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São Paulo começa a "beber" do volume morto do Alto Tietê

De ontem para hoje, segundo informações da concessionária, o sistema caiu de 4,2 para 4,1%. Captação de volume morto começa neste domingo.

Sabesp obteve autorização para captar mais 39,46 milhões de metros cúbicos da represa Ponte Nova (Divulgação/Sabesp)

Vanessa Barbosa

Publicado em 14 de dezembro de 2014 às 10h58.

São Paulo - O sistema Alto Tietê, segunda maior fonte de abastecimento de água da Grande São Paulo , segue os passos do Cantareira. Depois de seu volume útil praticamente esgotar, chegou a vez de captar água da reserva estratégica, o chamado "volume morto".

A Sabesp obteve autorização do DAEE para captar, a partir deste domingo (14), mais 39,46 milhões de metros cúbicos da represa Ponte Nova, o que representa um acréscimo de mais 6,6% ao volume do Sistema Alto Tietê.

De ontem para hoje, segundo informações da concessionária, o sistema caiu de 4,2 para 4,1%. Com o volume adicional, hoje está em 10,7%.

Conforme nota da Sabesp, esse acréscimo de volume não necessita de bombeamento, sendo possível a retirada através da descarga normal.

Novo "gerente" da crise

Em meio à crise histórica de abastecimento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou, na última quinta, a troca no comando da secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos dos Estado.

Quem ocupará o lugar de Mauro Arce será Benedito Braga, que é professor de engenharia civil e ambiental da USP e atual presidente do Conselho Mundial da Água. O especialista vai assumir a pasta, que anda fragilizada, a partir de janeiro do próximo ano.

Desde o início da crise, Braga tem emitido opiniões fortes sobre a gestão da água. Se, de um lado, se mostra contrário ao racionamento, de outro, defende penalidades para aqueles que desperdiçam o recurso.

São Paulo – As chuvas já ficaram mais frequentes em São Paulo neste mês de novembro. Mesmo assim, dados da Sabesp mostram que o nível de água nos reservatórios que atendem a região metropolitana continua preocupante. Na sexta-feira, o Sistema Alto Tietê chegou a 4,2% de sua capacidade. O Cantareira atingiu 7,5%. Mesmo com a economia dos consumidores, a situação permanece crítica. Parte da explicação pode estar em números do governo federal. Em relatórios elaborados nos últimos anos, a Agência Nacional de Águas (ANA) constatou que o Brasil tem bastante capacidade de armazenamento de água. Porém, a maior parte de nossos recursos está na região amazônica, onde há poucos habitantes. Já em 2010, um documento da ANA previa que, até 2015, 55% dos municípios do país poderiam ter abastecimento deficitário. Veja nos slides acima esses e outros números que mostram o quadro do abastecimento de água no Brasil e evidenciam que esse deve ser um problema presente em nosso cotidiano nos próximos anos.
  • 2. Cidades que desperdiçam

    2 /2(Marcos Santos/ USP Imagens)

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    De ontem para hoje, segundo informações da concessionária, o sistema caiu de 4,2 para 4,1%. Com o volume adicional, hoje está em 10,7%.

    Conforme nota da Sabesp, esse acréscimo de volume não necessita de bombeamento, sendo possível a retirada através da descarga normal.

    Novo "gerente" da crise

    Em meio à crise histórica de abastecimento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou, na última quinta, a troca no comando da secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos dos Estado.

    Quem ocupará o lugar de Mauro Arce será Benedito Braga, que é professor de engenharia civil e ambiental da USP e atual presidente do Conselho Mundial da Água. O especialista vai assumir a pasta, que anda fragilizada, a partir de janeiro do próximo ano.

    Desde o início da crise, Braga tem emitido opiniões fortes sobre a gestão da água. Se, de um lado, se mostra contrário ao racionamento, de outro, defende penalidades para aqueles que desperdiçam o recurso.

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