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Do 7 a 1 à mordida de Suarez, 17 lições de carreira da Copa

Do vexame do Brasil frente a Alemanha à mordida de Suarez, passando pela saída precoce da Espanha: o que os principais fatos desta Copa ensinam para carreira

Tempo de celebrar sucessos e amargar com os fracassos (Reuters/Eddie Keogh)

Camila Pati

Publicado em 11 de julho de 2014 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h07.

São Paulo – Principal campeonato de futebol mundial, a Copa do Mundo é uma grande oportunidade para celebrar o sucesso ou amargar o fracasso das estratégias das equipes participantes. Trabalho em grupo, brilho individual de grandes estrelas do esporte, favoritismo e zebras e a maior derrota do Brasil em uma semifinal são alguns dos aspectos marcantes desta Copa e que trazem reflexões e lições importantes. O aprendizado é futebolístico, mas pode ser transferido para quem não tem o esporte como carreira também. É o que propõe Yuri Trafane, sócio da Ynner Treinamentos. Confira 17 lições da Copa que servem para profissionais de empresas também:
  • 2. A atuação do Brasil que culminou na derrota por 7 a 1

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    Fatos: Campanha da seleção brasileira culminou no vexame na semifinal. “O grande tropeço foi a face visível de um monte erros que foram se acumulando”, diz Trafane. Falta de controle emocional, esquema tático inflexível e igual para todos os adversários, esperança só no talento individual, falta de plano B são alguns dos fatos que marcaram a seleção até agora. Lições de carreira: “Em um mundo competitivo e com altas cobranças, é necessário desenvolver inteligência emocional para lidar com situações extremas. Sem isso, um executivo ou uma equipe profissional pode por tudo a perder”, diz Trafane. Outra lição que fica a partir da rigidez tática do Brasil é que as estratégias devem ser adaptadas de acordo com o ambiente. “Variações devem ser desenvolvidas para lidar com concorrentes, clientes e canais de distribuição diferentes”, diz o sócio da Ynner Treinamentos. Outro ponto que o especialista cita é que não necessariamente a reunião de talentos individuais resulta em equipe com resultados geniais. “É como diz o ditado: pessoas inteligentes, agindo inteligentemente de forma individual podem gerar um resultado coletivo não inteligente”, cita Trafane. A necessidade de um plano B em caso de perda de peças chaves do grupo também é essencial para um gestor de equipes e resultados. “Nenhum projeto pode ser colocado em prática em uma empresa sem a existência de um plano de contingências”, afirma o especialista.
  • 3. Saída precoce da Espanha, campeã em 2010

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  • Fato: a Espanha saiu cedo da Copa e sofreu a derrota mais humilhante de um atual campeão mundial. “Muitos analistas espanhóis atribuem o ocorrido à falta de renovação da equipe espanhola que ainda é muito parecida com a de 2010”, diz Yuri Trafane. Lição de carreira: “o sucesso gera um apego desproporcional às práticas correntes”, diz Trafane. O resultado é  que os profissionais podem ficar “cegos” para novas formas de agir. “Ao mesmo tempo, os concorrentes aprendem como combater a estratégia que havia sido vencedora”, explica o sócio da Ynner Treinamentos.
  • 4. A surpreendente Costa Rica

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    Fato: a Costa Rica chegou às quartas de final da Copa e ninguém esperava que ela passasse da primeira fase, já que disputava vaga com campeões mundiais como a Inglaterra, Itália e Uruguai, no chamado “grupo da morte”. Lição de carreira: “Em um mundo em que o conhecimento se movimenta de forma veloz, o tempo de gestação de um concorrente perigoso é muito mais curto e ele pode aparecer de locais inesperados”, diz Trafane. De acordo com ele, desprezar pequenos adversários pode ser a receita para ser surpreendido.
  • 5. Fim do fator surpresa complicou a vida da Costa Rica

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    Fato: já conhecida como adversário forte, a Costa Rica começou seu calvário nas quartas de final. “A Holanda se impôs e jogou infinitamente melhor, mesmo que tenha precisado ir até os pênaltis para vencer”, diz Trafane. Lição de carreira: o fator surpresa de quem é novo no mercado e inova é um grande aliado. Mas a fama traz dificuldades, é sempre bom lembrar. A visibilidade pede atenção redobrada, segundo o especialista.
  • 6. Troca de goleiros da Holanda

