Cidade na Nova Zelândia tem 0,8% de desemprego e busca profissionais de TI
Queenstown quer atrair quem trabalha em áreas como inteligência artificial e tecnologia da informação para impulsionar sua qualidade de turismo
Mariana Fonseca
Publicado em 10 de abril de 2018 às 15h00.
Última atualização em 10 de abril de 2018 às 16h08.
Queenstown - A cidade de Queenstown, na Nova Zelândia , possui belas paisagens naturais e diversas atrações, dos esportes radicais até os espaços de beleza e relaxamento. Para dar conta da explosão do turismo , porém, a região começa a buscar especialistas do mundo todo que tragam eficiência por meio de tecnologia.
Cerca de 200 oportunidades devem ser abertas em breve, segundo estimativas da agência de promoção regional Study Queenstown. Os profissionais, que devem ter qualificações como inteligência artificial e tecnologia da informação, irão trabalhar com aplicações à indústria de turismo, principal fonte disparada de renda para a cidade.
“Esse interesse surgiu a partir de um questionamento sobre como nós poderíamos fazer um turismo único, no lugar de replicar modelos vistos em outras cidades”, afirma Aaron Halstead, gerente da agência. “Há toda uma estrutura por trás da fachada dos serviços turísticos. ”
Queenstown possui cerca de 30 mil habitantes e é uma cidade pequena, com poucos quarteirões. Mesmo assim, as belas montanhas ao redor atraíram 3,2 milhões de visitantes em 2017, segundo estatísticas da Study Queenstown.
Nos últimos doze meses, turistas gastaram 2,2 bilhões em Queenstown - um aumento de 10% sobre os doze meses anteriores. A cidade também teve um aumento de 48% em seus estudantes internacionais em 2017, para 1.800 alunos de 57 nacionalidades diferentes (380 deles brasileiros).
Tanta popularidade gera uma demanda por maior eficiência em escolas, hotéis, restaurantes e prestadores de serviços turísticos. A cidade possui uma taxa de desemprego divulgada de 1,9%, mas Halstead afirma que a estatística inclui pessoas que não estão ativamente buscando trabalhos, como quem está em licença médica, recebe benefícios do governo ou decide não trabalhar para ficar com os filhos.
“Tecnicamente essas pessoas estão desempregadas, mas o real número de quem procura um trabalho e não o consegue é muito baixo. A última estatística que temos é de 0,8%, mas o número deve ter aumentado nos últimos meses”.
Para efeitos de comparação, a média neozelandesa de desemprego é de 4,7% enquanto a média brasileira é de 12,6 % .
Mercado local está mais qualificado
Nem sempre Queenstown procurou profissionais de tecnologia. Há algumas décadas, a cidade recebia apenas trabalhadores que buscavam oportunidades com menor qualificação. Segundo Halstead, o cenário está mudando. Cargos de gerenciamento, com salários e demandas profissionais maiores têm sido mais demandados, e a cidade possui um grande interesse em atrair pessoas que venham morar em Queenstown (e não apenas passar uma temporada).
Em vagas como as de alta gerência, os pagamentos costumam ficar entre 100 e 150 mil dólares neozelandeses (entre 250 mil e 380 mil reais) anuais. Quem trabalha por 40 horas semanais e possui o salário mínimo, de 16,50 dólares neozelandeses (42 reais) por hora, recebe cerca de 32 mil dólares (80 mil reais) por ano.
Mesmo com mais vagas e oferta de bons salários, ainda é difícil encontrar funcionários qualificados. “Lembro que há algum tempo uma agência de empregos por aqui abriu 600 vagas, mas recebeu apenas 300 candidaturas”, diz o gerente da Study Queenstown.
Não há um site específico para quem está interessado nas 200 vagas que Queenstown deverá abrir. Profissionais podem começar a procurar companhias com tais oportunidades em sites como Jora (470 vagas em Queenstown ) e Indeed (320 oportunidades).
Halstead afirma que Queenstown já possui uma boa comunidade de brasileiros e que as candidaturas diretas para posições de trabalho já são esperadas por contratantes da cidade. Uma outra boa opção é começar fazendo um curso de inglês por aqui. “Você se familiariza com Queenstown e, ao mesmo tempo, ganha qualificações que podem ajudá-lo a conseguir um trabalho. ”
- A jornalista viajou a convite da Education New Zealand, agência de educação internacional do governo da Nova Zelândia