STF suspende sessão sem julgar mérito do habeas corpus de Lula
Sem apreciação do mérito, ministros concederam liminar para que uma possível ordem de prisão não seja executada até o dia 4 de abril
Luiza Calegari
Publicado em 22 de março de 2018 às 18h47.
Última atualização em 22 de março de 2018 às 19h39.
São Paulo –O Supremo Tribunal Federal ( STF ) encerrou a sessão que julgaria o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem ter começado a apreciar o mérito da questão. O julgamento do mérito ficou só para a quarta-feira, dia 4 de abril, depois do feriado da Páscoa.
Por causa do adiamento, a maioria dos ministros decidiu por aceitar um pedido da defesa e conceder liminar proibindo a prisão de Lula até que o mérito do pedido de habeas corpus seja analisado no Supremo.
Isso quer dizer que, mesmo se a sentença de Lula for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) na segunda-feira (26), o ex-presidente não poderá ser preso imediatamente.
Preliminares
Até o fim da sessão, os ministros só tinham julgado preliminarmente o cabimento do recurso, resolvendo a favor de "conhecer" o habeas corpus.
O debate, preliminar à votação do próprio habeas corpus, era para definir se o instrumento em questão (habeas corpus) era o mais adequado para evitar a prisão de Lula antes de esgotar os recursos contra sua condenação nas instâncias superiores.
O relator do pedido, Edson Fachin, votou por "não conhecer" o pedido, alegando que um recurso extraordinário seria mais adequado nesse momento. Concordaram com ele os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a presidente Cármen Lúcia.
Por sua vez, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello discordaram do entendimento do relator e foram favoráveis a julgar o mérito do habeas corpus.
Veja como foi o julgamento:
https://www.youtube.com/watch?v=gSOySlBxKwI
TRF4
Na próxima segunda-feira (26), o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, deve julgar os chamados embargos de declaração, recursos que pretendem esclarecer omissões, obscuridades ou contradições no acórdão, a sentença que aumentou a pena do ex-presidente Lula para 12 anos e um mês de prisão.
Os embargos serão julgados pela 8ª turma do tribunal, composta pelos desembargadores Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus.
Ao aumentar a pena de Lula, inicialmente estabelecida pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13º Vara Federal em Curitiba, em nove anos, os desembargadores tomaram a decisão por unanimidade.
Se os embargos forem rejeitados na sessão da próxima segunda-feira, o processo será enviado de volta para Moro, que será responsável pela emissão do mandado de prisão. Se forem aceitos, caberá mais recursos e a pena não poderá ser executada.
A sessão do tribunal está marcada para as 13h, na sede do TRF 4, na capital gaúcha.
(com Agência Brasil)