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Quem é Marcelo Freitas, o relator da Previdência na CCJ

Delegado da PF e deputado federal de primeiro mandato, Freitas será o responsável por analisar todos os detalhes da proposta da reforma da Previdência

Deputado Marcelo Freitas: mais um novato conduzindo a reforma da Previdência (Reprodução/Delegado Marcelo de Freitas/Facebook)
AJ

André Jankavski

Publicado em 28 de março de 2019 às 18h30.

São Paulo – Após semanas de espera, foi definido nesta quinta-feira (28) o nome que será o relator da reforma da Previdência. O deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) será o responsável por analisar a proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e dar o seu parecer sobre a necessidade do projeto da equipe econômica vingar dali em diante.

A escolha do relator da CCJ segue a tendência da predileção por deputados novatos para cargos chave. Assim como Freitas, a presidência da CCJ também é ocupada por um estreante do partido de Jair Bolsonaro: Felipe Francischini (PSL-PR) é o responsável por garantir o funcionamento da CCJ.

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Marcelo Freitas tem 43 anos e é delegado da Polícia Federal e doutor em direito, mas é novato na Câmara dos Deputados. Ele foi eleito em Minas Gerais com mais de 58 mil votos. Também é conhecido por ter conduzido a prisão do ex-prefeito da cidade mineira de Montes Claros, Ruy Muniz.

Além disso, foi professor da unidade de Montes Claros da Universidade Federal de Lavras e também diretor de Combate ao Crime Organizado da PF de Minas Gerais.

Freitas chegou a ser cotado para ser o diretor-geral da Polícia Federal no mandato do ex-presidente Michel Temer. Ele ocupava a terceira colocação na lista tríplice, em 2016. Os outros nomes foram o dos delegados Erika Marina e Rodrigo Teixeira.

A bagagem técnica, segundo Fernando Schuler, cientista político do Insper, mostra que o deputado tem credenciais técnicas para ser o relator da CCJ. Mas pondera que a escolha dele não muda muita coisa no andamento da reforma.

“A CCJ não é o teste mais importante da Previdência. As discussões vão ficar mais acaloradas na comissão especial e, depois, no plenário”, diz Schuler.

Comissão de novatos

Porém, a escolha de mais um deputado de primeira viagem mostra que o governo ainda tem dificuldades para montar a sua própria base no Congresso.

“O governo não conseguiu que ninguém da centro direita, aliada, relatasse. Precisou pegar de dentro do próprio partido. E mesmo no PSL foi um processo tortuoso, demorado”, afirma João Villaverde, analista de risco político da consultoria Medley Global Advisors.

E para que a reforma dê resultado, o partido do presidente tem que se ajudar. A bancada do PSL foi a primeira a fechar questão sobre a aprovação da reforma da Previdência. Porém, as discussões internas no PSL ainda deixam o cenário nebuloso.

Neste caso, Freitas pode auxiliar nas conversas. O seu histórico, pelo menos, mostra que ele é uma pessoa de diálogo. Prova disso foi uma polêmica em que ele se envolveu no ano de 2016. O então delegado se encontrou com o deputado estadual Paulo Guedes (PT-MG) e foi convidado a ser candidato pelo partido.

O convite, no entanto, foi feito um mês depois do ex-prefeito Muniz ter sido preso. Guedes é adversário de Muniz na região. Foi o suficiente para apoiadores do antigo alcaide protestarem contra o delegado. Freitas, então, recusou o PT. Dois anos depois, ele foi eleito deputado federal pelo partido de Bolsonaro.

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