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“Um país que forma mais advogados que engenheiros está errado”, diz Dias Toffoli

Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) advogados no Brasil não aprendem na faculdade que a conciliação é melhor que a litigância no Judiciário

Dias Toffoli disse que há um excesso de judicialização no Brasil e que os advogados preferem recorrer à Justiça do que buscar uma conciliação (Esfera/Divulgação)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 10h13.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou nesta sexta-feira, 10, que há um excesso de judicialização no Brasil e que os advogados preferem recorrer à Justiça do que buscar uma conciliação. Segundo ele, isso leva a uma crise de confiança no país.

“O Supremo Tribunal Federal julga 14 mil processos por ano. A Suprema Corte dos Estados Unidos julga 100. A da Alemanha julga 80. Aqui na Itália , uns 400 casos. No Brasil, a gente tem a ideia de que um contrato para valer tem que ter um trânsito em julgado, se não tiver, não vale. É uma crise de confiança, que, se tudo vai parar no Judiciário, é porque a sociedade está falhando em resolver os seus problemas”, disse, durante durante participação no Fórum Internacional de Roma, realizado pelo Esfera Brasil.

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Toffoli ainda afirmou que culturalmente os brasileiros preferem recorrer ao Judiciário e que há uma excesso do profissionais na advocacia.

“Um país que forma mais advogados do que engenheiros está errado. Nós temos que mudar a nossa cultura. Quantos mil engenheiros formam a Coreia? 80 mil. Quantos mil formam o Brasil? Não forma 40 mil por ano. E o Brasil forma uma França inteira de advogados por ano”, disse.

O ministro ainda afirmou que é necessário on constante diálogo entre os três Poderes do país para pacificar as relações e tomar decisões em prol do Brasil

“A sociedade precisa do estado para se desenvolver, para criar emprego. A sociedade tem pressa. Quando há uma crise na base das instituições, precisamos estar atentos onde estamos falhando. O gestor público e o gestor privado têm que pensar mais rápido”, disse.

*O repórter viajou a convite do Esfera Brasil

Ministros do governo Lula

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