Carreira

Como fazer pós-graduação no exterior? Veja o passo a passo

Caso o ojetivo seja cursar algo fora do Brasil, explicamos neste texto o passo a passo com dicas e caminhos possíveis para fazer uma pós-graduação no exterior

Intercâmbio: estudar fora é essencial? (foto/Getty Images)

Intercâmbio: estudar fora é essencial? (foto/Getty Images)

EstudarFora

Quem pretende expandir a formação após terminar a graduação mas ainda tem algumas dúvidas sobre como alcançar isso,  deve ter em mente que uma das possibilidades é fazer uma pós-graduação na área que já atua ou em alguma próxima.

Caso o ojetivo seja cursar algo fora do Brasil, explicamos neste texto o passo a passo com dicas e caminhos possíveis para fazer uma pós-graduação no exterior.

Não é fácil escolher entre os milhares de programas e países disponíveis. E preparar-se para o application, o processo seletivo internacional,  é um processo que exige bastante tempo, especialmente para quem vai se candidatar a uma bolsa de estudos também.

Além do texto, estamos com inscrições abertas para o Prep Pós-Graduação, o primeiro curso online e gratuito que prepara jovens que sonham em fazer uma pós-graduação em outro país, mas não sabem por onde começar. Mais informações sobre como participar no link (disponível aqui).

E nós temos também uma newsletter na qual divulgamos, a cada semana, as principais oportunidades de pós-graduação no exterior com inscrições abertas.

Primeiros passos

Após você decidir que realmente quer realizar uma pós‑graduação no exterior e que a experiência será importante para a sua vida, começará a fase de pesquisa e planejamento. Esta etapa vai ajudá ‑lo a definir quais são os programas que mais se alinham ao seu perfil. Siga o passo a passo:

1. Entenda seus objetivos pessoais e profissionais

Questione-se e anote: O que você espera aprender na pós‑graduação no exterior? Quais resultados quer atingir na sua carreira? Essas duas perguntas-chave irão ajudá -lo a definir as universidades alvo.

2. Pesquise instituições

Descubra universidades na sua área de interesse. Há, provavelmente, muitas faculdades que não têm o nome tão conhecido no Brasil, mas que são referência em alguma área de conhecimento.Se você já conhecer algum professor ou pesquisador de renome de outro país, veja qual é a universidade dele!

3. Descubra quais são as melhores

Se você seguiu as duas etapas anteriores, agora possui muitas opções de instituições. Para afunilar essa listagem, é interessante analisar os rankings internacionais. Eles são bons guias para se conhecer o prestígio de uma universidade, desde que utilizados corretamente: “Muitos alunos erram ao olhar apenas para as 10 primeiras posições desses rankings. Essas universidades certamente são excelentes, mas também muito competitivas. Olhe sempre além das 25 primeiras”, orienta Marta Bidoli, diretora do EducationUSA Advising Center.

Dois rankings internacionais bastante conceituados são o U.S News & World Report – Graduate Schools Rankings e o QS – Postgraduate Studies. Algumas áreas tem seus próprios rankings, como é o caso do famoso rankings de cursos de MBA do jornal Financial Times.

4. Analise seu perfil e necessidade financeira

Faça uma autoanálise sincera, considerando a competitividade do seu perfil e sua capacidade de pagamentos dos custos da pós. Verifique junto às universidades qual é o perfil dos candidatos aprovados em outros anos (elas disponibilizam essas informações) e, se tiver necessidade, qual a probabilidade de conseguir uma bolsa de estudos.

5. Liste os requisitos exigidos pelas universidades

Após decidir para quais universidades você quer se candidatar, a sugestão é fazer uma planilha com todos os requisitos exigidos por essas instituições e seus respectivos prazos de entrega.

6. Planeje a candidatura

Com a planilha acima em mãos, faça um plano de ações para aprimorar o seu perfil e torná -lo mais competitivo, além de cumprir os prazos. Se precisar de auxílio nesse ponto, nós temos um cronograma exclusivo feito pelo Estudar Fora para te ajudar!

O que escolher: especialização, MBA ou mestrado acadêmico?

