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Carewashing: 10 sinais de que a empresa onde você trabalha não liga tanto assim para o seu bem-estar

O famoso termo “walk the talk” está sendo mais cobrado do que nunca por funcionários, principalmente os da Geração Z, que buscam valores nas empresas, além dos tradicionais nomes

A prática do "carewashing" pode impactar no engajamento e na saúde mental do funcionário, uma vez que empresas e líderes não são o que mostram ser (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 15h07.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 15h20.

Cuidado, nem tudo que parece é. Um storytelling atraente de uma empresa que se diz sustentável pode ser superficial, uma vez que essa companhia pode estar cometendo crimes ambientais; assim como o RH que promove palestras e eventos internos sobre saúde física e mental pode desconsiderar as denúncias de assédio moral e os dados de turnover e seguir com um ambiente de trabalho tóxico.

Esses são alguns exemplos do que o mercado está chamando de carewashing , fenômeno que está sendo muito questionado por funcionários, principalmente os da Geração Z, que buscam valores reais nas empresas, além dos tradicionais nomes.

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"Carewashing é uma expressão que, na prática, nos indica que determinada empresa está 'vivendo de aparência' em relação ao cuidado com os funcionários e com a comunidade que cerca seu ecossistema em geral”, afirma Fabiane Borges, coach executiva, especializadaem Gestão de RH pela FGV – RJ e em Gestão Estratégica de Negócios pela UFF – RJ.

Não se sabe exatamente quem criou o termo, mas Borges explica que carewashing deriva do conceito de greenwashing, que foi criado nos anos 1980 para descrever práticas onde empresas fazem declarações enganosas sobre serem sustentáveis.

Carewashing nos alerta às práticas de bem-estar, saúde e qualidade de vida implementadas na empresa de forma superficiais e não traduzem de fato a preocupação e o interesse genuínos pelas pessoas. A preocupação é mais com a imagem do que com o impacto real”, afirma Borges.

Que tipo de empresa adotam essas medidas?

Apenas 21% dos funcionários dos Estados Unidos acreditam que suas organizações realmente se importam com seu bem-estar, segundo uma pesquisa da Gallup publicada em junho de 2024. “Em 2020, esse percentual era de 49%, o que nos mostra uma queda de percepção de cuidado em 28%”, afirma Borgesque irá ministrar um curso sobre liderança nos Estados Unidos este ano.

Essa sensação de falta de cuidado é um dos reflexos do carewashing, uma vez que empresas que praticam esse fenômeno, segundo Borges, normalmente investem em estratégias de marketing e endomarketing com intenções mais comerciais (reputação da marca) do que, de fato, com uma preocupação social.

Essa prática de não fazer o que fala, contrariando o que o mercado global conhece como walk the talk, é uma das preocupações dos líderes de RH no Brasil, segundo uma pesquisa da consultoria AL+ People & Performance Solutions deste ano.

“As empresas têm a responsabilidade de gerar programas para orientar pessoas a se cuidarem, não apenas porque é algo bom para a sua imagem, mas porque gera funcionários mais saudáveis e produtivos”, afirma Adriano Lima, fundador da AL+ e especialista em gestão corporativa há mais de 25 anos.

“São as organizações que precisam dar as ferramentas, o incentivo, o exemplo, e isso pouco acontece ainda, porque encontramos uma realidade em que o próprio líder não se cuida”, afirma Lima.

Empresa, faça essas 3 perguntas

Para Milena Brentan, coach executiva e ex-líder de RH da América Latina do Airbnb, apenas 15 minutos de meditação corporativa não são suficientes para combater a estrutura toxica de algumas organizações. É preciso fazer três perguntas para saber se o posicionamento da empresa está de acordo com o que ela mostra ser em relação à cultura do trabalho e impactos sociais.

A Empresa e líderes estão sendo claros nas metas e estas são cobranças reais e atingíveis?

“Quando a intenção é genuína para se trabalhar equilíbrio, saúde e valores dentro de uma empresa, é preciso que os líderes olhem para dentro e analisem a governança e o funcionamento geral da empresa. É preciso se autoquestionar de forma genuína”, afirma Brentan.

Atenção aos 10 sinais

Além das perguntas, as executivas especialistas em RH, Borges e Bretan, sinalizam 10 sinais de que uma empresa pratica o carewashing. Veja quais são:

"A mudança vem justamente de cima para baixo, com executivos que realmente entendem o valor da liderança pelo exemplo e o impacto que suas empresas podem produzir no mercado e na sociedade", afirma Borges.

Veja os CEOs das 10 empresas mais valiosas dos Estados Unidos

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