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Negócios: a jornada do empreendedor brasileiro é uma aventura sem fim

Escolher um produto ou serviço inovador também pode aumentar o sucesso do candidato a empreendedor, porém não é garantia

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Muito importante se preparar para o que poderá vir no futuro (10'000 Hours/Getty Images)

Muito importante se preparar para o que poderá vir no futuro (10'000 Hours/Getty Images)

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Vitor Torres*

Publicado em 23 de agosto de 2022, 17h15.

Última atualização em 23 de agosto de 2022, 18h37.

O que você quer ser quando crescer? Uma pergunta difícil de responder em qualquer fase da vida e que nos rodeia desde cedo, na infância. Assim como muitas crianças brasileiras, no passado eu também fui questionado por meus pais sobre o futuro. Lembro bem que a minha resposta foi, no mínimo, curiosa para a época: aventureiro.

Naquele momento, eu não tinha dimensão nenhuma do que me aguardava nem certeza do que tinha afirmado. Não era explícito ou consciente, nem sabia direito o que significava essa palavra, mas já era um indício do que eu esperava no horizonte. De certa forma, graças a uma intuição prematura, estava trilhando o início da minha jornada empreendedora.

Somente após muito tempo entendi o que simbolizava embarcar em uma aventura: estar aberto ao novo, aproveitar as oportunidades, antever os desafios e lidar com os imprevistos que uma hora ou outra apareceriam no meio do percurso. No fim, tudo isso eram atributos imprescindíveis ao empreendedorismo, uma atividade que a cada dia cresce mais no país.

Por exemplo, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o país saiu da 13ª colocação no ranking de empreendedorismo mundial e assumiu a sétima posição, com 43 milhões de empreendedores. Em 2021, 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos, ou 9,9% da população adulta, lideravam empresas com mais de 3,5 anos. O percentual representa uma alta de 1,2 ponto percentual em relação a 2020.

Ou seja, apesar da crise sanitária mundial, do cenário macro e microeconômico, as pessoas estão colocando suas ideias em prática e abrindo seus negócios. No entanto, temos como cenário adverso o encerramento de outras companhias. De acordo com os dados do Mapa de Empresas, realizado pelo Ministério da Economia, mais de 1,4 milhão de empresas fecharam em 2021, um aumento de 34,6% se comparado ao ano de 2020.

Frente a este panorama, o que fazer para diminuir a taxa de fechamento de empresas em nosso país? Não existe uma fórmula mágica ou apenas uma direção, mas o primeiro passo essencial é recalibrar o olhar para o mercado e entendê-lo não apenas antes, mas durante e após a abertura do CNPJ. Os empreendedores precisam saber como funciona seu nicho de atuação e de que forma seu produto ou serviço resolvem as dores nesse contexto.

Escolher um produto ou serviço inovador também pode aumentar o sucesso do candidato a empreendedor, porém não é garantia. Afinal, quem deseja empreender, tem de planejar e ajustar a rota quantas vezes forem necessárias. Conhecer a demanda e alinhar a solução oferecida ao consumidor proporcionará sobrevida ao negócio em momentos de crise.

Aliás, essa solução inovadora não está atrelada somente à tecnologia ou à criação de algo novo, mas em propósito, gestão e melhoria contínua. Hoje em dia é fundamental pensar nos valores e na missão que regem o negócio. A novidade é importante, contudo os pilares são essenciais para o crescimento sustentável e perene.

Então, vale ter em mente algumas competências que são inerentes ao empreendedorismo e importantes para desenvolver um perfil empreendedor:

  • Gostar de desafios e atingir o potencial máximo;
  • Tornar-se resiliente e ajustar-se frente aos obstáculos;
  • Não ter medo de assumir riscos inesperados ou calculados;
  • Ser criativo, visionário e gerar soluções diferenciadas;
  • Manter alto o senso de oportunidade e o radar para ameaças;
  • Posicionar-se com responsabilidade em todas as situações.

O empreendedorismo brasileiro tem avançado e abrir uma empresa hoje está mais simples do que há uma década. Focando no prisma positivo: existem muitas oportunidades e não há mais obrigação de enfrentar uma burocracia sem fim, uma vez que já estão disponíveis inúmeras alternativas para simplificar essa trajetória. Este movimento é transformacional.

Agora, mais maduro e experiente, após desbravar diversos caminhos desconhecidos, repito a pergunta a quem pretende abrir o próprio negócio: o que você quer ser quando crescer? Independentemente da resposta, antecipe-se e prepare-se para o inesperado que virá pela frente, assim você terá a segurança de estar pronto quando chegar a hora.

*Vitor Torres é CEO e fundador da Contabilizei

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