Na hora de optar por uma pós-graduação no exterior, o primeiro passo é entender o que cada programa oferece. Por aqui, quando se fala em mestrado, pensa-se automaticamente em cursos mais teóricos, voltadosa quem pretende seguir carreira acadêmica. Mas no exterior, há uma diferença significativa entre mestrados acadêmicos e profissionais. A seguir, vamos falar mais sobre os principais tipos de pós-graduação oferecidos.

Certificates ou extension courses

Estes cursos duram de três a 12 meses e concedem um certificado de especialista (não de mestre ou doutor). Eles são focados em determinadas áreas e são reconhecidos como uma experiência acadêmica no exterior. Faculdades renomadas como UCLA, Harvard e Columbia tem cursos voltados para diversas áreas que vão desde finanças até biotecnologia. O processo de admissão costuma ser mais simples que o do mestrado: você escolhe o curso que quer fazer, se inscreve e envia a documentação que pode incluir o seu diploma de bacharel, uma carta de motivação e a prova de proficiência no idioma inglês.

MBA, MPA ou MPP

O MBA é considerado um mestrado profissional e, por isso, tem um viés bastante prático. Dependendo da escola, o curso tem duração de um ou dois anos e é indicado, especialmente, para profissionais que já estão no mercado de trabalho há algum tempo, passaram por algum cargo de gerência e estão em busca de qualificação para assumir postos ainda mais importantes na carreira.

Os programas de Mestrado em Administração Pública (MPA) dão mais ênfase a técnicas de gestão e implementação de políticas públicas, enquanto os mestrados em Políticas Públicas (MPP) enfatizam pesquisa e avaliação. Ou seja, os profissionais interessados num MPP seriam aqueles que fazem as pesquisas que permitem programas e políticas para o setor público, enquanto aqueles que cursam um MPA de fato buscariam implementar esses programas e políticas, garantindo que fossem seguidas.

Mestrados acadêmicos

Como o próprio nome diz, destinam-se prioritariamente a quem pretende seguir carreira acadêmica ou na área de pesquisa. Os chamados “masters” contemplam as mais diferentes áreas, de ciências a artes. O processo de seleção — assim como o do MBA — envolve provas padronizadas (GMAT ou GRE), cartas de recomendação, redação, exame de proficiência no idioma e análise de histórico escolar e currículo profissional.

Como funciona a seleção para a pós-­graduação

O processo de seleção para a pós‑graduação no exterior não é necessariamente difícil, mas é trabalhoso e envolve uma série de etapas. O candidato deve começar a se preparar com pelo menos um ano de antecedência e ficar atento para não perder prazos.

Via de regra, os processos de seleção para programas de pós-graduação no exterior exigem cinco tipos de documentos: Histórico escolar / CV, Teste de idiomas, provas padronizadas como GMAT e GRE, Personal Statement, Cartas de recomendação. Além deles, programas de pós-graduação acadêmicos podem exigir um plano de pesquisa e cartas dos orientadores. E os processos podem ter entrevistas em algum momento também.

A seguir, vamos abordar cada uma dessas etapas.

Histórico acadêmico

É comum que editais para bolsas de estudo e candidaturas comuns, para graduação ou pós-graduação no exterior, mencionem o “histórico escolar” ou o “histórico acadêmico” critério na descrição do processo seletivo. Mais do que significar simplesmente “boas notas” na formação anterior, um bom desempenho acadêmico se traduz em vários aspectos da application.

É necessário entender, primeiramente, de que forma as notas são avaliadas pelas instituições de ensino. O histórico escolar é enviado à universidade, geralmente acompanhado de uma tradução para língua estrangeira, listando quais matérias um estudante cursou e quais as notas obtidas.

Nesse momento, as universidades consideram não só as notas separadamente, como também uma média – o que, nas instituições americanas, é chamado de GPA, semelhante à “média ponderada” que usamos por aqui. O resultado pode ser calculado com base em todas as matérias, ou com base em disciplinas tidas como essenciais.

“Tenho notas ruins, e agora?”

Ter um bom desempenho acadêmico não significa, necessariamente, ter notas 10 de cima a baixo. Uma nota ruim, ou um semestre particularmente difícil, podem passar batido, ainda que reduzam a média geral de um aluno.

