PT vai contra decisão que nega trabalho externo a presos
PT protocolou ação para revogar exigência do cumprimento de um sexto da pena para que presos no regime semiaberto possam trabalhar fora do presídio
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 15h05.
Brasília -Após o presidente do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Joaquim Barbosa , revogar a permissão de trabalho externo aos condenados na Ação Penal 470, o processo do Mensalão , o PT protocolou na Corte ação para que seja revogada a exigência do cumprimento de um sexto da pena para que presos no regime semiaberto possam trabalhar fora do presídio.
Com base no Artigo 37 da Lei de Execução Penal (LEP), que prevê o cumprimento de um sexto da pena ao preso do regime semiaberto antes da autorização para deixar o estabelecimento prisional para trabalho, Barbosa negou pedido feito pela defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e revogou o benefício ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, aos ex-deputados federais Valdemar Costa Neto, Pedro Corrêa e Carlos Alberto Pinto Rodrigues (Bispo Rodrigues), além de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do então Partido Liberal (PL).
Na ação de descumprimento de preceito fundamental, o advogado do PT, Rodrigo Mudrovitsch, argumenta que a exigência é “incompatível” com o Artigo 5o da Constituição Federal, podendo afetar milhares de apenados, o que, segundo ele, seria um “contrassenso à individualização da pena”.
De acordo com ele, a decisão do ministro Joaquim Barbosa fere o preceito constitucional da obrigação de se assegurar aos apenados o respeito à integridade física e moral.
“Após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a instalação de uma nova ordem democrática no Brasil, em que se observa o maior período de estabilidade institucional democrática na história, a interpretação do ato ora impugnado sofre considerável alteração, uma vez que não se afigura compatível com a nova ordem constitucional a exigência dos requisitos legais para que os condenados ao regime semiaberto possam exercer trabalho externo”, diz trecho da ação.
O advogado acrescenta que a concessão do benefício a condenados no regime semiaberto tem sido aplicada para “propiciar condições para a harmônica integração social do condenado”.
Além disso, diz Mudrovitsch, há mais de uma década a exigência do cumprimento de um sexto da pena não tem sido levado em consideração para autorização de trabalho externo a sentenciados no regime semiaberto.
![Embate 1 - Mendes X Lewandowski (17/10)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_lewandowski1.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /11(José Cruz/Agência Brasil)
Ricardo Lewandowski Contexto: Os ministros se desentenderam quando julgavam se uma denúncia contra Anthony Garotinho ficaria com o STF ou deveria ser remetida à primeira instância. Gilmar Mendes apontou que Lewandowski já havia votado em sentido contrário uma vez, o que acarretou a discussão. Embora o processo não seja o do mensalão, a discussão só ocorreu devido aos desentendimentos prévios do outro processo.
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_ministros_do_stf_gilmar_mendes_e_ricardo_lewandowski_de_costas.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /11(José Cruz/ABr)
Gilmar Mendes Apaziguador:
“Nós temos ditos aqui que este contraditório é também saudável. Aqui ninguém diminui ninguém intelectualmente. Não houve essa intenção”
Carlos Ayres Britto, se dirigindo a Lewandowski
![Embate 2 – Barbosa X Lewandowski (26/09)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_joaquim_barbosa3.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /11(Nelson Jr./SCO/STF)
Joaquim Barbosa Contexto: Lewandowski não via razão para condenar o ex-assessor do PTB Emerson Palmieri, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Barbosa irritou-se com a posição do revisor, alegando que havia provas documentais.
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_lewandowski_bate_boca_com_barbosa.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /11
Ricardo Lewandowski 3º Participante:
“Ministro (Joaquim), somos 11 juízes. Ninguém faz vista grossa. Cuidado com as palavras. Vamos respeitar os colegas. O senhor não está respeitando. Policie a sua linguagem”
Marco Aurélio Mello., se dirigindo a Barbosa Apaziguador:
“Ministro Joaquim, os fatos comportam leituras. O Ministro Lewandowski esta fazendo uma leitura dos fatos”
Carlos Ayres Britto, presidente da Corte
![Embate 3 – Barbosa X Lewandowski (12/09)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_joaquim-barbosa2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /11(Agência Brasil)
Joaquim Barbosa Contexto: O revisor explicava porque havia absolvido a ré Geiza Dias, ex-funcionária de Marcos Valério, e indicou que era importante contrapor “a cada argumento da acusação” o “argumento da defesa”, o que deu início a discussão.
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_ricardo-lewandowski-41.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /11(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ricardo Lewandowski Apaziguador:
"Vossa Excelência (Lewandowski) tem a palavra na plenitude do seu direito de fazer o seu voto de revisor. Todos nós somos beneficiários do modo cuidadoso, competente e soberano como Vossas Excelências (Barbosa e Lewandowski ) têm conduzido esta ação penal 470"
Carlos Ayres Britto
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_joaquim-barbosa-31.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
8 /11(José Cruz/Agência Brasil)
Joaquim Barbosa Apaziguador:
“Cada um julgará de acordo com sua própria metodologia”
Carlos Ayres Britto
![Embate 5 – Barbosa X Lewandowski (02/08)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_barbosa-replica.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
9 /11(José Cruz/Agência Brasil)
Joaquim Barbosa Contexto: O primeiro desentendimento entre Barbosa e Lewandowski ocorreu já no primeiro dia do julgamento. O relator irritou-se depois de Lewandowski se pronunciar a favor do pedido de um dos advogados de defesa, que iria acarretar no desmembramento do processo, que voltaria então à primeira instância para a maioria dos réus.
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_o_ministro_do_stf_ricardo_lewandowski.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
10 /11(Agência Brasil)
Ricardo Lewandowski Apaziguador:
“Vamos discutir ideias, não deixando a discussão descambar para o campo pessoal”
Marco Aurélio Mello
![Agora, veja as citações pop e intelectuais dos advogados do mensalão](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_gurgel.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
11 /11(Divulgação/STF/Reuters)