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Se você não puder acreditar em qualquer coisa, acabará acreditando em nada

Perigo em dobro: deepfakes podem tanto fazer pessoas acreditaram no que não é real, como também se recusarem a acreditar no que é verdadeiro

Ator Tom Cruise (Getty Images/Getty Images)
BG

Bibiana Guaraldi

Publicado em 20 de março de 2021 às 12h28.

Última atualização em 20 de março de 2021 às 12h37.

Semanas atrás, vídeos do ator Tom Cruise fazendo truques e contando piadas viralizaram.

O conteúdo foi rapidamente desacreditado, mas apenas depois de ser visto e compartilhado milhões de vezes.

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Tudo não passava de uma brincadeira com a deepfake, técnica que usa inteligência artificial para criar montagens ultrarrealistas.

Mas e se não fosse?

Conforme a tecnologia nos permite brincar mais rápido e facilmente com a imagem de qualquer um, nos aproximamos perigosamente de viver uma constante parábola do Menino e o Lobo, onde o fake se torna mais real, e a realidade se torna questionável.

Esse, talvez, seja o real perigo de inovações como o deepfake: não só fazer com que pessoas acreditem no que não é real, mas fazer com que se recusem a acreditar na verdade.

Por enquanto, as informações digitais mais traiçoeiras continuam sendo as meias-verdades disparadas no grupo da família.

Mas precisamos estar preparados para um futuro no qual ver para crer não será, nem de longe, suficiente.

 

*Diego Brasilé redator da FSB Comunicação

 

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