SP deve ficar ao menos 6ºC mais quente até 2050, com eventos extremos do clima no estado
As ondas de calor podem ser ainda mais extensas superando 150 dias no norte paulista
Repórter
Publicado em 25 de julho de 2024 às 13h33.
Última atualização em 25 de julho de 2024 às 13h38.
Um estudorealizado por pesquisadores do Instituto Geológico, órgão extinto pelo Governo paulista em 2020, e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apontam que a temperatura no estado de São Paulo pode ficar até 6°C mais quente até 2050.
Os dados sugerem que, no futuro, o litoral norte e a Baixada Santista podem ficar entre 0,5°C e 1,5ºC mais quentes.Nas áreas do interior, esse aumento médio deve variar de 3ºC a 4ºCem alguns locais, com o maior aquecimento acontecendo no centro do estado, que tem chances da temperatura subir 6ºC.
As ondas de calor, podem ser ainda mais extensas, superando 150 dias no norte paulista, região deRibeirão Preto, em um cenário mais pessimista, e 25 dias no sul do estado. “Este estudo foi encomendado pelo próprio estado, e é um documento importantíssimo para lembrar que a emergência climática é real e pode trazer consequências devastadoras para o planeta, e também para o estado mais rico do Brasil, que pode ter sua economia fortemente atingida se as projeções se confirmarem”, comenta Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.
Como chegaram aos resultados?
Para chegar nessas projeções, a equipe se baseou em dados coletados entre 1961 e 1990levando em consideração os maiores e os menores valores dos desvios de temperatura.A conclusão é de que haverá “aquecimento da atmosfera, que tende a ser menos intenso na fachada litorânea, devido ao controle exercido pelo oceano, e maior no trecho noroeste do estado, mais distante do Atlântico”, resumem os autores do estudo.
Eventos extremos do clima
O estudo também aponta que a elevação da temperatura deverá causar eventos extremos, alternando entre clima seco e chuva forte, podendo causar:
- escorregamentos de encostas;
- inundações;
- Erosões;
Ao longo de décadas, a exploração econômica em São Paulo, assim como no Brasil, segundo a publicação, ocorreu “em detrimento das condições geoecológicas”.
Efeitos extremos
No texto, os pesquisadores levam em consideração os efeitos climáticos causados pela ocupação humana do estado, que possui o maior contingente populacional e maior desenvolvimento econômico do país, diretamente associados aos setores da agricultura, indústria e serviços. Neste contexto, apenas 22,9% da vegetação florestal nativa estão preservadas.