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Professores se reinventam para dar aulas remotas na rede estadual do Rio

Cerca de 96 profissionais estão gravando aulas que servirão de reforço para alunos durante modelo híbrido

Educação: Professores enfrentam desafio para gravar as aulas que servirão de reforço para 700 mil alunos (Agência Brasil/Agência Brasil)
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Agência O Globo

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 06h54.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 22h17.

Sob a luz forte do refletor do estúdio, a professora de Biologia Jeniffer Cruz, de 42 anos, sente o suor escorrer pelas mãos. Não por causa do calor gerado pelos holofotes, mas pelo nervosismo de estar diante das câmeras. Acostumada a bater ponto em frente ao quadro negro nos colégios estaduais Brigadeiro Schorcht, na Taquara, e João Alfredo, em Vila Isabel, ela enfrentou uma prova de fogo após 15 anos de magistério: gravar as aulas que servirão de reforço para os cerca de 700 mil alunos da rede ao longo do ano.

— Na primeira vez, eu tremia. Passei três dias para preparar uma aula de 15 minutos, porque fazer um roteiro é diferente de preparar uma aula presencial — conta ela.

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Jeniffer faz parte de um time de 96 professores da rede estadual destacados para gravar as aulas de reforço. Os alunos contarão ainda com aulas ao vivo que serão dadas por professores de cada unidade para atender ao sistema híbrido de ensino, que mescla atividades remotas e presenciais. As aulas estão sendo gravadas em um estúdio cedido pela Firjan.

Professor de Física há 20 anos na rede estadual, Geneci Alves de Souza, de 52, também faz parte do time. Mas ele já estava acostumado a fazer transmissões online desde maio, quando criou um canal no YouTube para promover conteúdo voltado aos professores. Apesar da experiência adquirida durante a pandemia, ele teve dificuldade para se adaptar às videoaulas:

— Na primeira vez, para gravar um vídeo de 20 minutos eu demorei quase cinco horas. Na terceira, já consegui fazer em pouco mais de uma hora. Com o tempo, vamos encontrando o equilíbrio no texto, que precisa ter a capacidade de contagiar o aluno, apesar de não poder interagir.

Da mesma opinião partilha o professor Herivelto Nunes, de 53 anos, que leciona Matemática há 20 anos no Colégio estadual Pandiá Calógeras, em São Gonçalo:

— Penso que a educação não acontece sem os atores. E os atores são os professores em suas respectivas comunidades escolares. Cada um tem que dar sua cota de sacrifício .

As aulas na rede estadual começam no dia 1º de março, no modelo do ensino híbrido, com turmas em sala de aula em dias alternados. Dependendo das recomendações do comitê científico, no entanto, a qualquer momento as aulas presenciais podem ser suspensas.

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