São Paulo – Quando estratégias adequadas entram em jogo, o tempo rende e o estudo, geralmente, é mais frutífero em termos de produtividade .
É claro que não existem receitas prontas de sucesso na preparação para concursos públicos , mas as de fracasso se repetem.
Confira a seguir alguns dos principais erros na hora de estudar, de acordo com cinco especialistas consultados:
1. Falta de estratégia
Imagine uma partida de voleibol. Sem organização e estratégia, a vitória vira um fator de sorte ou depende de um lampejo de talento individual. E isso não existe quando a “competição” é um concurso público, afirma João Mendes, coordenador do curso Ênfase.
“Ninguém passa por sorte. Deve haver organização, disciplina, estudo estratégico do que mais cai em prova”, diz Mendes.
2. Estudar nervoso ou ansioso
“Nervosismo e ansiedade são inimigos silenciosos e cruéis”, diz o professor João Mendes. Na hora da prova, estes sentimentos podem desestabilizar dramaticamente o candidato.
E, no momento da preparação são os grandes vilões da concentração e comprometem toda a produtividade do concurseiro.
3. Não desvendar o estilo da banca
Cada banca examinadora tem seus “fantasmas”. Ignorar que existam estilos e orientações diferentes entre elas é um erro, segundo João Mendes.
“O concurseiro deve saber o que a banca mais cobra, o que mais gosta e onde normalmente coloca a casca de banana”, diz ele.
4. Exagerar na maratona de estudos
“A mente funciona como os músculos. Precisa de estímulos diários. Mas não adianta tentar estudar todo o conteúdo programático de um concurso em um só dia”, diz Gladstone Felippo, especialista em concursos.
De acordo com ele submeter-se a uma rotina exaustiva de estudos pode deixar a pessoa tão cansada que, no dia seguinte, não conseguirá ler uma só linha. “E esse cansaço poderá permanecer por dias”, diz Felippo.
5. Ignorar sinais do corpo de que é hora de parar
A perda de tempo é grande quando o estudante tenta ultrapassar seus limites, forçando uma concentração que não é mais possível.
“Ultrapassar os limites pode causar desânimo e aquela sensação de estudar muito e não saber nada”, Felippo.
Segundo o especialista, o concurseiro deve ler até o momento em que a mente ainda consegue absorver o conteúdo. “Na hora em que os olhos começarem a passar direto pelas linhas, pare e recomece no dia seguinte”, diz Felippo.
Uma dica interessante, segundo ele, é fazer uma pausa de 15 a 20 minutos a cada 1 hora de estudos. “Candidato que não descansa está fadado a ser seu próprio algoz”, concorda Lilian Furtado, coordenadora do site Gabarita Português.
Jargões como “dormir é para os fracos” ou “concurseiro não dorme” são, na verdade, contraproducentes.“Uma boa noite de sono é fundamental para o rendimento. Não há como o desempenho não ser afetado, se o concurseiro está dormindo apenas quatro horas por dia”, diz Emerson Castelo Branco, professor do curso online do site Agora Eu Passo.
6. Estudar com anotações de outras pessoas ou material inadequado
Apostilas e cadernos com anotações pessoais são muito particulares, na opinião de Felippo.
“A leitura de material com observações erradas podem conduzir a erro na hora da prova, ou desestabilizar o candidato por achar que há algo errado no que leu”, diz Felippo.
“É de suma importância ter materiais e aulas de qualidade, que estejam de acordo com tudo o que vem acontecendo em relação à matéria e à forma como a banca trabalha o assunto”, diz Lilian Furtado, coordenadora do site Gabarita Português.
7. Dedicar-se a concursos de linhas diferentes ao mesmo tempo
Áreas fiscais, tribunais, carreiras policiais. Não é estratégico abraçar o mundo dos concursos públicos de uma só vez.
De acordo com Felippo, o risco corre é alto para o concurseiro que “atira para todos os lados”. “Ele pode acabar sendo reprovado em todos porque se desviou do planejamento”, diz.
“Candidato sem 'norte' é candidato perdido e, consequentemente, o concurso será perdido”, diz Lilian Furtado, coordenadora do curso online Gabarita Português.
8. Não “estudar” o edital
“Não ler o edital é o maior, e mais primário erro de qualquer pessoa que queira se dedicar a uma carreira pública”, diz Sergio Camargo, professor e advogado especializado em concursos.
9. Fugir do conteúdo programático do concurso
“Outro dia, presenciei uma aluna estudando História do Direito Penal para determinado concurso. Perguntei-lhe porque estava estudando essa matéria. Ela me respondeu que um professor disse que era muito importante. Eu peguei o edital e expliquei que a matéria não estava no edital. Dei-lhe uma bronca! Tempo vale ouro”, conta Emerson Castelo Branco, professor do curso online Agora Eu Passo.
Ler mais do que o necessário, investir tempo em material complementar recomendado pode significar perda de tempo precioso de estudo do conteúdo programático previsto no edital. “Concentre-se no programa do concurso” também recomenda Felippo.
