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Por apoio no Congresso, Bolsonaro nomeia mais um nome ligado ao centrão

Indicação de nome ligado ao Progressistas saiu um dia depois do centrão ter apoiado o governo em votações importantes no Congresso

O advogado Tiago Pontes Queiroz será secretário nacional de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional (Ueslei Marcelino/Reuters)
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isabelarovaroto

Publicado em 7 de maio de 2020 às 10h27.

O presidente Jair Bolsonaro entregou mais um cargo ao Centrão. O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (7) traz a nomeação do advogado pernambucano Tiago Pontes Queiroz como secretário nacional de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. A pasta é comandada por Rogério Marinho.

Queiroz é ligado a caciques do Progressistas (antigo PP), como o senador Ciro Nogueira (PI), presidente da sigla, e Arthur Lira (AL), líder na Câmara, e já ocupou outros cargos na máquina pública. Em março, havia assumido a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Pernambuco, órgão que também é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

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O novo secretário ainda ocupou cargo no Ministério da Saúde durante o governo de Michel Temer. No início de 2019, ele foi denunciado pelo Ministério Público por irregularidades em contratos da pasta, no mesmo processo em que o ex-ministro da pasta Ricardo Barros (PP-PR) é alvo.

A Secretaria de Mobilidade é o segundo cargo que Bolsonaro entrega ao Progressistas. Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas, o presidente começou nesta quarta-feira a distribuir cargos aos partidos do Centrão, em troca de votos no Congresso, ressuscitando a velha prática do "toma lá, dá cá".

No casamento de papel passado, a sigla de Lira e Nogueira também conseguiu emplacar um indicado para o comando do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), autarquia com orçamento de R$ 1 bilhão neste ano.

A nomeação saiu um dia depois de o Centrão ter apoiado o governo em votações importantes. O bloco ficou alinhado ao Palácio do Planalto anteontem durante votação na Câmara da proposta que prevê o socorro a Estados e municípios. Ao contrário de outras ocasiões, quando impunham reveses a Bolsonaro, líderes do bloco foram ao microfone para orientar votos conforme os interesses do Executivo.

O nomeado para o Dnocs é Fernando Marcondes de Araújo Leão. A autarquia sempre foi controlada pelo MDB, mas o presidente permitiu que a indicação fosse feita por Lira, líder do Progressistas e réu em processo por corrupção passiva.

Lira, por sua vez, repassou o apadrinhamento para o deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), representante do baixíssimo clero da Câmara, transformando a indicação numa "barriga de aluguel".

Ao terceirizar a escolha, Lira desagradou a parlamentares do Progressistas, mas a estratégia faz parte dos planos para a construção de uma base de apoio na disputa pela presidência da Câmara, em fevereiro de 2021. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Lira também quer reunir partidos menores, como PSC, Patriotas e Avante, para fortalecer sua possível candidatura e espera o apoio de Bolsonaro.

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