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O marketing brasileiro não funciona por falta de investimento nas ferramentas certas

Fragmentação de dados no Brasil é ouro nas mãos, mas sem exploração adequada. Confira o artigo de Fabrício Macias

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Publicado em 19 de setembro de 2024 às 13h00.

Por Fabrício Macias, fundador da Macfor*

Nos últimos anos, a discussão sobre a fragmentação de dados no Brasil tem crescido exponencialmente. Estudos recentes mostram que a maior preocupação dos CMO sbrasileiros hoje é exatamente essa. Contudo, ao analisar mais a fundo, a questão vai muito além da fragmentação. Estamos defasados em termos de organização e coleta de dados digitais, especialmente se compararmos com mercados maduros como o dos Estados Unidos.

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Como é a coleta de dados digitais no Brasil

No Brasil, a realidade de dados digitais ainda é um verdadeiro caos. Não precisamos ir muito longe para entender o cenário: os IPs, por exemplo, são uma confusão total. Isso gera brechas que prejudicam a interpretação e a utilização adequada das informações.

Aqui, a maior parte das empresas ainda depende do Google como principal ferramenta de análise, e poucos querem pagar pela versão premium, o Google Analytics 360. Para não mencionar o Adobe Analytics, uma ferramenta essencial nos EUA, mas quase inconcebível para quem trabalha com dados por aqui.

Nos Estados Unidos o uso dessas plataformas é uma regra, no Brasil é visto como um luxo. Essa resistência em investir em ferramentas de ponta nos coloca em uma desvantagem estratégica gigantesca.

Falta investimento em ferramentas de dados

Os CMO s brasileiros frequentemente reclamam que não têm dados confiáveis para tomar decisões, mas a verdade é que poucos estão dispostos a fazer os investimentos necessários.

Data lakes, por exemplo, são a solução ideal para o armazenamento e a organização de grandes volumes de dados. Mas a construção e manutenção de um data lake custa caro – e parece que aqui só olhamos para prêmios de campanhas criativas, enquanto negligenciamos o investimento em infraestrutura de dados .

Outro ponto crítico é a falta de integração entre marketing e TI

Esbarramos em departamentos de tecnologia que não têm o conhecimento ou a visão necessária para apoiar adequadamente as iniciativas de dados das equipes de marketing. É quase uma desconexão estrutural.

Temos, literalmente, um ouro nas mãos: os dados dos consumidores estão aí, prontos para serem usados de maneira inteligente e estratégica. Mas estamos explorando isso de forma muito rasa.

O futuro do marketing passa pela capacidade de transformar esses dados em insights acionáveis, e só conseguiremos fazer isso com os investimentos corretos e uma mudança de mentalidade.

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