre para passar com suas famílias”, disse ao site CNBC, Vaughn Stewart, representante do 19º distrito de Maryland e responsável por apresentar o projeto de lei.
De acordo com Stewart, a inspiração para o projeto de lei veio do experimento global realizado em 2022 com trabalhadores da Espanha, Islândia, Reino Unido, Canadá e do próprio EUA, liderado pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global.
Após um teste de seis meses, os trabalhadores que participaram do programa disseram sentir uma melhora na produtividade e queda nos níveis de esgotamento.
As empresas relataram um aumento de 8% na receita durante o período de teste e todas disseram que planejavam continuar com a semana de trabalho reduzida no futuro.
Em fevereiro, legisladores da Câmara e do Senado de Maryland devem realizar audiências sobre o projeto de lei. Caso ele seja sancionado, o programa entrará em vigor em 1º de julho.
No ano passado, um projeto semelhante entrou em tramitação na Califórnia, mas acabou não indo para a frente.