Caso esse impacto seja significativo e justificável, vale usar etapas da candidatura para explicar o problema. Na aba de comentários adicionais, por exemplo, o estudante pode listar os motivos pelos quais teve problemas em um período, caso sejam razões dignas de nota. Uma perda na família, mudança de escola ou uma doença grave podem ser motivos, nesse caso.

Se o estudante for alguém que teve notas medianas ou ruins ao longo da formação, mas demonstrou claro interesse em melhorar, ou aumentou gradualmente suas notas, há outras saídas. Uma delas é contar com as cartas de referência, escritas por professores, para que expliquem de que forma houve uma evolução por parte do aluno. Ou ainda: dizer em quais outros sentidos, que não podem ser medidos por notas, o sujeito se sai bem.

CV (Curriculum vitae) para pós-graduação no exterior

Candidatos a vagas de emprego estão muito habituados a ter de enviar um Currículo para as empresas em que desejam trabalhar. Mas muitos brasileiros estranham o fato de que, para se candidatar a uma pós-graduação no exterior, um documento semelhante seja solicitado: o CV (Curriculum Vitae).

Em linhas gerais, o CV é uma sinopse da sua trajetória acadêmica e profissional, bem como experiências de pesquisa, publicações, prêmios e outras qualificações. O objetivo do CV é mostrar suas credenciais acadêmicas e sua adequação àquele programa de pós-graduação — por isso, o ideal é customizar o seu CV para destacar de que forma as suas habilidades atendem aos requisitos da instituição.

E, embora nem todas as universidades de fora peçam um CV, muitas vão pedir – e é importante saber o que incluir, o que não incluir e qual tamanho e formato este documento deve ter.

Diferenças entre Currículo Profissional e Currículo para Application

Embora possuam certas semelhanças, um currículo padrão de mercado de trabalho não vai funcionar para a sua candidatura à pós-graduação no exterior (e nem o contrário! Se quiser saber mais sobre currículo profissional, confira esta matéria do portal Na Prática).

O mais recomendável é que seja feito um currículo com foco no seu histórico acadêmico, conquistas e pontos fortes. Também é interessante incluir informações sobre sua trajetória profissional e interesses profissionais – mas o foco do CV deve ser a formação acadêmica relevante para o programa ao qual você está se candidatando.

Ambos são semelhantes porque devem ter:

  • Linguagem direta – use verbos de ação para descrever suas experiência
  • Layout limpo – garanta que tenha espaços em branco para facilitar a leitura
  • Correção gramatical – faça uma boa revisão do idioma em que for escrito e tome cuidado com erros de digitação

Ambos são diferentes porque:

  • O CV acadêmico pode ter mais de uma página – mas não abuse: 3 é o número máximo
  • O CV acadêmico inclui todas as suas experiências, e não apenas aquelas focadas em uma posição específica
  • O CV acadêmico deve destacar informações como publicações científicas e apresentações de pesquisa em eventos (o que não é relevante para o currículo profissional).

Você pode conferir um passo-a-passo para montar o CV ideal para a sua pós-graduação no exterior neste link.

Certificados de proficiência em inglês

Para fazer pós-graduação no exterior, você precisará comprovar proficiência em inglês por meio de algum certificado. Em geral, os certificados mais aceitos pelas universidades estrangeiras são o IELTS e o TOEFL, mas algumas delas aceitam os exames de Cambridge também.

TOEFL

O TOEFL, ou “Test Of English as a Foreign Language”, é uma das provas de língua inglesa mais solicitadas por universidades e instituições de ensino em geral. Ela é criada e administrada por uma organização sem fins lucrativos chamada ETS (que significa Educational Testing Service).

É a própria ETS que aplica o teste aqui no Brasil, por meio de parcerias com outras escolas e organizações. Como a prova é feita pelo computador, a aplicação pode ser feita em mais locais. Por esse motivo, há um grande número de locais e datas de realização do TOEFL no país, especialmente nas capitais.

Se você quiser saber onde (e quando) pode fazer o TOEFL, a maneira mais fácil é fazendo uma conta no site reservado pela ETS para o assunto (que pode ser acessado por meio deste link). Você precisará fornecer informações como nome e endereço, e no final poderá selecionar um período de até 60 dias e região para fazer a prova. Quando fizer isso, o site lhe mostrará as escolas que ministrarão a prova naquele período, e já lhe dá a opção de se inscrever.

