Como o RH pode contribuir para o desenvolvimento da inteligência emocional dos colaboradores
Estratégias e práticas para desenvolver habilidades emocionais essenciais no ambiente corporativo
Repórter na Exame Corporate Education
Publicado em 25 de julho de 2024 às 17h17.
Última atualização em 26 de julho de 2024 às 10h43.
Essa semana o filme “Divertida Mente 2” se tornou o mais visto do Brasil, marcando a volta do grande público aos cinemas. Apesar da classificação infantil, a animação da Pixar também é sucesso de bilheteria (e memes) no público adulto, explorando de forma profunda o comportamento humano através da personificação das emoções.
Ter um filme tão didático para ensinar inteligência emocional para crianças é um privilégio dessa nova geração. Atualmente, essa é uma habilidade crítica no ambiente de trabalho, responsável por 75% dos fracassos em carreiras de liderança, de acordo com um estudo da Center for Creative Leadership.
O que é inteligência emocional
Ao contrário do que muitos pensam, ter inteligência emocional não é conseguir ser sempre frio e racional. Ela é, na verdade, a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos, assim como perceber as emoções de outras pessoas, e usar essas informações para guiar pensamentos e atitudes.
Inteligência emocional no ambiente de trabalho
As emoções influenciam diretamente a maneira como as pessoas interagem entre si e resolvem problemas, sendo uma competência crucial para empresas que valorizam o bem-estar, a diversidade, a segurança psicológica e a saúde mental dos colaboradores, além de promover um ambiente mais inovador e produtivo.
A Exame Corporate Education, em parceria com a Hays do Rio de Janeiro, convidou o especialista Éder Monteiro para debater com diretores de RH de grandes empresas como o departamento pode auxiliar a carreira de talentos que precisam gerenciar melhor as emoções no trabalho.
Antes do debate, Éder destacou alguns impactos da gestão das emoções nas relações corporativas. “A ausência ou a presença de inteligência emocional marca as pessoas”, disse Éder Monteiro, head de RH da Zydus Brasil.
7 Impactos da falta de inteligência emocional nas relações corporativas
- Excesso de competitividade
- Bullying corporativo
- Microgerenciamento
- Falta de transparência
- Imparcialidade
- Alto nível de estresse
- Alta rotatividade
7 Impactos da Inteligência Emocional nas relações corporativas
- Melhora a comunicação
- Facilita a resolução de conflitos
- Aumenta a produtividade
- Promove bem-estar
- Aumenta a colaboração
- Fomenta a inovação
- Melhora a retenção de talentos
“Historicamente as habilidades técnicas foram mais valorizadas do que as comportamentais e essa realidade favoreceu a construção de ambientes tóxicos e uma dificuldade em reconhecer, demonstrar e gerenciar sentimentos", disseVanessa Zehetmeyer - diretora de recrutamento executivo da Hays.
Como o RH pode contribuir para desenvolver inteligência emocional nos colaboradores?
1.Autoconhecimento e diálogos transparentes
“O RH pode ser muito útil com ações simples, promovendo autoconhecimento e tendo muito diálogo com as pessoas que forem identificadas ou até denunciadas com falta de inteligência emocional. Acredito que oferecer recursos e diálogo é realmente cuidar de pessoas e ajudá-las a se transformarem e serem melhores, disse Adriana Prado, Diretora de RH da InvestSmart XP, durante o debate.
2.Treinamento e desenvolvimento em habilidades comportamentais
Outra maneira pela qual o RH pode contribuir é oferecendo letramento, conscientização e treinamentos específicos em habilidades emocionais. A Exame Corporate Education tem uma variedade de especialistas e cursos destinados a melhorar a inteligência emocional dos colaboradores.
Os treinamentos podem ser oferecidos como experiências práticas, workshops e ainda trilhas de aprendizagem com experiência de cinema, com temas como:
- Comunicação não violenta
- Inteligência Emocional
- Inteligência Positiva
- Felicidade Organizacional
- Mindfulness
- Vida Integrada
- Gestão do eu
“É importante ressaltar que o emocional também é impactado pela competência técnica, a insegurança gera emoções e comportamentos ruins. Por isso, aqui na Exame oferecemos cursos de habilidades técnicas e comportamentais na nossa plataforma de aprendizagem contínua”, disse Martha Didier - líder de sucesso do cliente na Exame Corporate Education.
3.Empatia e inclusão
“Algumas emoções não são enxergadas da mesma maneira quando manifestadas em homens e mulheres, entre líderes e liderados, por exemplo. É importante ficarmos atentos a esses vieses e sempre promover o olhar da empatia”, disse André Borges - Diretor Regional da Hays, durante o debate.
Nesse contexto, a inteligência emocional é reforçada pelo incentivo a práticas de inclusão, empatia e uma gestão humanizada, que visam criar ambientes onde a personalidade de cada um possa ser respeitada, independente das diferenças e hierarquias presentes nas relações.
4.Planejamento de crise
Situações de grandes mudanças e alta pressão fazem parte do mundo corporativo e costumam gerar muitos conflitos quando não são bem administradas.
Os planejamentos de crises são oportunidades valiosas para desenvolver a inteligência emocional dos colaboradores através de treinamentos, simulações e reflexão pós-crises.Letramento e repertório ajudam a saber o que fazer em situações difíceis, além de contribuir para um ambiente mais estável e controlado.
5.Inteligência Emocional no recrutamento e seleção
Por fim, Éder Monteiro destacou a importância do RH aprender a avaliar a inteligência emocional das pessoas desde o recrutamento e seleção, apresentando algumas técnicas para medir o quociente de inteligência emocional (QE).
Diferente dos testes de QI, que costumamavaliar raciocínio lógico, verbal, numérico e memória em processos seletivos, os questionários de “QE” buscam identificar uma combinação de habilidades interpessoais que ajudam a ter sucesso no trabalho e na vida.
Ainda não há uma maneira padrão de medir esse quociente de inteligência emocional (QE), mas existem diversas perguntas situacionais e exercícios de simulação que podem testar as habilidades emocionais dos candidatos, como lidar com um cliente insatisfeito ou mediar um conflito entre colegas, por exemplo.
“O emocional é um limitador de potencial de diversos talentos e executivos, por isso é fundamental ajudar os colaboradores a reconhecer e gerenciar sentimentos. Emoção não se controla, ela é inevitável, o comportamento a partir da emoção é o que podemos aprender controlar”, finalizou Éder Monteiro.