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Por Cunha, oposição prefere adiar novo pedido de impeachment

Parlamentares desistiram de pedir novo processo de impeachment de Dilma com receio de ficarem, mais uma vez, reféns das ações do presidente da Câmara


	Dilma: estratégia é fortalecer o pedido que já está em curso na Câmara dos Deputados, em vez de pedir a abertura de um novo processo
 (Agência Brasil)

Dilma: estratégia é fortalecer o pedido que já está em curso na Câmara dos Deputados, em vez de pedir a abertura de um novo processo (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 19h43.

Brasília - Líderes de oposição cogitaram pedir um novo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff baseado na suposta delação de Delcídio Amaral (PT-MS), que cita a presidente.

Os parlamentares, entretanto, desistiram da estratégia com receio de ficarem, mais uma vez, reféns das ações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem a prerrogativa de aceitar ou recusar o pedido.

Na tarde desta quinta-feira, 3, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), anunciou que a oposição vai pedir um aditamento das informações da delação premiada de Delcídio ao pedido de impeachment de Dilma.

A estratégia é fortalecer o pedido que já está em curso na Câmara dos Deputados, em vez de pedir a abertura de um novo processo, o que precisaria do aval de Cunha, que se tornou réu da Lava Jato por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aécio minimizou o poder de Cunha na condução do processo de impeachment. "Essa não é uma questão do presidente Eduardo Cunha, mas da instituição Câmara dos Deputados. É uma decisão que será tomada por uma comissão representativa da Câmara composta por todos os partidos políticos", afirmou.

Antes do anúncio de Aécio, entretanto, líderes da oposição na Câmara e no Senado defenderam a abertura de novo processo de impeachment durante reunião para avaliar estratégias para acelerar o afastamento de Dilma.

Na leitura de alguns parlamentares, o processo de impeachment que corre atualmente na Câmara, baseado nas pedaladas fiscais, havia perdido a força.

A estratégia foi questionada pelo presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP), que defendeu que a oposição poderia, novamente, ser chantageada por Eduardo Cunha que, como presidente da Câmara, tem a prerrogativa de aceitar ou rejeitar o pedido de impeachment.

No ano passado, Cunha usou a decisão sobre o impeachment como moeda de troca em acordos com a oposição e o governo, tentando evitar a perda de seu próprio cargo.

Cunha responde a processo no Conselho de Ética, que pode levar à perda do cargo de presidente da Câmara ou até à cassação de seu mandato.

Nesta tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, transformar Cunha em réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.

Alguns parlamentares da oposição avaliam que o peemedebista pode recorrer novamente ao apoio do governo para evitar uma futura condenação.

O apoio, alegam, poderia ser negociado em troca de enfraquecimento do impeachment de Dilma na Câmara.

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