IELTS

A sigla IELTS significa International English Language Testing System, e designa uma prova de inglês gerenciada por uma série de organizações diferentes, como o British Council, o IDP: IELTS Australia e a Cambridge Assessment English. Via de regra, o IELTS é a prova que costuma ser exigida por programas do Reino Unido, Austrália e outros países anglófonos fora da América. No continente americano, em geral pede-se mais o TOEFL.

No Brasil, o IELTS é ministrado por meio do British Council, que oferece a prova em 14 cidades do país. São elas (em ordem alfabética): Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Londrina, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Para descobrir as datas e locais mais adequadas para realizar o IELTS, basta acessar a página do exame no site brasileiro do British Council. Lá, é possível ver as próximas datas nas quais a prova será realizada em cada cidade. Caso o local em que você deseja realizar o teste não apareça lá, você também pode tentar verificar na página do IELTS no site internacional do British Council.

CAE / CPE

O CAE (Certificate in Advanced English) e o CPE (Certificate of Proficiency in English) são certificados de proficiência em inglês oferecidos pela Univesidade de Cambridge. Eles são emitidos a pessoas que realizam provas de inglês adequadas ao CEFR (Common European Framework of Refere for languages). O CEFR é um padrão internacional para descrever as habilidades de uma pessoa com uma língua estrangeira.

Por serem provas adequadas ao CEFR, o CPE e o CAE muitas vezes são válidos como documentos que comprovam a proficiência do falante em inglês. Dessa forma, elas acabam sendo aceitas no lugar do TOEFL ou do IELTS em cursos de curta duração ou intercâmbios de trabalho. Mas fique atento: muitas universidades e outros cursos exigem que o aluno realize o TOEFL ou o IELTS; nesse caso, por mais que ele já tenha o CAE ou o CPE, precisará fazer outra prova.

A maneira mais simples de se encontrar um local para realizar o CPE ou o CAE é por meio do site brasileiro da Cambridge English. Lá, você pode escolher qual certificado deseja tirar e encontrar todos os locais do Brasil que oferecem a prova correspondente.

Provas padronizadas (GMAT e GRE)

Para avaliar o conhecimento acadêmico de candidatos que vêm de outros países, as universidades estrangeiras (especialmente as dos EUA e da Europa) geralmente usam provas padronizadas, como o GMAT (Graduate Management Admission Test) ou o GRE (Graduate Record Examination).

Essas provas nunca são usadas como critério único de seleção. No entanto, elas costumam ser um dos pontos avaliados para pós-graduação no exterior, e uma nota negativa pode prejudicar sua candidatura. Fora isso, alguns programas exigem notas mínimas nessas provas para aceitar candidatos. Por isso, é importante se informar bem sobre elas. Veja no vídeo dicas para se preparar para elas:

O qu é GMAT?

O Graduate Management Admission Test (GMAT) é uma prova de admissão exigida pela maior parte das escolas de negócios nos Estados Unidos e na Europa. Mais de 5800 programas na área de negócios, em mais de 80 países, utilizam as notas do GMAT como uma etapa de seus processos de seleção de alunos. O GMAT é válido também em alguns masters em Finanças, Políticas Públicas, Relações Internacionais, dentre outros. O exame é administrado pelo Graduate Management Admission Council e é realizado em aproximadamente 110 países.

Ao contrário do que se acredita, o GMAT não testa nenhum conhecimento específico de negócios. O que o exame busca é o que costuma se chamar de “inteligência mental” e a habilidade de tomar decisões sob pressão de tempo.Diferente de uma prova convencional, o GMAT é uma espécie de prova “interativa”.

Como é realizada em um formato de Computer Adaptive Test (CAT), o teste permite que o nível das questões seja diferente dependendo do desempenho do candidato. Isso é, se você começa bem a prova, começam a vir questões mais complexas, que valem mais pontos. A progressão é gradativa pelas quatro seções do exame, que medem habilidades matemáticas, de análise de dados, verbais e de leitura e escrita analítica.

A pontuação do GMAT vai de 200 a 800 pontos, e quem quiser entrar numa escola mais competitiva deve mirar acima dos 700! A prova cobra uma taxa de inscrição de US$ 250 e não tem data fixa: o candidato deve agendá-la numa data disponível num centro conveniado. A prova pode ser refeita até 5 vezes por ano.

