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Empreendedorismo feminino: entenda porque é o melhor momento para investir nelas

Ladies, grupo de mulheres investidoras, vai destinar R$ 5 mi para até 15 startups com lideranças femininas, para incentivar equidade de gênero no ecossistema

Existem apenas 9,3 milhões de mulheres no comando de empresas (Hero Images/Getty Images)

Isabela Rovaroto

Publicado em 5 de março de 2021 às 09h14.

Nada deixa um ecossistema empreendedor mais rico que a diversidade, de ideias e produtos até, claro, de pessoas. Mas, infelizmente, assim como em boa parte das áreas ligadas aos negócios, as mulheres ainda são minoria quando o assunto são as startups. Logo, não é difícil concluir que negócios liderados por elas tenham mais dificuldade para encontrar um investidor.

Mesmo que nos últimos anos o ecossistema de inovação e tecnologia tenha avançado rumo à inserção feminina, falta ainda um componente fundamental para que seus negócios ganhem visibilidade e espaço: dinheiro.

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Apesar de as mulheres representarem cerca de metade da população, no Brasil, existem apenas 9,3 milhões delas no comando de empresas, ou seja, 34% de todos os donos de negócios do país, segundo dados do Sebrae.

E quando focamos na liderança de startups, fica ainda mais desigual. Estudos do Distrito deixam clara a forte predominância dos homens. Nas fintechs, por exemplo, apenas 12% de mulheres são sócias.

No mundo, as startups que tenham fundadoras receberam só 3% dos recursos de venture capital nos últimos dois anos. Um estudo do Boston Consulting Group chegou à conclusão que startups lideradas por mulheres recebem muito menos investimento que as criadas por homens, embora deem um retorno maior em receita no longo prazo.

Para piorar o cenário, a plataforma mundial Crunchbase informou que a pandemia agravou a desigualdade de gênero nas startups, com queda de 27% nos investimentos em negócios fundados por mulheres em 2020.

Note que, para tentar diminuir essa desigualdade e dar chances reais para que as mulheres se destaquem como empreendedoras, é preciso que elas tenham acesso aos investidores. Não basta oferecermos capacitação, treinamentos, se não mostramos que elas podem, sim, inovar e criar soluções que serão adotadas pelo mercado em grande escala. E não é segredo para ninguém que, para isso, é preciso recurso.

No Brasil, precisamos de mais mulheres criando startups e, da mesma forma também, precisamos de mais investidoras.

Para ajudar a equilibrar isso, para apoiar a diversidade, as empreendedoras e as futuras investidoras, a Bossa Nova Investimentos acaba de criar o Ladies, um grupo de mulheres, que destinará, no primeiro momento, um montante de R$ 5 milhões para investimento em até 15 startups com lideranças femininas ou com soluções destinadas para esse público.

A Bossa Nova convidou para o board e o comitê de investimento do Ladies Carol Paiffer, sócia-fundadora da ATOM Capital e do Instituto Êxito; Cassia Messias, ex-executiva de multinacionais de high-tech, advisory board e sócia da Stilingue; Claudia Ferris, investidora anjo e mentora de startups, com 30 anos de experiência como executiva em multinacionais de tecnologia; Lilian Primo Albuquerque, empreendedora e CEO da Mobye; e Thaís Borges, sócia-diretora Comercial na Systax. Além delas, outras 15 mulheres investidoras já fazem parte do grupo.

O projeto tem a missão de incentivar mulheres a ocupar mais cargos de liderança e, ao mesmo tempo, fomentar a diversidade nas empresas e gerar mais inovação. Ter mais lideranças femininas equivale a mais ideias e inspirações para que outras mulheres tenham o interesse de empreender ou investir também.

Esse grupo vem se reunindo, e a Bossa Nova já começou a analisar as primeiras oportunidades para investimento. Se você é mulher, tem um projeto e precisa de investimento, basta se inscrever aqui: https://www.bossainvest.com/ladies/

Dentre as startups já investidas, há diversas boas experiências com ótimas empreendedoras, líderes e founders como Andrea Miranda da Standout, Michelle Morcos da Justto, Emilia Chagas da Growthhackers, Fernanda Medei da Medei, Ana Raquel da NextAltas, Renata Chemin da Polen, Zoe Póvoa da Ozllo, Marcela Graziano da Smarket e Paula Arbache da Arbache, entre outras.

Essa nova aposta da Bossa Nova chega ao mercado em um importante momento para as empreendedoras. Sem contar que, como investidores, sabemos o quanto os setores com produtos e serviços destinados ao público feminino é lucrativo, um dos melhores em todo o mundo.

Com este projeto, nossa ideia é dar visibilidade e oferecer recursos para que elas possam escalar, crescer e atingir novos patamares dentro do ecossistema.

 

* João Kepler é CEO da Bossa Nova Investimentos

 

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