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Creches facilitam trabalho da mulher em Paris, diz prefeita

A prefeita de Paris diz que sua principal vantagem ao competir com outras cidades é que as creches de Paris estão amplamente disponíveis e baratas

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo: na cidade, 87% das mulheres em idade ativa trabalham, em parte graças a uma rede de centros de cuidado infantil (Christophe Morin/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2015 às 21h39.

Talvez Paris seja o lar de algumas das maiores empresas e de alguns dos melhores museus de arte da Europa.

A prefeita Anne Hidalgo diz que sua principal vantagem ao competir contra as outras cidades do mundo é que as creches estão amplamente disponíveis e são baratas.

Na capital francesa, 87 por cento das mulheres em idade ativa trabalham, em parte graças a uma rede de centros de cuidado infantil, que aceitam crianças de apenas três meses, e a um sistema escolar público, que as absorve aos três anos.

“Esse modelo concede às mulheres a possibilidade de não precisar escolher entre ter um filho ou ter uma vida profissional”, disse Hidalgo em uma entrevista.

“Isso é muito importante porque permite que toda a classe média possa trabalhar. Isso vai sustentar e impulsionar a economia”.

Em todo o país, 83 por cento das mulheres francesas de 25 a 55 anos participam da força de trabalho, de acordo com o instituto nacional de estatísticas, Insee.

O valor se compara com cerca de 75 por cento nos EUA, de acordo com o Departamento de Estatísticas do Trabalho.

No nível corporativo, as mulheres também estão mais presentes em Paris do que em qualquer outro lugar.

As companhias de capital aberto com sede em Paris têm uma média de 37,3 por cento de mulheres em cargos gerenciais, na comparação com 12 por cento em Xangai, 17 por cento em Tóquio, 27 por cento em Londres e 32 por cento em Nova York, de acordo com dados compilados pela Bloomberg a partir de fatos relevantes das empresas.

As mães – e os pais – da França têm outras vantagens em relação a seus pares dos EUA. O sistema nacional de assistência médica atende a todos e inclui incentivos para a assistência pré-natal regular. Além disso, as famílias com mais de três filhos recebem um subsídio mensal do governo.

Centros municipais

Cerca de 45 por cento das crianças em idade pré-escolar em Paris estão em creches municipais, na comparação com cerca de 15 por cento em todo o país, de acordo com a prefeitura de Paris.

As creches na França são dirigidas pelas autoridades municipais.

O custo da creche é menor para as famílias que ganham menos e começa a partir de apenas 18 centavos de euro (US$ 0,20) por hora.

Os que recebem um salário líquido mensal de mais de 7.145 euros por mês não têm direito de usá-las e devem buscar alternativas particulares, mas recebem um desconto nos impostos pelos custos.

Embora os parisienses reclamem da dificuldade de encontrar vaga para os bebês de três meses, a situação é melhor do que em Nova York, onde só neste ano o prefeito Bill de Blasio conseguiu atingir sua meta de pré-jardim da infância universal – para crianças de quatro anos.

Cerca de 70.000 crianças de Nova York foram inscritas no novo programa para este outono americano, de acordo com a prefeitura.

O programa federal “Headstart”, para famílias de baixa renda, também está disponível para as crianças, desde o nascimento até os quatro anos de idade.

Três filhos

A administração de Hidalgo prometeu acrescentar 5.000 vagas às 34.000 já existentes nas creches até 2020.

Hidalgo, 55, nascida na Espanha, se tornou cidadã francesa aos 14 anos e é a primeira prefeita de Paris.

Ela tem um filho com o marido, Jean Marc Germain, parlamentar, e dois filhos de uma relação anterior.

“Como eu tenho três filhos, às vezes os jornalistas me perguntam se eu me sinto culpada de vez em quando pelas escolhas que fiz em relação à minha vida profissional, política e familiar, e eu respondo que não”, disse Hidalgo na semana passada.

“Nunca me senti culpada e meus filhos estão bem. Precisamos optar pela empregabilidade das mulheres, trata-se de um elemento de sustentabilidade econômica para um país e para uma cidade como a minha”.

São Paulo - Quando se pensa em participação feminina na força de trabalho, os primeiros países que vêm à mente são aqueles ricos e conhecidos pela maior igualdade de gênero (como os nórdicos). Mas os dados surpreendem: na verdade, os quatro únicos países com uma proporção maior de mulheres do que de homens trabalhando ou procurando emprego são todos africanos, segundo um relatório recente do Fórum Econômico Mundial. Isso não significa que estes são os países onde as mulheres vivem melhor ou experimentam mais igualdade, e sim que não há uma relação direta entre renda per capita e participação feminina na força de trabalho.  A curva lembra um “U”: em países pobres, as mulheres precisam trabalhar por pura necessidade. Quando a renda (e a oferta de serviços públicos) melhora um pouco, elas podem sair do mercado de trabalho para se dedicar mais ao trabalho doméstico e aos filhos. Na medida que os níveis de renda avançam, a participação feminina volta a crescer – resultado de educação, baixa fertilidade, e acesso a serviços. Políticas governamentais e fatores culturais também contam muito, é claro.  Com 20 pontos percentuais de diferença entre a participação de homens e mulheres, o Brasil está no meio do caminho - pior do que Estados Unidos e Peru mas na frente de Chile, Itália e Japão. Veja o top 15:
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