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Como o Brexit afeta estudantes brasileiros no Reino Unido?

O processo por meio do qual o Reino Unido sairá da União Europeia afetará a maneira como o país trata estrangeiros

LONDRES: Novelão Brexit afeta os estudantes brasileiros (Neil Hall/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2019 às 15h00.

Última atualização em 28 de março de 2019 às 16h32.

Se você acompanha o noticiário internacional (o que é bem provável se você está pensando em estudar fora), já deve ter lido sobre o “ Brexit ”. Trata-se, de maneira resumida, do processo por meio do qual o Reino Unido vai sair da União Europeia. Após ser aprovado num referendo em 2016, o processo ainda está sendo negociado — mas, ao que tudo indica, vai acontecer.

Essa mudança tem consequências profundas não só para os cidadãos do Reino Unido, como para o mundo todo. E se você pretende estudar naquela região, pode estar preocupado: afinal, como o Brexit pode afetar estudantes brasileiros que estudam (ou pretendem estudar) no Reino Unido?

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Mudanças para os brasileiros

De acordo com Gabriela Araujo, coodenadora educacional, o Brexit não deve afetar a vida da maioria dos estudantes brasileiros. Ela trabalha na LoveUK, uma empresa que faz parcerias com universidades do Reino Unido e ajuda alunos brasileiros que queiram estudar naquela região a chegar até lá.

Segundo ela, o processo de emissão de vistos não deve passar por muitas mudanças. Atualmente, brasileiros que queiram estudar no Reino Unido precisam de um visto “Tier 4”, que é válido para graduação, mestrado, doutorado e até mesmo para cursos de inglês com mais de 11 meses de duração.

Isso deve continuar igual mesmo após o Brexit, segundo ela. E estudantes brasileiros que já estejam no Reino Unido com esse visto também poderão continuar seus estudos sem se preocupar com a documentação.

Para quem muda?

A exceção, no entanto, são os brasileiros que estejam no Reino Unido com um passaporte de outra nacionalidade. Por exemplo, brasileiros que tenham passaporte português ou italiano e que tenham usado esse passaporte para entrar no Reino Unido.

Isso porque, atualmente, o Reino Unido não exige que pessoas de outros países europeus tenham visto para entrar em seu território. Mas é possível que após o Brexit isso mude, e o Reino Unido passe a tratar de maneira diferente alguns países da Europa.

Nesse caso, a mudança pode afetar alunos brasileiros que estejam no Reino Unido com passaportes desses paísesMas de acordo com Gabriela, os detalhes sobre isso ainda serão acordados no futuro, e precisarão ser avaliados caso a caso, já que é possível que cada país da Europa venha a receber um tratamento diferente.

E se eu quiser viajar pela Europa?

Muitos brasileiros que vão estudar no Reino Unido aproveitam a oportunidade para conhecer outros países da Europa. Afinal, estando lá, é mais fácil e barato chegar aos outros países do bloco. E, naturalmente, existe a preocupação de que o Brexit — por mudar a maneira como a Inglaterra se relaciona com o resto da Europa — possa alterar esse cenário.

Mas Gabriela afirma que, ao menos para os estudantes brasileiros, isso não deve mudar. Ela explica: “hoje em dia, os brasileiros podem entrar na União Europeia sem visto, quer venham daqui, quer venham da Inglaterra. Mesmo com o Brexit, eles continuarão a ser vistos por outros países como pessoas com passaporte brasileiro, então o tratamento não muda”.

O Reino Unido vai oferecer menos bolsas para brasileiros?

Para muitas pessoas, o Brexit representa o Reino Unido se fechando em suas próprias fronteiras. E, diante dessa ideia, surge um medo compreensível de que o país para de oferecer bolsas-de-estudo a estrangeiros que queiram estudar em suas universidades.

Gabriela, porém, diz que não há motivos para temer isso. “Embora essa ideia [de que o Reino Unido está se fechando] faça sentido, as universidades continuam sendo muito abertas e investindo justamente no contrário dessa visão. Todo contato que a gente [da LoveUK] tem com os representantes das universidades de lá reforça que elas querem continuar a trazer estudantes internacionais”, diz.

*Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

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