Sócios devem ser indiciados por dolo, diz delegado
Donos da boate Kiss e membros da banda que tocou no estabelecimento assumiram o risco de matar, afirmou a polícia de Santa Maria
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 20h48.
Santa Maria - Para a polícia de Santa Maria (RS), os donos da boate Kiss e os dois membros da banda Gurizada Fandangueira, que tocou na madrugada do dia 27 quando o incêndio começou, assumiram o risco de matar. O inquérito pode levar 30 dias para ser concluído, mas os quatro devem ser indiciados por dolo eventual - quando se assume o risco de matar. A informação foi dada no final da tarde desta sexta-feira pelo delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação.
"Todas as evidências e provas testemunhais apontam de forma inequívoca que eles agiram de muitas maneiras, assumindo o risco da produção de um resultado." Segundo o delegado, mais de 70 testemunhas já foram ouvidas. Pelos depoimentos e provas colhidas no local do incêndio, os proprietários da casa falharam o quesito segurança. "Sobre a questão do dolo eventual, podemos imputar claramente aos proprietários pela falta de segurança, que ficou evidente."
De acordo com Meinerz, apenas três extintores de incêndio foram encontrados dentro da boate Kiss. Além disso, conforme documentação entregue ao Corpo de Bombeiros anteriormente, a boate tinha capacidade para cerca de 640 pessoas. Entretanto, há relatos, inclusive do próprio Elissandro Sphor, o Kiko, em entrevista a um jornal da cidade há cerca de seis meses, que houve circunstâncias em que a casa comportou até duas mil pessoas.
Sobre a responsabilização dos dois integrantes da banda, está provado, segundo Meinerz, que o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o técnico de palco Luciano Augusto Bonilha Leão "manusearam indevidamente material que não poderia ter sido utilizado" no local. "Se eu uso um material que há uma orientação do fabricante e do vendedor, e mesmo assim eu ainda o faço de forma indevida em um local com grande aglomeração de pessoas, evidentemente eu estou assumindo o risco de um resultado", avalia o delegado. E completa: "Se por ventura o evento não tivesse acontecido no fundo, mas na parte da frente, certamente o número de vítimas seria infinitamente maior".
Obstáculos
Analisando o local do incêndio, os peritos recolocaram nos locais originais as estruturas de ferro que conduziam o público à entrada e saída da boate, e que acabaram no chão depois do tumulto. Para o delegado, ficou demonstrada a grande dificuldade em deixar o prédio durante a emergência. "A dificuldade de saída para as pessoas era muito grande, maior até do que nós tínhamos imaginado em um primeiro momento."
Na tarde desta sexta, policiais de Santa Maria cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento de Elissandro Spohr, o Kiko, que permanece internado no hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, sob custódia. Conforme a polícia, estavam sendo procuradas provas documentais que possam esclarecer as circunstâncias que a Kiss estava operando, se dentro das normas de segurança ou não.
Está em posse dos investigadores documentos remetidos pela prefeitura da cidade e pelo Corpo de Bombeiros. Dentre os papéis está presente o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), mas que não contém assinatura de um responsável técnico. "Existe esse documento, mas não está escrito o nome de um responsável. E eu quero saber o porquê", salienta Meinerz.
Santa Maria - Para a polícia de Santa Maria (RS), os donos da boate Kiss e os dois membros da banda Gurizada Fandangueira, que tocou na madrugada do dia 27 quando o incêndio começou, assumiram o risco de matar. O inquérito pode levar 30 dias para ser concluído, mas os quatro devem ser indiciados por dolo eventual - quando se assume o risco de matar. A informação foi dada no final da tarde desta sexta-feira pelo delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação.
"Todas as evidências e provas testemunhais apontam de forma inequívoca que eles agiram de muitas maneiras, assumindo o risco da produção de um resultado." Segundo o delegado, mais de 70 testemunhas já foram ouvidas. Pelos depoimentos e provas colhidas no local do incêndio, os proprietários da casa falharam o quesito segurança. "Sobre a questão do dolo eventual, podemos imputar claramente aos proprietários pela falta de segurança, que ficou evidente."
De acordo com Meinerz, apenas três extintores de incêndio foram encontrados dentro da boate Kiss. Além disso, conforme documentação entregue ao Corpo de Bombeiros anteriormente, a boate tinha capacidade para cerca de 640 pessoas. Entretanto, há relatos, inclusive do próprio Elissandro Sphor, o Kiko, em entrevista a um jornal da cidade há cerca de seis meses, que houve circunstâncias em que a casa comportou até duas mil pessoas.
Sobre a responsabilização dos dois integrantes da banda, está provado, segundo Meinerz, que o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o técnico de palco Luciano Augusto Bonilha Leão "manusearam indevidamente material que não poderia ter sido utilizado" no local. "Se eu uso um material que há uma orientação do fabricante e do vendedor, e mesmo assim eu ainda o faço de forma indevida em um local com grande aglomeração de pessoas, evidentemente eu estou assumindo o risco de um resultado", avalia o delegado. E completa: "Se por ventura o evento não tivesse acontecido no fundo, mas na parte da frente, certamente o número de vítimas seria infinitamente maior".
Obstáculos
Analisando o local do incêndio, os peritos recolocaram nos locais originais as estruturas de ferro que conduziam o público à entrada e saída da boate, e que acabaram no chão depois do tumulto. Para o delegado, ficou demonstrada a grande dificuldade em deixar o prédio durante a emergência. "A dificuldade de saída para as pessoas era muito grande, maior até do que nós tínhamos imaginado em um primeiro momento."
Na tarde desta sexta, policiais de Santa Maria cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento de Elissandro Spohr, o Kiko, que permanece internado no hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, sob custódia. Conforme a polícia, estavam sendo procuradas provas documentais que possam esclarecer as circunstâncias que a Kiss estava operando, se dentro das normas de segurança ou não.
Está em posse dos investigadores documentos remetidos pela prefeitura da cidade e pelo Corpo de Bombeiros. Dentre os papéis está presente o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), mas que não contém assinatura de um responsável técnico. "Existe esse documento, mas não está escrito o nome de um responsável. E eu quero saber o porquê", salienta Meinerz.