CFOs brasileiros estão mais próximos dos CEOs, mas ainda não se engajam com a agenda ESG
Segundo pesquisa da McKinsey, CFOs brasileiros passaram a interagir mais com CEOs para tratar de temas como estratégia e transformação organizacional
Repórter de Carreira
Publicado em 3 de março de 2023 às 16h29.
Os CFOs (sigla em inglês para Chief Financial Officer) no Brasil estão cada vez mais próximos dos CEOs e atuando em temáticas que vão além de questões como fluxo de caixa e investimentos das empresas.
Pelo menos é isso que mostra um novo estudo realizado pela consultoria McKinsey, que ouviu 151 executivos globalmente, sendo 60 deles no Brasil.
De acordo com os dados, as interações entre CEOs e CFOs para tratar de estratégia da empresa, por exemplo, aumentaram 67% no Brasil— no mundo todo esse número ficou em 49%.
Além disso, a transformação organização foi o terceiro principal tema sobre o qual CFOs e CEOs executivos brasileiros conversaram, com um aumento de 54% nas interações para tratar do assunto, patamar que é quase o dobro do cenário global, de 23%.
O estudo ainda apontou que os CFOs brasileiros gastam tempo no planejamento de atividades de longo prazo em comparação com a média global (59% versus 56%). Entre essas atividades, a principal é a liderança estratégica (19%), processos de fusões e aquisições (12%) e alocação de capital (12%).
Uma descoberta é que, quando o assunto são atividades ligadas a temas de curto prazo, os CFOs são pouco envolvidos em temas como gerenciar programas de ESG, que ocupa o final da lista, com apenas 1% do tempo dedicado.
No topo das atividades de curto prazo que os CFOs mais se dedicam estão: análise de performance (19%), gerenciamento de custos e produtividade das empresas (11%) e precificação de produtos e serviços (5%).
"A pandemia teve um papel importante em preparar as empresas para lidar com futuras crises e, com o interesse crescente dos investidores no tema de ESG, CEOs têm passado mais tempo se comunicando e se preparando para falar sobre essa agenda. Os CFOs também precisam se preparar", afirma João Guillaumon, sócio da McKinsey.
"Elas e eles podem desempenhar um papel importante para definir a postura de suas respectivas empresas em tópicos difíceis como clima, desigualdade social e diversidade", diz o executivo.