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Quero ser julgado por provas e não convicções, diz Lula em ato

Ex-presidente prestou depoimento durante mais de cinco horas ao juiz Sergio Moro

Ex-presidente Lula discursa após depoimento a Moro em Curitiba, dia 10/05/2017 (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2017 às 20h04.

Última atualização em 10 de maio de 2017 às 22h58.

São Paulo e Curitiba - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite desta quarta-feira, 10, o desejo de ser candidato à Presidência da República e que acredita que o julgamento dele não deve ser feito somente pela Justiça, mas também nas urnas.

"Eu não quero ser apenas julgado pela Justiça. Quero antes ser julgado pelo povo brasileiro", afirmou o ex-presidente, em ato favorável a ele realizado em Curitiba. "Não quero ser julgado por convicções, mas por provas."

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Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato. A suspeita é que o petista seja o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá (SP). Os questionamentos ao ex-presidente duraram cerca de cinco horas.

"Eu quero respeito às leis e em troca quero respeito", afirmou, em referência ao juiz Moro. "Se tem um brasileiro em busca da verdade, sou eu. Virei a quantas audiências forem necessárias."

O ex-presidente também deu a sua versão para o depoimento. De acordo com Lula, ele esperava que "acusadores mostrassem algum documento de que eu seria o dono do apartamento". "Mas eles perguntaram se eu conheço (Candido) Vaccari e Paulo Okamotto, e não tenho vergonha deles", afirmou.

Ele afirmou que deseja continuar merecendo a confiança dos brasileiros e que a relação com os apoiadores não "é de candidato, mas de companheiro de luta". O petista disse também que vai provar que é possível "consertar o País".

"Eu estou vivo e preparado para voltar a ser candidato a presidente", afirmou o presidente, em ato realizado por partidários após o depoimento dele ao juiz Sergio Moro. "A História mostrará que nunca alguém foi tão massacrado como eu estou sendo neste País. Querem que eu seja massacrado antes do dia em que eu seja julgado."

Lulaficou emocionado em alguns momentos da fala. Em um deles, disse que não tem como agradecer tamanha solidariedade dos manifestantes, que chegavam a cinco mil, de acordo com a Polícia Militar do Paraná. "Se não fosse vocês eu não suportaria o que estão fazendo comigo", afirmou.

Em outro, falou que não seria digno de discursar se "tivesse alguma culpa". "Se for para eu mentir algum dia, quero que um ônibus me atropele", disse.

O ex-presidente afirmou ainda que solicitou à Justiça Federal que o depoimento fosse transmitido ao vivo para que "vissem nos olhos de quem pergunta e quem responde".

Após 12 minutos,Luladeixou o palco, mas voltou e tomou a fala quando uma estudante secundarista discursava. Ele criticou o projeto Escola sem Partido e disse que "educação não é gasto, é investimento".

Momentos antes de se iniciarem os discursos, o palanque dos partidários deLulateve de passar por inspeção. O local foi evacuado, mas poucos minutos depois os manifestantes voltaram em segurança.

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