Protestos na Venezuela não acabaram, diz líder opositora
Segundo María Corina Machado, manifestação está longe de acabar, e as sanções estrangeiras poderiam ser úteis
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 20h35.
Caracas - A onda de protestos contra o governo socialista do presidente Nicolás Maduro na Venezuela está longe de acabar, e as sanções estrangeiras poderiam ser úteis, disse nesta sexta-feira María Corina Machado, líder da ala dura da oposição e deputada cassada pelo Parlamento de maioria governista.
As piores manifestações em mais de uma década no país produtor de petróleo deixaram 42 mortos desde o início, em fevereiro, quando milhares de pessoas foram às ruas exigir a saída de Maduro e soluções para a crise econômica que angustia a população.
Embora as manifestações tenham diminuído nas últimas semanas e o governo tenha calculado que acabarão até julho, Machado, uma das principais organizadoras do movimento, disse que o presidente perdeu força e que os opositores manterão as ruas movimentadas.
"Despertou uma Venezuela que se sentia dominada, resignada, aterrorizada", disse à Reuters Machado, que liderou passeatas da oposição por todo o país desde fevereiro.
"É o princípio do princípio. Teremos uma transição à democracia em um futuro próximo..., não em 2019", acrescentou ela, referindo-se a um referendo revocatório permitido pela Constituição na metade do mandato de Maduro, em 2016.
Enquanto isso, disse a também engenheira de 46 anos, sanções contra membros do governo poderiam ser benéficas.
"Em alguns países, em alguns regimes, como não há justiça interna, pensam 'somos impunes, não me vai acontecer nada'. De roubar todo o dinheiro de um hospital até mandar disparar contra uns estudantes", argumentou.
Alguns congressistas dos Estados Unidos estão estudando sanções contra funcionários venezuelanos, mas o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, considera que isso poderia entorpecer o processo de diálogo entre o governo de Maduro e a oposição.
As sanções, além disso, poderiam irritar muitos em uma região marcada por golpes de Estado apoiados pelos Estados Unidos.
"Eu Sei O Que Você Come"
De classe abastada, Machado é apresentada pelo governo de Maduro como representante de uma elite venezuelana que governou o país desde o regresso da democracia em 1958 até a chegada ao poder do falecido Hugo Chávez em 1999.
Mas nesta sexta-feira, Machado riu das acusações de que é um fantoche, garantindo que o segundo homem forte do governo, Diosdado Cabello - que recentemente a expulsou do Parlamento - admitiu abertamente a vigilância sobre ela.
"O senhor Cabello me disse um dia, 'eu sei o que você come'. O senhor Cabello grava as conversas com minha mãe... Você acredita que qualquer um na Venezuela que tivesse alguma relação (com os Estados Unidos) já não teria sido colocado em evidência?".
Junto a outros políticos venezuelanos, Machado foi alvo de escutas telefônicas difundidas pela televisão estatal.
A líder opositora criticou os países da América Latina por "abandonar a Venezuela", argumentando que o Brasil tem um Ela e o líder dos protestos, Leopoldo López, atualmente preso, também foram objeto de críticas da oposição moderada, que acredita que as barricadas e marchas são um incômodo e apoiam as acusações governamentais de "golpismo".
"O regime pretende nos dizer que pedir uma mudança de regime necessariamente nos leva a uma guerra civil", opinou. "Isso é mentira".
Caracas - A onda de protestos contra o governo socialista do presidente Nicolás Maduro na Venezuela está longe de acabar, e as sanções estrangeiras poderiam ser úteis, disse nesta sexta-feira María Corina Machado, líder da ala dura da oposição e deputada cassada pelo Parlamento de maioria governista.
As piores manifestações em mais de uma década no país produtor de petróleo deixaram 42 mortos desde o início, em fevereiro, quando milhares de pessoas foram às ruas exigir a saída de Maduro e soluções para a crise econômica que angustia a população.
Embora as manifestações tenham diminuído nas últimas semanas e o governo tenha calculado que acabarão até julho, Machado, uma das principais organizadoras do movimento, disse que o presidente perdeu força e que os opositores manterão as ruas movimentadas.
"Despertou uma Venezuela que se sentia dominada, resignada, aterrorizada", disse à Reuters Machado, que liderou passeatas da oposição por todo o país desde fevereiro.
"É o princípio do princípio. Teremos uma transição à democracia em um futuro próximo..., não em 2019", acrescentou ela, referindo-se a um referendo revocatório permitido pela Constituição na metade do mandato de Maduro, em 2016.
Enquanto isso, disse a também engenheira de 46 anos, sanções contra membros do governo poderiam ser benéficas.
"Em alguns países, em alguns regimes, como não há justiça interna, pensam 'somos impunes, não me vai acontecer nada'. De roubar todo o dinheiro de um hospital até mandar disparar contra uns estudantes", argumentou.
Alguns congressistas dos Estados Unidos estão estudando sanções contra funcionários venezuelanos, mas o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, considera que isso poderia entorpecer o processo de diálogo entre o governo de Maduro e a oposição.
As sanções, além disso, poderiam irritar muitos em uma região marcada por golpes de Estado apoiados pelos Estados Unidos.
"Eu Sei O Que Você Come"
De classe abastada, Machado é apresentada pelo governo de Maduro como representante de uma elite venezuelana que governou o país desde o regresso da democracia em 1958 até a chegada ao poder do falecido Hugo Chávez em 1999.
Mas nesta sexta-feira, Machado riu das acusações de que é um fantoche, garantindo que o segundo homem forte do governo, Diosdado Cabello - que recentemente a expulsou do Parlamento - admitiu abertamente a vigilância sobre ela.
"O senhor Cabello me disse um dia, 'eu sei o que você come'. O senhor Cabello grava as conversas com minha mãe... Você acredita que qualquer um na Venezuela que tivesse alguma relação (com os Estados Unidos) já não teria sido colocado em evidência?".
Junto a outros políticos venezuelanos, Machado foi alvo de escutas telefônicas difundidas pela televisão estatal.
A líder opositora criticou os países da América Latina por "abandonar a Venezuela", argumentando que o Brasil tem um Ela e o líder dos protestos, Leopoldo López, atualmente preso, também foram objeto de críticas da oposição moderada, que acredita que as barricadas e marchas são um incômodo e apoiam as acusações governamentais de "golpismo".
"O regime pretende nos dizer que pedir uma mudança de regime necessariamente nos leva a uma guerra civil", opinou. "Isso é mentira".