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Rastreio por celular indica movimentação menor na periferia de SP

Os bairros de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul da capital, mostram maior adesão ao isolamento social

São Paulo: Antenas de telefonia celular captam movimentação de pessoas dentro de diversas regiões do Estado (Zé Carlos Barretta/Flickr/Creative Commons)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2020 às 13h29.

Última atualização em 24 de abril de 2020 às 17h47.

Dados do Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) do governo de São Paulo apontam que os bairros de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, são as localidades com maiores índices de isolamento social, com 79% e 70%, respectivamente. Por outro lado, os bairros de Vila Nova Conceição e Alto da Boa Vista, também na zona sul, estão no lado oposto, com baixos índices de adesão à quarentena, com 33% e 37% destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Esse índice é definido a partir de vários bancos de dados. Um deles é a movimentação de pessoas captada pelas antenas de telefonia celular dentro de regiões específicas do Estado. Quando a pessoa se afasta 200 metros da residência, o levantamento considera que ela rompeu o isolamento. A análise, feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), não faz distinção entre idas ao supermercado ou ao trabalho. E se uma pessoa sair sem o aparelho os dados são não computados.

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É justamente o ineditismo da utilização de dados de celulares um dos pontos que preocupam os especialistas. "Não há precedente na história", afirma Helder Nakaya, professor do departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da USP. Fernando Reinach, especialista em Biologia Molecular e colunista do Estado, destaca a limitação do uso do celular para tentar definir a movimentação das pessoas. "Se eu saio de Atibaia e vou até São Paulo e fico três dias sozinho no apartamento, eu não rompi meu isolamento. Eu não encontrei ninguém. O celular provavelmente vai identificar esse deslocamento", explica. "Se eu for de ônibus, eu terei contato com várias pessoas, mas o celular vai registrar o mesmo deslocamento."

 

A reportagem visitou nesta quinta-feira dois bairros que estão em pontos extremos nos índices de isolamento social: Vila Nova Conceição (33%) e Parelheiros (70%). Bairro eminentemente residencial e com imóveis de alto padrão, o primeiro se caracteriza pela grande presença de trabalhadores das áreas de segurança e limpeza. São profissionais que se deslocam de outras regiões para o local de trabalho, como Antonio Ribeiro. "Muita gente trabalha aqui e não tem condições de fazer home office."

Distante 34 quilômetros dali, o bairro de Parelheiros é o vice-campeão em isolamento. As ruas não estão totalmente desertas, mas o trânsito caiu pela metade, dizem os moradores. A empregada doméstica Cátia Pereira explica que os moradores ficaram assustados na última semana quando viram que o Hospital Municipal de Parelheiros estava com 100% dos leitos de UTI ocupados. "As pessoas estavam saindo para as ruas normalmente, mas começaram a voltar para casa", conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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