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Rodovias na mão do governo são pior saída possível, diz especialista

Professor da Unicamp afirma ineficiência do governo faz do modelo de concessões o melhor para as estradas do país

Rodovia SP-127, que passa por cidades como Tietê, Rio Claro e Piracicaba, está entre as 10 melhores do Brasil (.)
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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2010 às 17h54.

São Paulo - Um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que as dez melhores rodovias do Brasil estão no estado de São Paulo, todas elas administradas por concessionárias. Na opinião do engenheiro Carlos Alberto Guimarães, especialista em transportes, em dias nos quais só se fala na necessidade de reduzir os gastos públicos no país, manter um modelo em que 80% da malha rodoviária é administrada pelo governo é a pior saída possível.

Guimarães, que é professor da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que a ineficiência administrativa do governo faz do modelo de concessões o melhor caminho para garantir a qualidade rodoviária brasileira. "As ações do governo não são suficientes para cuidar de uma malha viária deste tamanho. Fica muito difícil manter todos os trechos em boas condições ao mesmo tempo", diz.

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A demora em fazer pequenos reparos nas rodovias, segundo o professor, aumenta os gastos. A administração pública acaba sendo obrigada a fazer mais reformas nas pistas do que apenas sua manutenção, processo com um custo muito maior.

Neste cenário, Guimarães argumenta que o Estado deveria repassar à iniciativa privada o peso de lidar com uma malha viária extensa. "Como as rodovias concedidas têm receita própria, que vem dos pedágios, os serviços nelas são muito superiores. Chegam a ser comparáveis aos de países europeus, em alguns casos. Concessões ou parcerias público-privadas são as melhores alternativas no nosso contexto atual."

Entretanto, o engenheiro ressalta que, uma vez que se adota o modelo de concessão, aumenta a responsabilidade do governo. "Não é possível conceder a malha toda, apenas as vias principais, por questões de rentabilidade. Assim, a gestão pública passa a ter mais recursos e mão de obra disponível para cuidar bem do restante da malha", afirma Guimarães.

Além disso, à medida que os gastos diminuem quando se repassa a administração à iniciativa privada, o governo passa a ter condições de reduzir a carga tributária sobre os usuários das estradas. "Uma das opções seria reduzir o IPVA, mas nunca ouvi isto sendo discutido", diz.

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