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Pezão ouve hostilidades após inauguração de barca

Depois de fazer a travessia entre Niterói e Rio de Janeiro na nova barca comprada pelo Estado, o governador ouviu hostilidades de dois manifestantes

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão: "você vai cair", gritou um deles, que não se identificou (Tânia Rêgo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 17h48.

Rio - Depois de fazer a travessia entre Niterói e Rio na nova barca comprada pelo Estado, conversar com passageiros e dar R$ 20 a calouros de odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), o governador Luiz Fernando Pezão ( PMDB ) ouviu hostilidades de dois manifestantes que o aguardavam na Praça 15.

"Você vai cair", gritou um deles, que não se identificou. "Beleza", disse Pezão, enquanto caminhava até a Assembleia Legislativa, de onde seguiu para o Palácio Guanabara, sede do governo.

Os dois homens foram atrás de Pezão e sua comitiva, em silêncio. "Fora Pezão, vá com Paes e leve o Lula Dilma vez", dizia o trocadilho pintado em papelão e exibido ao governador. Outro cartaz tinha a inscrição: "Corrupção, o maior vandalismo". Os manifestantes não quiseram falar com a reportagem.

"Não dou entrevista, porque vocês editam muito o que as pessoas falam, não sei se vocês são verdadeiros ou não", argumentou um deles.

Na barca Pão de Açúcar, fabricada na China e comprada por R$ 32 milhões, Pezão foi bem recebido. Perguntou a passageiros se estavam satisfeitos com poltronas mais confortáveis e ar condicionado e, ao passar pelos novos universitários, pintados e fantasiados, quis saber que curso iniciavam.

A seguir, tirou uma nota de R$ 20 da carteira e entregou a Ramon Cruz, de 18 anos, morador de São Gonçalo (região metropolitana).

Na primeira agenda, visita ao estaleiro Eisa, em Niterói, Pezão mais uma vez negou ter recebido dinheiro de caixa 2, oriundo do esquema de corrupção na Petrobrás, como acusa o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. O governador reclamou por não ter sido ouvido nas investigações.

Em delação premiada, Costa disse que arrecadou R$ 30 milhões de firmas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Sérgio Cabral (PMDB), em 2010, quando Pezão era vice. O delator disse ter acertado o pagamento em reunião com Cabral, Pezão e o então secretário da Casa Civil, Regis Fichtner. Eles negam a acusação.

Pezão afirmou que a delação premiada é recurso importante para investigações criminais, mas cobrou "mais apuração". "Acho que deviam ser feitas acareações (...) R$ 30 milhões é o custo de uma campanha, não cai do céu. Precisa ter mais cuidado. Uma pessoa em delação premiada quer se livrar logo dos problemas e sai jogando as coisas no ar. Tem que ter mais cuidado e mais apuração. Eu me coloquei desde o primeiro momento à disposição para qualquer esclarecimento."

"Eu envergo, mas não quebro", disse Pezão ao chegar ao estaleiro. "Falar de ajuda de campanha para o governador Sérgio Cabral no caixa 2 é jogar muito no ar (...) Até hoje não chegou nada oficial para mim e essa conversa eu não tive. Ora falam que será (aberta uma) sindicância, ora que será inquérito. As pessoas que conhecem minha vida sabem que eu não iria participar de um assunto desses", afirmou o governador.

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"Você vai cair", gritou um deles, que não se identificou. "Beleza", disse Pezão, enquanto caminhava até a Assembleia Legislativa, de onde seguiu para o Palácio Guanabara, sede do governo.

Os dois homens foram atrás de Pezão e sua comitiva, em silêncio. "Fora Pezão, vá com Paes e leve o Lula Dilma vez", dizia o trocadilho pintado em papelão e exibido ao governador. Outro cartaz tinha a inscrição: "Corrupção, o maior vandalismo". Os manifestantes não quiseram falar com a reportagem.

"Não dou entrevista, porque vocês editam muito o que as pessoas falam, não sei se vocês são verdadeiros ou não", argumentou um deles.

Na barca Pão de Açúcar, fabricada na China e comprada por R$ 32 milhões, Pezão foi bem recebido. Perguntou a passageiros se estavam satisfeitos com poltronas mais confortáveis e ar condicionado e, ao passar pelos novos universitários, pintados e fantasiados, quis saber que curso iniciavam.

A seguir, tirou uma nota de R$ 20 da carteira e entregou a Ramon Cruz, de 18 anos, morador de São Gonçalo (região metropolitana).

Na primeira agenda, visita ao estaleiro Eisa, em Niterói, Pezão mais uma vez negou ter recebido dinheiro de caixa 2, oriundo do esquema de corrupção na Petrobrás, como acusa o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. O governador reclamou por não ter sido ouvido nas investigações.

Em delação premiada, Costa disse que arrecadou R$ 30 milhões de firmas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para o caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Sérgio Cabral (PMDB), em 2010, quando Pezão era vice. O delator disse ter acertado o pagamento em reunião com Cabral, Pezão e o então secretário da Casa Civil, Regis Fichtner. Eles negam a acusação.

Pezão afirmou que a delação premiada é recurso importante para investigações criminais, mas cobrou "mais apuração". "Acho que deviam ser feitas acareações (...) R$ 30 milhões é o custo de uma campanha, não cai do céu. Precisa ter mais cuidado. Uma pessoa em delação premiada quer se livrar logo dos problemas e sai jogando as coisas no ar. Tem que ter mais cuidado e mais apuração. Eu me coloquei desde o primeiro momento à disposição para qualquer esclarecimento."

"Eu envergo, mas não quebro", disse Pezão ao chegar ao estaleiro. "Falar de ajuda de campanha para o governador Sérgio Cabral no caixa 2 é jogar muito no ar (...) Até hoje não chegou nada oficial para mim e essa conversa eu não tive. Ora falam que será (aberta uma) sindicância, ora que será inquérito. As pessoas que conhecem minha vida sabem que eu não iria participar de um assunto desses", afirmou o governador.

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