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    Fato: na quartas-de-final, o técnico da Holanda trocou o goleiro no finalzinho da prorrogação do jogo contra a Costa Rica. “Em uma decisão acertada levou seu time para a semifinal do torneio ao apostar em um jogador que estava sendo preparado para uma função especial”, diz Trafane. Contra a Argentina, o técnico holandês foi criticado por não ter adotado a mesma postura, já que a disputa foi aos pênaltis e a Holanda perdeu. Lições de carreira: “só líderes corajosos se arriscam em estratégias inusitadas”, diz o sócio da Ynner Treinamentos. O inusitado, diz ele, confunde concorrentes e cria vitórias surpreendentes. Outra lição é que há momentos em que só os especialistas conseguem fazer a diferença. “É que seus conhecimentos profundos de temas específicos podem levar a vantagens competitivas fundamentais”, diz Trafane.
  • 7. Descontrole emocional tirou jogadores de campo

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    Fato: descontrole emocional levou jogadores à expulsão. O caso mais emblemático de ataque de raiva - a mordida de Luis Suarez no italiano Chiellini - no entanto, não teve consequências imediatas porque o juiz não viu, mas baniu o astro uruguaio da Copa e do futebol por meses. Lição de carreira: “O tempo passa e algumas coisas não mudam. Muitos profissionais continuam perdendo espaço e oportunidades por deixarem a emoção tomar conta em momentos em que a razão deveria falar mais alto”, diz Trafane.
  • 8. A reincidência de Suarez

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    Fato: a mordida em Chiellini, jogador da Itália, não foi a primeira da carreira do uruguaio Suarez. Nem a segunda.  Em 2010 e 2013, novamente, ele cravou seus dentes em advesários. Lição de carreira: em uma contratação, o histórico de carreira é levado em conta. “Um comportamento anormal não costuma surgir de uma hora para outra”, diz Trafane. Por isso recrutadores fazem um trabalho de investigação, em grande parte das vezes.
  • 9. Chile mudou a escalação para jogar contra a Espanha

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    Fato: Depois de ter vencido a Austrália, o Chile surgiu com outra escalação para jogar contra a Espanha. Venceu com um time diferente daquele vitorioso contra a equipe australiana. “Contra a Austrália, o Chile pode usar um time mais ofensivo, mas isso não significa que deveria ter feito o mesmo contra a Espanha”, diz Trafane. Lição de carreira: situações diferentes pedem estratégias diferentes. “Uma estratégia que funciona dentro de uma situação competitiva pode não funcionar na outra”, diz o sócio da Ynner Treinamentos.
  • 10. Buffon assume a responsabilidade pela derrota da Itália

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    Fato: O goleiro GianluigiBuffon da Itália assumiu a responsabilidade pela derrota da Itália contra o Uruguai e consequente eliminação ainda na primeira fase. Não procurou culpados e, mesmo eleito o melhor em campo naquela partida pela Fifa, disse: "às vezes é bom assumir culpas" . “A entrevista de Buffon depois da derrota  foi uma pérola de consciência e ponderação”, diz Yuri Trafane Lição de carreira: reconhecer erros e melhorar a partir deles é passo fundamental para ter sucesso profissional. “Buffon é um dos atletas mais bem sucedidos em atividade no futebol atual. Coincidência?”, pergunta o especialista.
  • 11. Cristiano Ronaldo não pode fazer a diferença

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    Fato: Diferentemente de Messi, Roben e Neymar, Cristiano Ronaldo não fez a diferença no seu time. “Argentina, Brasil e Holanda têm jogadores que ajudam seus astros. Já o time de Portugal é abaixo da crítica”, diz Trafane. Lição de carreira: “um gênio no mundo empresarial só gera impacto se tiver o mínimo de ajuda de colegas que criem condições para que sua genialidade se manifeste”, diz Trafane.
  • 12. Sobram erros na defesa nesta Copa

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    Fato: muitos gols aconteceram porque zagueiros quiseram “jogar bonito” e acabaram errando. Lição de carreira: “em alguns momentos na empresa é necessário deixar de lado o perfeccionismo e fazer as coisas de forma incompleta ou com qualidade baixa, mas fazer”, diz Yuri Trafane, da Ynnner Treinamentos.
  • 13. Jogadas ensaiadas renderam muitos gols na Copa

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    Fato: 21% dos gols na fase de grupos vieram de jogadas ensaiadas. Lição de carreira: processos claros, treinados com afinco, são um dos ingredientes de uma empresa e de profissionais eficientes segundoTrafane.
  • 14. Reservas brilharam

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    Fato: 20% dos gols na fase de grupo da Copa do Mundo de 2014 foram feitos por reservas. Lição de carreira: em ambientes competitivos, é preciso que todos do time contribuam para que o sucesso seja alcançado, lembra Yuri Trafane, sócio da Ynner Treinamentos.
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