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PT pressiona Planalto por fim da Anistia

Partido pretende pressionar a presidente Dilma a rever a lei, além de tentar fazer com que o tema seja debatido durante a campanha eleitoral

Dilma Rousseff: orientação vai contra declarações da própria presidente, que em evento realizado no início do ano sinalizou não ser a favor da revisão (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 21h32.

Brasília - O PT pretende pressionar a presidente Dilma Rousseff a rever, em um eventual segundo mandato, a Lei de Anistia, além de tentar fazer com que o tema seja debatido durante a campanha eleitoral como forma de marcar posição e se diferenciar de seus principais adversários, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

A defesa da revisão da lei foi incluída no documento que apresentou as diretrizes do programa de governo da sigla aprovado ontem pela Executiva nacional.

A alegação foi a de a punição dos crimes praticados por agentes do Estado durante a ditadura militar "ajudam a impedir a continuidade destas práticas nas forças armadas e de segurança, na justiça e no sistema prisional, na criminalização dos movimentos sociais e na discriminação contra camadas populares".

Os petistas começaram a defender o tema com mais veemência depois da instalação da Comissão Nacional da Verdade, que desde 2011 investiga casos de violação de diretos humanos entre 1946 e 1988, compreendendo, portanto, os 21 anos do regime militar.

"As coisas ficam mais evidentes com o processo da Comissão da Verdade, que mostra a necessidade de rever a lei", afirma o secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela (DF).

"O Brasil precisa se reencontrar com a verdade histórica."

A orientação do texto avalizado pela executiva nacional do PT, no entanto, vai contra declarações da própria presidente Dilma, que em evento realizado no início do ano sinalizou não ser a favor da revisão.

Na ocasião, ela afirmou que "reconhece" e "valoriza os pactos políticos que nos levaram à redemocratização".

A Lei da Anistia foi promulgada em 1979 e perdoou crimes políticos cometidos tanto pelos militares quanto por civis.

Em 2010, o Supremo Tribunal Federal analisou a questão e optou por manter a lei original.

Procurados pela reportagem, tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos se disseram contrários à revisão da lei.

"Sem prejuízo da Comissão da Verdade e esclarecimentos possam ser dados, mas a Lei da Anistia foi um pacto feito em determinado momento e não vejo razão para que seja alterada neste instante", afirmou o pré-candidato do PSDB.

Essa posição também foi defendida por Campos.

"A Anistia naquele momento foi uma anistia ampla, geral e irrestrita para todos. Essa foi a regra que nós aceitamos para fazer a transição democrática", afirmou.

Campos se disse "à vontade" para falar sobre o tema porque o seu avô Miguel Arraes foi preso - e posteriormente exilado - por se recusar a deixar o comando do governo de Pernambuco após o golpe de 1964.

O pré-candidato do PSB, no entanto, sugeriu que a Lei da Anistia não se aplica a todos os crimes praticados por agentes da ditadura ao elogiar a decisão da Justiça Federal do Rio de aceitar denúncias contra cinco militares reformados acusados pela tortura e morte do ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido em janeiro de 1971.

"A Justiça brasileira, ao procurar investigar exatamente o que aconteceu com Rubens Paiva, que teve o seu cadáver ocultado de forma bárbara, está cumprindo o seu dever."

Segundo Campos, a morte de Rubens Paiva foi um acontecimento "bárbaro" e teve características de crime comum, e não apenas político, e que por isso poderia "ser apurado nas normas da legislação brasileira".

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Os petistas começaram a defender o tema com mais veemência depois da instalação da Comissão Nacional da Verdade, que desde 2011 investiga casos de violação de diretos humanos entre 1946 e 1988, compreendendo, portanto, os 21 anos do regime militar.

"As coisas ficam mais evidentes com o processo da Comissão da Verdade, que mostra a necessidade de rever a lei", afirma o secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela (DF).

"O Brasil precisa se reencontrar com a verdade histórica."

A orientação do texto avalizado pela executiva nacional do PT, no entanto, vai contra declarações da própria presidente Dilma, que em evento realizado no início do ano sinalizou não ser a favor da revisão.

Na ocasião, ela afirmou que "reconhece" e "valoriza os pactos políticos que nos levaram à redemocratização".

A Lei da Anistia foi promulgada em 1979 e perdoou crimes políticos cometidos tanto pelos militares quanto por civis.

Em 2010, o Supremo Tribunal Federal analisou a questão e optou por manter a lei original.

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Essa posição também foi defendida por Campos.

"A Anistia naquele momento foi uma anistia ampla, geral e irrestrita para todos. Essa foi a regra que nós aceitamos para fazer a transição democrática", afirmou.

Campos se disse "à vontade" para falar sobre o tema porque o seu avô Miguel Arraes foi preso - e posteriormente exilado - por se recusar a deixar o comando do governo de Pernambuco após o golpe de 1964.

O pré-candidato do PSB, no entanto, sugeriu que a Lei da Anistia não se aplica a todos os crimes praticados por agentes da ditadura ao elogiar a decisão da Justiça Federal do Rio de aceitar denúncias contra cinco militares reformados acusados pela tortura e morte do ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido em janeiro de 1971.

"A Justiça brasileira, ao procurar investigar exatamente o que aconteceu com Rubens Paiva, que teve o seu cadáver ocultado de forma bárbara, está cumprindo o seu dever."

Segundo Campos, a morte de Rubens Paiva foi um acontecimento "bárbaro" e teve características de crime comum, e não apenas político, e que por isso poderia "ser apurado nas normas da legislação brasileira".

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