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Transição energética: diretora do BNDES fala em "novos termos comerciais para produtos verdes"

Luciana Costa, à frente de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, diz que o Brasil é o país com maior vantagem comparativa do G20, mas países 'do primeiro mundo' não pagam por energia verde

Transição energética: Brasil tem vantagem comparativa para energias solar e eólica (Leandro Fonseca/Exame)
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 18h22.

Durante painel do Brasil Investiment Forum, nesta quarta-feira, 8, Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, defendeu que o comércio global repense a forma de valorar produtos que contribuam para a mudança da matriz energética no mundo. "A gente precisa que novos termos comerciais para produtos verdes, de fato, aconteçam no mundo", afirmou nesta quarta-feira, 8.

Na opinião dela, o Brasil é o país com mais vantagens comparativas dentro do G20, mas elas não se tornam vantagens competitivas, porque o mundo ainda não paga um prêmio por "produtos com grande conteúdo energético embarcado de baixo carbono".

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"Além de o mundo ainda não pagar por nossos produtos verdes, o nosso custo de capital ainda é muito alto e isso vai ser um desafio. A transição energética é intensiva em capital", afirmou. Para que haja um novo acordo comercial que pague prêmios pela sustentabilidade, a diretora do BNDES defende a formatação do mercado de carbono global, palco das discussões da próxima Conferência do Clima da ONU, a COP28.

As afirmações de Luciana Costa foram uma resposta para a fala de Jonathan Knott, cônsul-geral do Reino Unido em São Paulo. Ele compartilhou que o país conseguiu reduzir suas emissões em 50% entre 1999 e 2021, ao mesmo tempo em que a economia cresceu 65% e houve preocupação com a saúde financeira da população inglesa. A diretora do BNDES comentou que a realidade brasileira é diferente "do primeiro mundo".

A promessa do hidrogênio verde

Luciana Costa citou exemplos da capacidade brasileira na agenda da transição energética, sendo o país mais barato para gerar energias eólica onshore e offshore e solar. "A previsão é que o quilo do hidrogênio verde custe, em 2030, US$ 1,50, sendo o mais barato do mundo", disse ao repetir a necessidade da valorização comercial, à medida que projetos para o hidrogênio variam entre US$ 3 bilhões e US$ 7 bilhões.

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, também participou do painel no Brasil Investiment Forum, e afirmou que "o Brasil vai exportar sustentabilidade por meio do hidrogênio verde. Além disso, ele comentou que a agenda de energia verde se estende à ampliação das linhas de transmissão, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

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"Linhas de transmissão são exatamente o reforço para poder liberar e 'oportunizar' aqueles que querem aproveitar a energia solar e o vento", afirmou. De acordo com ele, os próximos dois leilões para linhas de transmissão de energia elétrica estão programados para dezembro e março. A expectativa é chegar ao valor de R$ 56 bilhões.

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