10. Falta de equilíbrio entre as disciplinas
A medida do equilíbrio no estudo das diferentes disciplinas é a preparação do concurseiro. Segundo Felippo, é melhor dedicar mais tempo às matérias em que há menos domínio, e, não, o contrário.
“Estudar muito uma só matéria vai te fazer gabaritá-la, mas certamente não irá classifica-lo. É preferível saber pouco de muito, a muito de pouco”, diz o especialista.
11. Estudar na véspera do concurso
Recorrer a livros e apostilas faltando horas para o concurso gera mais estresse do que aprendizado, segundo Sergio Camargo, professor e advogado especializado em concursos.
“Véspera e dia de prova é para o candidato relaxar, ir ao cinema, preparar-se mentalmente para a avaliação que está prestes a fazer, de maneira serena”, recomenda o especialista.
- 1. No topo da lista de aprovados
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São Paulo - Se conseguir a aprovação em um
concurso público já uma grande alegria, imagine conquistar a vaga e ser classificado em primeiro lugar? Este foi o feito destes concurseiros. No topo da lista de aprovados de concursos como o da
Polícia Federal , da Polícia Rodoviária Federal, do Tribunal Regional do Trabalho, do Tribunal Regional Federal, da Receita Estadual do Rio de Janeiro, Petrobras e
Ministério da Fazenda , estes concurseiros revelam como foi o tempo de preparação e quais foram as melhores táticas de estudo no caso deles. Clique nas fotos, confira o que eles disseram e que serve de inspiração para quem ainda está na trilha rumo aprovação:
- 2. João Renda Fernandes: 1º lugar no concurso de juiz do Trabalho no TRT 18ª região
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Assim que se formou em Direito, João Fernandes já começou a se dedicar aos estudos para concursos públicos. Foi advogado concursado do IRB-Brasil Resseguros e do SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados. Foi aprovado em outros concursos, mas não assumiu, como o de advogado da Petrobras Distribuidora e da Dataprev, conta. Em 2009 assumiu como oficial de Justiça Avaliador, no TRT da 1ª Região, onde trabalhou 4 anos. Para concursos de juiz do trabalho, a preparação foi de dois anos, mas a bagagem dos concursos anteriores ajudou muito, diz. Mas, como também trabalhava, não ficava estudando por horas a fio. “Mas sempre procurei manter o estudo e a atualização jurídica como elementos constantes e regulares em minha vida”, diz. Estudava em bibliotecas e em ambientes tranquilos. “Procurava esquecer o mundo externo, em especial o celular, durante as horas de estudo para aproveitar ao máximo os momentos de concentração”, conta. Também frequentou o curso preparatório Toga, no Rio de Janeiro, durante um ano e meio. A tática de fazer resumos o ajudou bastante. “Sobretudo em momentos nos quais era necessário fazer uma breve revisão”, diz. Realizar provas de concurso trouxe lições essenciais, diz Fernandes. “Cada questão que erramos e cada etapa não superada representam um aprendizado. Tirei muitas lições também nas reprovações”, diz. Dificuldades no caminho? Muitas, diz ele. “Nas sábias palavras de Fernando Pessoa: pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo”, cita.
- 3. Ricardo Pereira: 1º lugar em concurso de agente da PRF
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As carreiras policiais sempre foram a paixão profissional de Ricardo Pereira. Ele conta ter se preparado por três anos e meio até ser aprovado em 1º lugar no concurso de agente da Polícia Rodoviária Federal, em 2013. “O tempo que realmente tinha para estudar ao longo do dia girava em torno de 4 a 5 horas”, diz ele, que dividia o tempo entre trabalho e estudo. Com isso, Pereira procurava aproveitar ao máximo o tempo disponível: “ouvia a matéria em mp3 durante deslocamentos e lia os resumos que fazia no intervalo de almoço”. À noite, lia livros, apostilas e assistia a videoaulas. Aluno do curso online Agora Eu Passo, Pereira destaca o planejamento como um fator incontroverso para seu sucesso. “Devem ser estabelecidos objetivos de curto, médio e longo prazo, ou seja, as matérias, capítulos, exercícios que deverão ser estudados semanalmente, mensalmente e semestralmente”, explica. Para isso ele elaborou uma planilha de estudos. “Encaixava 2 a 3 matérias por dia, de acordo com a necessidade, e assistia a 2 ou 3 videoaulas de 30 minutos cada”, conta. Reservando uma hora a uma hora e meia para cada matéria, Pereira separava ainda 15 minutos iniciais para as revisões dos pontos estudados anteriormente e um tempo final para resolver questões.
