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A vez dos nanoinfluenciadores: entenda por que essa tendência está ganhando as empresas

Vivo e Unilever são algumas das empresas que estão adotando a formação de influencers

Victor Soriano, gerente de Comunicação Corporativa da PepsiCo do Brasil e atua como influencer na companhia desde abril de 2022 (Pepsico/Divulgação)

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 08h30.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 10h32.

Já pensou em ser um nanoinfluenciador na sua empresa? Se você tem contrato de trabalho com alguma companhia, possui até 10 mil seguidores e está disposto a fazer postagem sobre a empresa, você pode ser um nanoinfluenciador.

Essa é uma das tendências que está crescendo no mercado de trabalho brasileiro. Trata-se de uma atividade que é realizada online em paralelo ao trabalho para o qual o funcionário foi contratado – mas que pode atrair muita atenção no mercado de trabalho, principalmente para profissionais C-Levels, afirma Fernanda Nascimento, planejadora de Marketing e fundadora e CEO da Stratlab, empresa de tecnologia em marketing.

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“Eles são capazes de compartilhar conhecimento prático e experiências valiosas, proporcionando insights que podem transformar a atuação de outros profissionais”, diz Nascimento.

“Isso se aplica especialmente a executivos em altos cargos, que, além de influenciar decisões, humanizam as marcas e promovem um ambiente de troca entre pares de nível C-Level, geralmente mais isolados em suas funções.”

O diferencial dos nanoinfluenciadores, segundo Nascimento, é a autenticidade e o poder de influência sobre nichos específicos, algo que os torna muito eficazes em decisões estratégicas.

“Os nanoinfluenciadores não tem tantos seguidores quanto um influenciador comum, porque eles costumam ter autoridade sobre os temas que eles falam normalmente, o que atrai seguidores mais fiéis”, diz a CEO da Stratlab, que também é especialista em marketing e vendas B2B.

O movimento das empresas: de dentro para fora

A Unilever aposta na estratégia de desenvolver influenciadores internos há alguns anos. O programa teve início em 2020 e os embaixadores, ou U-Fluencers - como são chamados -, utilizam o LinkedIn como principal canal para falar de temas relacionados às suas áreas de atuação e propósitos.

“O programa tem como objetivo impulsionar a verbalização do nosso time de funcionários sobre a experiência de trabalho na Unilever, por meio da aceleração de funcionários que transmitam as mensagens, propósitos e valores da companhia em seus perfis no LinkedIn”, diz Ana Paula Franzoti, diretora de Cultura e Equidade, Diversidade e Inclusão da Unilever Brasil.

O time de U-Fluencers é composto atualmente por 16 líderes que atuam em diversas áreas da companhia. “A ideia é que o nosso time de U-Fluencers possa navegar em temas que fazem parte da essência do negócio, como a agenda ESG, agenda de equidade, inclusão e diversidade, transformação digital, mas também compartilhe momentos como participação em eventos e, inclusive, sua rotina de vida e familiar”, diz Franzoti.

A Vivo passou a apostar na medida recentemente. A partir deste mês, a companhia selecionou 10 funcionários para ser seus influenciadores externos e promover a cultura organizacional de dentro para fora.

“Esses criadores produzem praticamente um conteúdo por dia, focando em temas que variam desde grandes eventos corporativos até coberturas de festivais”, conta Leandro de Freitas, diretor de Comunicação Corporativa da Vivo.

O programa de influenciadores da Vivo começou como uma comunicação interna em 2020, e só neste ano começou a ser uma atividade que promove a empresa e os funcionários nas redes sociais.

“O projeto cria influenciadores da marca dentro da própria empresa, fortalecendo o vínculo dos funcionários com a Vivo e dando a eles uma visibilidade diferenciada dentro e fora da companhia”, diz Freitas.

https://www.instagram.com/reel/C_tdYTmJJnZ/?igsh=MzgxcTk3YmFocnAz

A Pepsico desenhou em 2019 no Brasil o PEPfluencer, programa que desenvolve talentos da empresa para serem embaixadores da companhia, sendo responsáveis por representar a marca nas redes sociais. A iniciativa foi implementada de forma virtual em 2020 na América Latina em plena a pandemia.

Tanto os participantes estagiários, que foi o primeiro público foco do programa, quanto os demais profissionais de diversas áreas e níveis hierárquicos, integram o projeto de acordo com interesse, de forma voluntária.

“O orgulho em pertencer é mensurado por meio de iniciativas internas, da inscrição voluntária e dos critérios básicos de elegibilidade, como tempo de casa. Em geral, para cada ciclo do programa são abertas cerca de 30 vagas para PEPfluencers”, afirma Alessandra Machado, líder de Aquisição de Talentos Pepsico Brasil.

A importância do reconhecimento para ser autoridade

Uma pesquisa da CharityRx, divulgada em dezembro do último ano, mostrou que 33% da Geração Z nos EUA já considera tiktokers mais confiáveis que médicos, enquanto 44% recorrem a “nanoinfluenciadores” no YouTube antes de consultarem um profissional de saúde, afirma Ana Catarina Holtz, co-founder e head de pesquisa na BALT.

“Nesta faixa etária, o TikTok está passando o Google como o principal mecanismo de busca para informações especializadas, os quais buscam por creators cada vez mais nichados”, diz Holtz.

Testemunhos internos, segundo a CEO da Stratlab, estão tendo mais peso do que opiniões de especialistas. "Os nanoinfluenciadores tem o poder de influenciar seus pares e atrair talentos, uma vez que os testemunhos internos são muito mais confiáveis do que campanhas de marketing tradicionais", afirma.

Para Nascimento, que trabalha com marketing B2B há anos, ser um nanoinfluenciado r está se tornando uma tendência no mercado, porque em um mundo cada vez mais digital, não adianta ser uma referência no que faz se ninguém ou poucos souberem disso.

“Autoridade é reconhecimento, e para isso, é preciso ter uma estratégia bem definida sobre o que e para quem se deseja influenciar, e para chegar nas pessoas certas e em um maior número, as redes sociais hoje é o caminho mais eficaz", diz a CEO da Stratlab.

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