Bússola

Um conteúdo Bússola

Rafael Albuquerque: como a inteligência artificial pode transformar a governança corporativa?

Entenda como a IA está simplificando processos e ajudando líderes a tomar decisões mais assertivas

 (iLexx/Getty Images)

(iLexx/Getty Images)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 19 de agosto de 2024 às 07h00.

Última atualização em 19 de agosto de 2024 às 14h01.

Por Rafael Gonçalves de Albuquerque* 

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem revolucionado vários setores, e a governança corporativa não é exceção. Vamos explorar como essa tecnologia pode ser um verdadeiro diferencial competitivo para as empresas.

Automatização para ganhar tempo

A IA pode assumir tarefas repetitivas e demoradas, liberando tempo dos executivos para focarem no que realmente importa: estratégias e decisões críticas. Imagine um software que analisa relatórios financeiros, verifica conformidade regulatória e ainda envia alertas sobre qualquer irregularidade. Isso não só economiza tempo, mas também aumenta a precisão, reduzindo a margem de erro humano.

Tomada de decisão baseada em dados

Um dos maiores trunfos da IA é sua capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real. Com isso, os executivos têm à disposição insights valiosos para tomar decisões mais embasadas. Em vez de depender apenas da intuição ou de análises manuais, é possível contar com dados concretos que indicam tendências e riscos potenciais.

Transparência e conformidade

A transparência é essencial para uma boa governança corporativa, e a IA pode ajudar muito nesse aspecto. Ferramentas de IA podem monitorar todas as transações e atividades dentro da empresa, garantindo que tudo esteja em conformidade com as normas e regulamentos. Isso facilita auditorias e aumenta a confiança dos stakeholders.

Exemplos práticos

Empresas ao redor do mundo estão adotando a IA de maneiras inovadoras. Um exemplo marcante é o uso da IA pela Deep Knowledge Ventures (DKV), um fundo de capital de risco em Hong Kong. Em 2014, a DKV nomeou uma IA chamada “Vital” para seu conselho de diretores, concedendo-lhe o mesmo poder de voto que os membros humanos. Esse movimento demonstrou o potencial da IA em fornecer análises detalhadas e decisões estratégicas embasadas em dados.

A BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, adquiriu uma participação minoritária na Clarity.AI, uma startup americana que usa IA para avaliar o impacto social das empresas. Essa ferramenta foi integrada à plataforma de gestão de portfólios Aladdin da BlackRock, ajudando investidores a detectar práticas de “greenwashing” e a tomar decisões de investimento mais informadas com base em dados ESG (Environmental, Social, and Governance).

Desafios da implementação da IA na governança

Apesar dos benefícios, a implementação da IA na governança corporativa enfrenta desafios. A transformação de grandes volumes de dados brutos em informações úteis é um desafio substancial. A IA precisa ser programada para identificar e evitar vieses que possam distorcer os resultados. Além disso, garantir a transparência dos algoritmos e a conformidade ética são questões que precisam ser continuamente abordadas.

O futuro da governança corporativa com IA

À medida que a tecnologia avança, a IA provavelmente se tornará uma ferramenta padrão na governança corporativa. A capacidade de criar um sistema mais transparente, eficiente e seguro é um grande atrativo para empresas que buscam se destacar em um mercado competitivo e regulado. No entanto, é fundamental que as empresas abordem os desafios éticos e práticos da IA para garantir que ela seja usada de maneira responsável.

A inteligência artificial está preparada para transformar a governança corporativa. Oferecendo uma combinação única de eficiência, transparência e segurança, a IA responde a muitas das necessidades e desafios enfrentados pelas empresas hoje. Para os executivos C-level, entender e adotar essa tecnologia pode ser a chave para garantir o sucesso e a sustentabilidade de suas organizações no futuro.

*Rafael Gonçalves de Albuquerque, é advogado, sócio da MAP Family Office, sócio do escritório Marins Bertoldi advogados, Conselheiro de Administração e colunista da Bússola Exame.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube 

Assine nossa newsletter e fique por dentro de todas as novidades 

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificial

Mais de Bússola

Luan Santana conversa diretamente com empreendedores em nova aposta da Alelo

3 perguntas sobre inovação e sustentabilidade para Renata Solfredini, da Lubrizol

Transição energética é sinônimo de coexistência de múltiplas fontes

Relaxmedic aposta nos suplementos alimentares e projeta estar entre os grandes players do segmento