MetLife aporta R$ 1 mi em projeto para jovens negros em universidades
Junto ao Fundo Baobá, a empresa firma projeto educacional de acesso e permanência para 51 jovens
Bússola
Publicado em 21 de março de 2022 às 17h31.
O Fundo Baobá para Equidade Racial e a MetLife, empresa de serviços financeiros, estão lançando a segunda etapa do programa que visa auxiliar jovens negros a entrarem e permanecerem na universidade, oferecendo não só bolsas de estudo em pré-vestibulares, como também apoio psicológico individual e mentoria. Com aporte de R$ 1 milhão da MetLife Foundation, o projeto irá beneficiar jovens entre 18 e 26 anos da cidade de São Paulo e região metropolitana.
A iniciativa irá oferecer 51 vagas para jovens que participaram da primeira etapa, em 2021. Deste total, 15 que foram aprovados em vestibulares seguirão no projeto com apoio psicológico, mentorias e orientação, visando a sua permanência nas universidades. Os outros 36, que também participaram da primeira fase em 2021 e não conseguiram aprovação nos vestibulares, seguem no projeto e receberão apoio para o financiamento das despesas com transporte, alimentação e acesso à internet.
Além de participarem de atividades voltadas para a ampliação das habilidades socioemocionais e vocacionais, incluindo programa de mentoria, que terá a participação de colaboradores da MetLife Brasil.
Em sua primeira edição, o Programa Já É teve o apoio da Citi Foundation, Demarest Advogados e Amadi Technology. Durante os nove meses de duração do Programa em 2022, a expectativa é que o Programa atinja os objetivos e contribua com a sociedade.
“A MetLife tem a diversidade, equidade e inclusão como alguns de seus pilares. Ao patrocinar o Programa Já É, entendemos que chegamos mais perto de ajudar na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva”, declara Thais Catucci, gerente de comunicação interna, responsabilidade social e sustentabilidade da MetLife Brasil.
O fato de que o racismo no ambiente escolar é um dos maiores obstáculos à equidade racial no Brasil foi a premissa a partir da qual o Fundo Baobá construiu esse edital, que se enquadra perfeitamente no seu propósito central de contribuir para o enfrentamento ao racismo promovendo justiça e equidade racial para a população negra.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 25,2% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos cursam ou concluem a faculdade, mas quando os dados são desagregados por raça/cor fica ainda mais evidente a desigualdade: o percentual de jovens brancos que frequentam ou concluem o ensino superior (36,1%) é praticamente o dobro do percentual de jovens pretos ou pardos (18,3%) na faixa de 18 a 24 anos.
Entre os motivos dessa desigualdade está o fato de que o jovem negro é muitas vezes obrigado a interromper precocemente os estudos para ingressar no mercado de trabalho.
Os frutos da primeira edição do projeto seguem aparecendo: cada lista de alunos aprovados nas universidades públicas e nas privadas têm trazido felicidade e satisfação, mostrando que a primeira edição do Programa está sendo positiva. Participantes do Já É conseguiram aprovação nas seguintes instituições: USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), Faculdade Santa Marcelina e Universidade Mackenzie.
Segundo Fernanda Lopes, diretora do Programa do Fundo Baobá, a mudança de perspectiva que vai se desenhando para o futuro desses jovens e de suas famílias, pensando tanto no campo social, cultural, político ou econômico, constitui-se em um marco em suas vidas e um estímulo que lhes aproxima da aprovação nos vestibulares e das oportunidades de mobilidade social, uma vez que, para a maioria da população negra a mobilidade é resultante do acesso ao ensino superior.
Para ela, ainda, a forma de estar no mundo, ler os cenários à sua volta e intervir, a possibilidade de inclusão no mercado de trabalho em posições de melhor qualificação e remuneração, tudo isso se torna menos distante com políticas que ampliam o acesso e a permanência de jovens nas universidades.
Quem participou da primeira edição do Programa Já É e que declararam interesse em continuar passaram por um novo processo de seleção que é caracterizado mais como um espaço onde poderão refletir sobre seus interesses, possibilidades e compromissos na nova etapa.
As entrevistas foram conduzidas por profissionais de psicologia e pedagogia especializados na preparação de pessoas para concursos com a perspectiva de igualdade de gênero e raça. De março a dezembro, o grupo de estudantes terá a frequência nas aulas e nas demais atividades continuamente acompanhadas. O descumprimento dos acordos poderá levar ao desligamento do Programa.
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