- 4. Érico Teixeira: 1º lugar como juiz do TRF
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A preparação de Érico Teixeira, aprovado em primeiro lugar no concurso de juiz do TRF 2ª Região, em 2003, começou desde os tempos da faculdade. “Antes de ser aprovado na magistratura federal, fui aprovado em outros concursos, como técnico judiciário do TJRJ, advogado da FINEP e procurador federal da AGU”, diz. Além do tempo de faculdade, foram mais 4 anos de estudo. “Especificamente para a magistratura federal, estudei por um ano. Mas já havia toda uma base da preparação anterior para outros concursos da área jurídica”, conta. Ele estudava diariamente e acredita que o mais importante é que o candidato tenha rotina de estudos. Durante a preparação,eram de duas a três horas por dia. Após ser aprovado para a segunda e terceira fases do concurso, estudava todo o tempo disponível. “Aí são 6, 7, 8 horas por dia”, diz. Fez cursos preparatórios, aos sábados, porque trabalhava durante a semana. “Sim, é possível trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Dos cursos que fiz, para a magistratura federal, destaco o Ênfase, que me ajudou muito, principalmente na preparação para a prova de sentença”, diz. Segundo ele, que hoje é também professor do Ênfase, o concurseiro deve elaborar um plano de estudos, a partir do tempo que tem disponível para estudar. “É importante estudar todas as matérias. Outro ponto que me ajudou foi estudar através de resumos e anotações de aulas”, conta. Seu maior segredo para passar? “Estudar com frequência, sempre, e de forma contínua”, diz.
- 5. Marcelo Ferreira: 1º lugar no concurso de técnico de administração da Petrobras
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Por dois meses, Marcelo Ferreira estudou oito horas por dia para se preparar para o concurso de técnico de administração e controle pleno da Petrobras. Deu certo, e ele foi aprovado em 1º lugar em 2010. Sua tática de estudo era ancorada na elaboração de resumos de tópicos do conteúdo programático do concurso e na resolução de muitas questões de provas anteriores e simulados. Atentar ao edital também é essencial. “No meu caso, pude focar mais nas matérias específicas e um pouco menos nas básicas, já que estas só seriam de caráter eliminatório e aquelas eram classificatórias”, diz. Estratégia para resolver a prova é outro conselho de Ferreira. “É decidir se é melhor pular as questões que gastariam mais tempo para resolver e voltar depois de verificar todo o caderno de provas, ou fazer em sequência”, diz. Para ele, a tática foi a de pular e retornar depois. Atualmente, Ferreira continua estudando para concurso público, com a ajuda do site Questões de Concurso.
- 6. Rafael Gomes : 1º lugar no concurso de agente administrativo da PF
6 /8(Divulgação/Rafael Gomes)
Foram três anos de preparação até a aprovação em 1º lugar no concurso de agente administrativo da Polícia Federal de 2014, conta Rafael Gomes. E não foi fácil, diz ele, já que teve que correr trás do tempo perdido. “Foi mais difícil no começo, pois havia abandonado os estudos no primeiro ano do ensino médio, depois, só concluí com exame supletivo”, conta. Estudava, em média, de três a quatro horas por dia, porque tinha tempo disponível apenas de noite, após o trabalho. “Só houve um período em que fiquei desempregado durante oito meses ,em 2012, nessa época, estudava de 10 a 12 horas por dia”, diz. Chegou a frequentar cursos preparatórios presenciais, por seis meses em 2011. E depois seguiu estudando com a ajuda de sites de videoaulas, como o Concurso Virtual e do site Questões de Concursos para resolver exercícios. “A tática que utilizei foi sempre estudar a teoria, fazia anotações e revisava sempre que podia; depois resolvia diversas questões de provas anteriores; e retornava à teoria sempre que errava ou tinha dúvida em alguma questão”, conta Gomes que diz ter feito um plano de estudos para saber quais matérias estudar por dia e por quanto tempo. Foco, disciplina, persistência, dedicação e fé completaram a sua receita de sucesso.
- 7. José Ailton dos Santos: 1º lugar no concurso de assistente do Ministério da Fazenda
7 /8(Divulgação/José Ailton dos Santos)
Em 2011, José Ailton dos Santos decidiu que não seguiria carreira como professor, estudaria para concursos públicos. Licenciado em matemática, ele fez sua primeira prova de concurso em 2012 e não passou. “Mas nem por isso parei de estudar. Eu tinha certeza de uma coisa: iria ser aprovado, mesmo que demorasse um pouco mais”, diz. No começo deste ano, se inscreveu para o concurso de assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda e foi aprovado em primeiro lugar. Trabalhando 44 horas semanais, Santos utilizava todo o tempo livre para estudar. “Montei um plano de estudo por disciplinas, segundo a quantidade de questões da prova, o peso de cada matéria e a dificuldade que tinha em cada disciplina”, conta. A teoria aprendia com videoaulas e resolvia questões com a ajuda do site Questões de Concursos. “No último mês da prova, respondia, ao menos, 100 questões diárias. Realizava simulados no site e tirava as dúvidas com os comentários dos colegas e professores”, diz. A felicidade de ver seu nome no topo da lista de aprovados no Diário Oficial da União trouxe a certeza de estar no caminho certo, a trilha não acaba aqui: “estou apenas começando, continuarei estudando, tenho novos concursos à vista.”
- 8. Agora veja apps para concurseiros
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