Guerra na Ucrânia é uma das maiores crises migratórias já vividas
Em mais de um mês após o início da guerra, cerca de 4,2 milhões de refugiados ucranianos tiveram de abandonar seus lares para tentar uma nova vida
Bússola
Publicado em 4 de abril de 2022 às 13h28.
Última atualização em 4 de abril de 2022 às 13h44.
Por André Jácomo*
O conflito deflagrado pela Rússia em território Ucraniano representa uma das maiores crises de refugiados dos tempos modernos. Em mais de um mês após o início da guerra, cerca de 4,2 milhões de refugiados ucranianos tiveram de abandonar seus lares para tentar uma nova vida em outros vizinhos, de acordo com dados disponibilizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e compilados pelo Pew Research, o maior think tank de pesquisas de opinião do mundo.
Em comparação com outras crises migratórias, o conflito entre Rússia e Ucrânia é o quinto maior registrado pela ONU nos últimos 60 anos, com número de refugiados que supera ao causado pelo início do governo Talibã no Afeganistão em 1996, o qual refugiou cerca de 3,8 milhões de pessoas.
De acordo com os dados disponibilizados pela ONU, a Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011, é de maior magnitude desde 1960, com 6,8 milhões de refugiados (35% da população local). Para termos uma referência mais próxima, as crises econômicas e políticas experimentadas pela Venezuela desde 2014 refugiaram mais de 5 milhões de pessoas desde 2014, onde quase 300 mil desses moram atualmente no Brasil.
Há uma possibilidade desses dados estarem defasados. O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, estimou que cerca de 10 milhões de civis ucranianos foram deslocados dentro da Ucrânia ou para o exterior desde o começo do conflito. Caso essa informação seja confirmada, o conflito na Ucrânia representaria a maior crise de refugiados dos tempos modernos.
Os dados sobre refugiados da Ucrânia podem ser encontrados aqui.
*André Jácomoé diretor do Instituto FSB Pesquisa
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
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