O que é GRE?

O GRE, um dos testes padronizados exigidos por universidades estrangeiras, vem dividido em três partes. A ideia é analisar o aluno em totalidade, combinando aspectos múltiplos. No caso do GRE, isso significa unir conceitos matemáticos à capacidade de elaborar interpretar textos, além de elaborar uma argumentação válida sobre questões.

Por isso, o GRE é dividido em quatro partes: Verbal Reasoning (raciocínio verbal), Reading Comprehension (compreensão da leitura), Analytical Writing (escrita analítica) e Quantitative Reasoning (raciocínio quantitativo). A aplicação dura 4 horas, ao todo. O exame é realizado diversas vezes por mês em várias cidades do Brasil, e a inscrição pode ser realizada online (mediante pagamento de uma taxa de 205 dólares).

Outro ponto importante quando o assunto é GRE vem justamente do estilo da prova. O método permite adaptar as questões ao desempenho do aluno, trazendo questões mais difíceis àqueles que se saem melhor logo de cara. Na nota final, divida pelas três seções do exame, leva-se em conta tal aspecto: quem encarou as perguntas mais complexas da prova, portanto, tem a nota adaptada ao nível de dificuldade.

A pontuação vai de 130 a 170 pontos para as seções de Verbal e Quantitative e de 0 a 6 para a seção de Writing. Uma boa pontuação é sempre relativa, pois depende da faculdade onde você pretende se candidatar — sendo que as próprias instituições oferecem notas médias como referência a estudantes interessados. Confira um exemplo:

Harvard University

Curso: História
Verbal: (de 165 a 169 pontos) e Quantitative (de 152 a 156 pontos)
Curso: Ciência da Computação
Verbal: (de 153 a 157 pontos) e Quantitative (de 159 a 163 pontos)

Personal Statement

Expressão comum nas candidaturas para pós-graduação no exterior, o personal statement (ou, em tradução livre, o “ensaio pessoal”) pode ser descrito como o coração da application. Em termos práticos, trata-se do primeiro texto a ser lido pelo comitê de admissão, que serve como forma de apresentação do candidato.

Seu personal statement é onde o candidato pode demonstrar quem é e contar mais de sua personalidade, de seus sonhos e das ideias que segue. Não são como os temas que você costuma escolher no ensino médio ou na faculdade. Nesse caso, você tem de decidir por si mesmo quais ideias serão perfeitas para os leitores, o que ajudará sua candidatura a se destacar das demais e como usar essa ideia em seu favor.

A chave por trás da resposta está na capacidade de contar uma boa história. O estudante conta com cerca de 500 palavras para resumir um aspecto de sua vida e de como sua presença na universidade estrangeira seria valiosa. O objetivo é que essa primeira leitura sobre o estudante cause a melhor impressão e que seja mais pessoal.

A forma mais direta de descrever o texto, nesse caso, é como um “currículo discursivo”. Ou seja, entram na redação suas experiências acadêmicas, extracurriculares e profissionais mais importantes e que conduziram o candidato ao lugar em que está. Também é importante destacar os objetivos que pretende atingir com o programa pleiteado.

Como elaborar esse ensaio

Agora, além de expor ao comitê de admissão uma ocasião importante ou traço de personalidade determinante, é a vez de contar toda uma trajetória. Em vez de listar as informações do currículo de forma direta, cabe ao estudante conectar os pontos em sua application, bem como suas decisões principais e conquistas.

Confira um passo a passo para ajudar nesse processo. Além de seguir tais etapas, vale estar atento aos erros principais cometidos por brasileiros se candidatando a pós-graduação no exterior: por exemplo, ser genérico ou modesto demais ao longo do texto.

1. Faça um brainstorming

Escreva tudo que aconteceu de importante na sua vida nos últimos anos e que contribuíram para o seu crescimento. Pense também sobre os seus pontos fortes. Deixe as ideias fluírem livremente e, inicialmente, não se preocupe com o tamanho do texto.

2. Escreva o primeiro rascunho do texto

O personal statement deve ser dividido de forma simples. Primeiramente, uma introdução que resume valores pessoais e conquistas. Depois, no início do corpo do texto, é a vez de falar sobre conquistas acadêmicas. Em seguida, da trajetória profissional e pontos importantes da carreira.

