Enfermeiros lançam campanha de valorização da profissão após 800 mortes
Profissionais querem reconhecimento, aprovação de nova jornada de trabalho e melhores salários
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2021 às 10h00.
Por Bússola
Prestes a atingir 800 vidas perdidas para a covid-19 no Brasil, os profissionais de enfermagem celebram o Dia da Enfermagem, hoje, com o lançamento de uma campanha de valorização da profissão. A campanha “Valorize a Enfermagem”, lançada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), vai reunir, até o próximo dia 20, uma série de iniciativas idealizadas para mostrar a realidade desses mais de 2,4 milhões de profissionais que atuam na linha de frente para salvar vidas todos os dias.
“Vivemos essa busca diariamente dentro de uma rotina incansável em hospitais, postos de saúde, unidades de atendimento”, afirma a enfermeira Sandra Valesca Fava, de Fortaleza, com 27 anos de experiência.
“É um momento ímpar para a categoria. São milhões de profissionais, que precisam adotar jornadas duplas de trabalho, para manter as contas em dia. Isso dobra também o cansaço físico e mental.”
Além da valorização e do reconhecimento, os enfermeiros também reivindicam melhores salários. Segundo o Cofen, em alguns estados o salário médio de enfermeiros pode ser inferior a dois salários mínimos.
“Estamos falando da maior categoria da saúde no Brasil. São milhões de trabalhadores que, em meio à maior crise sanitária dos últimos anos, enfrentam rotinas exaustivas de trabalho, falta de reconhecimento, falta de recursos para desenvolver suas atividades”, afirma a presidente do Cofen, Betânia Santos.
Um dos focos da campanha é exigir do Congresso celeridade na votação do projeto de lei 2564/2020 que fixa a jornada de trabalho para a categoria em seis horas diárias.
“A pandemia trouxe visibilidade à realidade enfrentada pelos enfermeiros. Estamos confiantes com relação à aprovação do PL e contamos com o nosso principal aliado nesta batalha, a população brasileira, que apoia nosso os profissionais, reconhece o trabalho e dedicação para conter o colapso sanitário”, afirma Betânia.
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