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Rosa Weber e Flávio Dino enviaram mensagens para Ibaneis durante atos golpistas

Emedebista tentou tranquilizar presidente do STF e ministro da Justiça, que cobravam por ação

Rosa Weber: ex-governador do DF também falou com Pacheco e Flávio Dino (Fellipe Sampaio /SCO/STF/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de fevereiro de 2023 às 08h40.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2023 às 09h57.

A Polícia Federal extraiu, no celular do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), mensagens enviadas pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber , logo após a invasão do Congresso Nacional por terroristas no dia 8 de janeiro.

No diálogo, Rosa cobra Ibaneis e justifica o contato direto com o governador pelo fato de o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, estar "de férias".

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A primeira mensagem foi enviada às 15h25. "Já entraram no Congresso", escreveu a presidente do STF. Ibaneis respondeu dois minutos depois: "Coloquei todas as forças de segurança nas ruas".

Preocupada com uma possível invasão dos terroristas ao prédio do STF, Rosa Weber envia outra mensagem em seguida: "O Secretário de Segurança do DF está de férias, por isso o contato direto com o senhor". "Estamos cuidando", respondeu Ibaneis. O governador envia o contato do secretário de Segurança em exercício, Fernando Oliveira, e a presidente Rosa Weber agradece.

De acordo com análise da PF, Rosa Weber foi uma das primeiras pessoas a entrar em contato com Ibaneis após o início da invasão ao Congresso Nacional. Na noite daquele dia, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Ibaneis do governo do Distrito Federal.

Ibaneis também passou a ser alvo de investigação por suspeitas de omissão no planejamento de segurança do dia 8 de janeiro . Por isso, foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal e teve seu celular apreendido. Anderson Torres foi preso por ordem de Moraes.

Em nota, Ibaneis Rocha informa que entrou com pedido de cancelamento do afastamento do cargo. Segundo o governador afastado, as provas produzidas "indicam que ele não se omitiu e, tampouco, foi conivente com os atos criminoso no dia da infâmia. A defesa do governador afastado se baseia na determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes para soltar o comandante da Polícia Militar do DF e laudo da Polícia Federal.

Conversas com Flávio Dino

Em outra conversa, o emedebista tentou tranquilizar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a quem depois pediu ajuda. Policiais escalados para comandar o esquema de proteção aos prédios públicos naquele dia admitiram em depoimento que o contingente não era suficiente para conter os invasores. Para a Polícia Federal, não é possível dizer que ele agiu deliberadamente para permitir a ação dos extremistas.

Veja o teor das mensagens:

0h30min: Dino, pede informações sobre o esquema de segurança. “Governador, não entendi bem qual será a sua orientação para a Polícia? Onde será o ponto de bloqueio e de que forma?”. Ao que Ibaneis responde: “Situação tranquila, no momento”.

16h05min: Quando os ataques já estavam em curso, Dino tenta telefonar para Ibaneis, sem sucesso. Quarenta minutos depois, o governador muda o tom e pede ajuda: “Vamos precisar do Exército”.

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