Também é importante, afinal, descrever a forma como o programa de pós-graduação escolhido contribuirá para o desenvolvimento do estudante. Por fim, na conclusão, é necessário apresentar quais são os objetivos pessoais e profissionais pretendidos, após a conclusão do curso.

3. Peça feedback

É o momento de consultar pessoas que o conheçam bem e saibam de seus planos de carreira, como amigos e professores. Nesse momento, deve-se perguntar se o texto reflete, de fato, quem é o candidato. Se necessário, é possível contratar ajuda profissional para fazer tal revisão.

4. Faça correções e revise

Uma leitura atenta do texto é essencial, para evitar erros de digitação, ortografia ou gramática. É interessante, ainda, pedir a outra pessoa que faça esse processo – de preferência, alguém que seja fluente em inglês.

Quer ter acesso a um exemplo de personal statement antes de fazer o seu? Baixe o texto que garantiu ao brasileiro Dan Zylberglejd uma vaga no mestrado em Stanford. E veja aqui mais 8 dicas para melhorar o seu Personal Statement na sua candidatura de pós-graduação no exterior.

Carta de recomendação

A carta de recomendação é mais importante para a application do que se imagina num primeiro momento. Isso porque para fazer pós-graduação no exterior, você precisa de uma série de documentos e textos. Desde a carta de motivação até os essays, esses textos são, essencialmente, exposições suas sobre quem você é, quais são as suas qualidades e o que você pretende para o seu futuro.

De forma geral, portanto, são vários textos nos quais você fala sobre você mesmo. Mas tem também as cartas de recomendação: essas cartas são escritas por professores, coordenadores pedagógicos ou contatos profissionais do candidato. Num processo no qual o candidato fala constantemente sobre si mesmo, é fácil perceber a importância desses documentos.

A quem pedir uma carta de recomendação?

Em alguns casos, como na candidatura do MIT, é necessário que uma das cartas venha de um professor da área de humanas, e outra do professor da área de exatas. Mas mesmo que isso não seja uma exigência, é uma boa prática — assim, o conteúdo de uma carta complementa o da outra.

É importante, também, que o professor tenha algo a dizer sobre o aluno, na carta de recomendação, que vá além da sala de aula. Assim, a instituição de ensino à qual ele se candidata consegue ter uma perspectiva melhor de quem ele é em diversas áreas de sua vida.

O que uma carta de recomendação deve conter?

Obviamente, uma carta de recomendação precisa citar os pontos fortes — tanto acadêmicos quanto pessoais — do candidato. No entanto, a maneira como esses pontos são citados pode fazer toda a diferença, e nesse caso é interessante buscar referências para ter uma boa ideia.

O MIT, por exemplo, tem uma página inteira dedicada a explicar o que faz uma carta de recomendação ser boa. E se você já tiver escolhido um professor para escrever sua carta, é interessante que você envie essa página para ele; assim, ele consegue ter uma ideia do que escrever.

Entre os pontos que o MIT coloca, estão os seguintes:

  • Qual é o contexto da sua relação com o aluno? Se você não o conhece bem e só se sente capaz de escrever sobre ele em linhas gerais, por favor deixe isso claro
  • O aluno demonstrou vontade de correr riscos intelectuais e de ir além da sua experiência em sala de aula?
  • O aluno tem talentos, competências ou habilidades de liderança além do ordinário?
  • O que motiva essa pessoa? O que a deixa empolgada?
  • Como o aluno interage com professores? E com seus colegas? Descreva sua personalidade e suas habilidades sociais.
  • De que você mais vai se lembrar dessa pessoa?
  • O aluno já passou por alguma derrota ou falha? Se sim, como ele reagiu?
  • O aluno tem circunstâncias incomuns de família ou de comunidade das quais a universidade deveria saber?

Esse último ponto pode soar um pouco estranho, mas é importante. Afinal, na candidatura para pós-graduação no exterior, não conta apenas o desempenho acadêmico do estudante, mas todo o seu contexto. Assim, se o aluno demonstrar excelência nas notas ao mesmo tempo em que lida com uma situação familiar desfavorável, seu mérito aos olhos dos examinadores será ainda maior.

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